sexta-feira, 14 de junho de 2013


Atividade econômica cresce 0,84% em abril, mas em ritmo menor

Agência Brasil 

A atividade econômica apresentou crescimento de 0,84%, em abril, na comparação com o mês anterior. Os dados são do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) dessazonalizado (ajustado para o período), divulgado hoje (14).


Esse foi o segundo mês seguido com expansão do indicador, mas em ritmo menor. Em março comparado com fevereiro, o crescimento ficou em 1,07%, de acordo com dados revisados. Na comparação de fevereiro com janeiro, houve retração de 0,26%.
Em relação ao mesmo mês do ano passado, a economia cresceu 7,3% (sem ajustes). No ano, o IBC-Br apresentou expansão de 3,2%, e em 12 meses, 1,57%.
O IBC-Br é uma forma de avaliar e antecipar a evolução da atividade econômica brasileira. O índice incorpora informações sobre o nível da atividade dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços e agropecuária.
O acompanhamento do indicador é considerado importante pelo Banco Central para que haja maior compreensão da atividade econômica. Essa avaliação também contribui para as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por definir a taxa básica de juros, a Selic.

Tags: BC, crescimento, dados, economia, PIB

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Alckmin chama manifestantes de 'baderneiros' e 'vândalos'

Também em Paris, Haddad disse que quem depreda 'são pessoas inconformadas com o Estado democrático de Direito'



12 de junho de 2013 | 11h 02Andrei Netto - Correspondente

PARIS - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) , e o prefeito da capital, Fernando Haddad (PT), criticaram nesta quarta-feira, 12, em Paris, os manifestantes que depredaram ônibus e o mobiliário urbano durante o protesto, na terça-feira, 11, contra o aumento da tarifa do transporte coletivo. Para o governador, as depredações foram realizadas por "vândalos e baderneiros", enquanto o prefeito criticou "aqueles que perderam" as eleições municipais, sem no entanto especificar a quem se referia. Houve confronto entre policiais e manifestantes e 13 pessoas continuam detidas.

As declarações foram feitas na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), onde a delegação brasileira - que incluiu ainda o vice-presidente, Michel Temer - defende a candidatura de São Paulo à cidade-sede da Exposição Universal de 2020 (Expo 2020). Como o fuso horário da capital francesa é de cinco horas à frente em relação ao de Brasília, Alckmin e Haddad passaram a madrugada monitorando o protesto.
Segundo Alckmin, a violência da manifestação não pode ser aceita pelas autoridades públicas. "É intolerável a ação de baderneiros e vândalos", disse Alckmin, recriminando aqueles que estavam "destruindo o patrimônio público e devem pagar por isso". Para ele, a "polícia tem um trabalho importante sempre que há movimentos na cidade de São Paulo". "A orientação é acompanhar e garantir a integridade das pessoas. Ela agiu com profissionalismo."
Alckmin garantiu que os responsáveis pela destruição serão responsabilizados. "A polícia vai responsabilizar e exigir o ressarcimento do patrimônio, seja público, seja privado, que foi destruído", disse ele. "Isso extrapola o direito de expressão. É absoluta violência, vandalismo, baderna, e é inaceitável".
Haddad afirmou que reajustar a tarifa de transporte coletivo "abaixo da inflação" foi uma de suas promessas de campanha. "Nosso compromisso público foi de reajustar a tarifa abaixo da inflação. Eu me expus. Estamos cumprindo os nossos compromissos de campanha."
O prefeito também insinuou que as manifestações foram realizadas por quem não votou nele. "Nós temos compromisso com a liberdade de expressão. Aqueles que perderam podem se manifestar", disse, advertindo: "Os métodos não são aprovados pela sociedade. Essa liberdade está sendo usada em prejuízo da população".
Questionado sobre quem está se manifestando, Haddad disse não saber, e foi genérico diante da insistência dos jornalistas. "São pessoas inconformadas com o Estado democrático de Direito", justificou. "Não conheço as lideranças. Desconheço a origem."
Veja o trajeto da passeata e os pontos onde houve confronto ou depredação:





quarta-feira, 12 de junho de 2013

Trabalho doméstico envolve mais de 15 milhões de crianças em todo o mundo
11/06/2013 - 19h05
Cidadania
Carolina Sarres
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Mais de 15 milhões de crianças e adolescentes no mundo estão envolvidos em algum tipo de trabalho doméstico, remunerado ou não, na casa de terceiros. O número corresponde a cerca de 30% de todos os empregados domésticos no mundo. Desse contingente de menores de 18 anos, 8,1 milhões executam atividades consideradas perigosas (52% do total) e cerca de 10,5 milhões não chegam a ter 16 anos. As meninas representam 73% das crianças e adolescentes que exercem tarefas domésticas.
Os dados são do relatório Erradicar o Trabalho Infantil no Trabalho Doméstico, divulgado hoje (11) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Amanhã (12), comemora-se o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil.
As atividades executadas por essas crianças e jovens são as mesmas de adultos, como limpar a casa, cozinhar, cuidar de jardins, carregar peso, cuidar de idosos e, não raramente, de outras crianças, poucos anos mais novos. De acordo com a OIT, o trabalho infantil faz que crianças e adolescentes se tornem vulneráveis à violência física, psicológica e sexual.
As atividades domésticas podem ser enquadradas entre as piores formas de trabalho infantil, segundo a Convenção 182 da OIT sobre o tema, por pressupor a execução de tarefas não adequadas à idade, penosas ou degradantes. No Brasil, o decreto que estabelece as 89 piores formas de trabalho infantil cita o trabalho doméstico como uma delas.
Isso se deve ao tipo de tarefa executada e também, em grande parte, à dependência que os menores têm do empregador, tanto financeira quanto psicológica. Muitas crianças são retiradas do convívio da família para serem “criadas” pelo patrão, que fornece comida, roupas e alojamento em troca do trabalho. “[A criança] trabalha, mas não é considerada um trabalhador e, ainda que viva em um ambiente familiar, ele, ou ela, não recebe o tratamento de um membro da família”, ressalta  a OIT.
Segundo a organização, o afastamento da família e a ausência de proteção jurídica encobre um “acordo de exploração”, que submete a criança a longas horas de trabalho, ausência de liberdade e situações de perigo. Essa condição fictícia de membro da família faz que a fiscalização e a constatação da existência do trabalho infantil sejam praticamente inviabilizadas.
No Brasil, por exemplo, não há nenhum tipo de legislação diferenciada para a fiscalização de casos de exploração de mão de obra no âmbito doméstico – tanto infantil quanto adulto. A inspeção em domicílios é dificultada pela inviolabilidade do lar, prevista na Constituição Federal. Um fiscal do trabalho só pode entrar em uma casa com autorização judicial e acompanhado pelo proprietário. Caso a pessoa seja, de fato, culpada, a probabilidade de se permitir a fiscalização é quase inexistente.
No projeto de lei (PL) sobre os direitos dos empregados domésticos, recentemente aprovado pela comissão mista de parlamentares no Congresso – que segue para votação nos plenários da Câmara e do Senado –, tentou-se incluir um regime de fiscalização diferenciado em casos de exploração de mão de obra infantil. A cláusula, no entanto, não teve o respaldo dos senadores e deputados, que optaram por manter o que estabelece a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) – que é a legislação seguida atualmente.
Se o projeto for aprovado, o trabalho doméstico será proibido para menores de 18 anos. Atualmente, ele é oficialmente permitido para maiores de 14 anos, em regime de aprendizado, e para maiores de 16, se a atividade exercida não comprometer os estudos, nem for exaustiva, perigosa e noturna.
Para OIT, o combate ao trabalho infantil doméstico é uma meta para o desenvolvimento, por estar relacionado a diversas outras questões ligadas à pobreza e à exclusão social – como a deficiência de redes de proteção à infância e à adolescência, a disparidade de renda na sociedade, a questão de gênero, a discriminação racial, a deficiência do sistema educacional, a violência doméstica e o êxodo rural.
De acordo com o relatório da organização, o tema envolve ainda a transgressão de direitos humanos. Como pessoas, essas crianças não têm acesso a direitos fundamentais, como a dignidade, a liberdade e o direito à infância. Como trabalhadores, que nem deveriam ser, não têm acesso a direitos trabalhistas básicos. Os dois fatores também dificultam a inserção futura da criança ou do adolescente no mercado de trabalho, devido à deficiência educacional e à dificuldade de se firmar em postos de trabalho decentes.
Estimativas sobre trabalho infantil doméstico no mundo:
Faixa etária / gênero          Quantidade de crianças / percentual
5-11 anos                          3,5 milhões
meninos                             1,4 milhões (40,7%)
meninas                             mais de 2 milhões (59,3%)

12-14 anos                         3,8 milhões
meninos                             mais de 1 milhão (27,6%)
meninas                             2,8 milhões (72,4%)

15-17 anos                         8,1 milhões        
meninos                             1,6 milhões (20,8%)
meninas                              6,4 milhões  (79,2%)

Total                                  15,5 milhões
meninos                              4,1 milhões (27%)
meninas                              11,3 milhões (73%)

Fonte: Organização Internacional do Trabalho (OIT), 2013.
Edição: Nádia Franco
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir a matéria é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil
adolescentesCidadaniaCLTConvenção 182criançasdireitos dos domésticosdireitos humanosmão de obra infantilOITtrabalho domésticotrabalho infantilviolência doméstica

terça-feira, 11 de junho de 2013

Denúncia: “Choque de Gestão’ do governo de Aécio Neves contém informações distorcidas
Aécio e Anastasia
Aécio e Anastasia manipularam dados sobre o “Choque de Gestão”
O que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) batizou de “Choque de Gestão” na campanha eleitoral, após oito anos à frente do Estado de Minas Gerais, e lhe serviu de locomotiva no trem de votos que lhe valeu o mandato e, agora, a possível candidatura à sucessão presidencial é, na realidade, um monte de números desconexos que, nem de longe, espelham a realidade vivida pelos mineiros. As estatísticas de segurança pública, mortalidade infantil e educação foram distorcidas para servirem à propaganda política. A constatação foi publicada nesta segunda-feira, no diário conservador paulistano Estado de S. Paulo. A reforma administrativa anunciada na última década pelo ex-governador Aécio Neves e por seu sucessor, Antonio Anastasia, ambos do PSDB, surtiu efeito diferente daquele anunciado, segundo a reportagem assinada pelo jornalista Daniel Bramatti.
Sobre o “Choque de Gestão”, programa implantado em 2003, implementado sob a supervisão do Instituto Nacional de Desenvolvimento Gerencial (INDG), pesa ainda uma investigação fiscal. O movimento de recursos por meio desta instituição chamou a atenção da Fazenda Pública sobre o instituto dirigido pelo engenheiro Vicente Falconi, responsável direto pelo programa do governador Aécio Neves. O sindicato de agentes fiscais de Minas também levantou a suspeita de quebra de sigilo de informações sobre dados do fisco. Tanto em Minas Gerais quanto em São Paulo, onde também atua o instituto, “faltou transparência nos convênios. Se o governo Aécio usou o mote do equilíbrio das contas como trampolim eleitoral, o governo Serra optou pela contratação discreta dos trabalhos de Falconi”, afirma o blog do jornalista Frederico Vasconcelos.
“Questionada formalmente pelo sindicato de agentes fiscais, a Secretaria da Fazenda de São Paulo deixou de esclarecer a origem do convênio, conhecida do titular da Pasta, Mauro Ricardo da Costa, membro do Comitê de Qualidade da Gestão Pública. O governo mineiro recorreu na época à SMP&B, de Marcos Valério, para divulgar amplamente o ‘déficit zero’. O paulista preferiu ‘não bater o bumbo’. Alega que o ganho é apenas de metodologia, não teria o impacto da reestruturação das finanças apregoada no primeiro mandato de Aécio. Em Minas, quando o Ministério Público recomendou revogar o fornecimento de informações confidenciais, o INDG já havia terminado seus trabalhos. Em São Paulo, a Procuradoria Geral do Estado propôs a exclusão de ‘termo de confidencialidade’ e de cláusulas que previam o sigilo de informações, porque, segundo informa a Secretaria de Gestão, por força de lei elas não poderiam ser fornecidas a particulares”, acrescentou.
Ainda segundo Vasconcelos, “embora não haja ônus para o erário, o cidadão desconhece a origem dos recursos para essa consultoria privada. Falconi tem como maior avalista o empresário Jorge Gerdau Johannpeter. Os serviços do INDG – oferecidos a várias administrações, independentemente de partidos – são mantidos por contribuições de grandes grupos empresariais, em geral também financiadores de campanhas eleitorais. Em São Paulo, o processo foi liderado pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC), associação civil de direito privado presidida por Gerdau (sucedeu ao Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade, criado em 1995 num acordo de cooperação entre o Brasil e o Japão). Os estatutos do MBC prevêem que os documentos de parceria estão ‘à disposição para exame por qualquer interessado’. Em Minas, o convênio foi formalizado pela Fundação Brava (com sede no paraíso fiscal de Delaware, nos EUA), pelo INDG e pelo governador Aécio. Em São Paulo, Serra autorizou o convênio, firmado pela Secretaria de Gestão e pelo MBC. Na peça, não há uma só referência ao INDG de Falconi. O livro O Choque de Gestão em Minas Gerais, obra editada pelo governo mineiro e pela Universidade Federal de MG, omitiu que a Fundação Brava coordenara o levantamento de recursos privados para patrocinar o INDG”.
A Fundação Brava é controlada pela Anheuser-Busch InBev (AB InBev), dona de uma série de cervejarias pelo mundo afora, liderada aqui no país pela Brahma. O multimilionário Carlos Alberto Sicupira e um dos controladores tanto da AB InBev e presidente do conselho de administração da Lojas Americanas, também integra o board político da Fundação, ligada também ao Instituto Fernando Henrique Cardoso. Recentemente, ambos promoveram uma série de seminários sobre formulação e implementação de políticas públicas metropolitanas, “contribuindo com a qualidade do debate sobre soluções para as grandes cidades em um ano de eleições municipais”, diz a propaganda sobre o evento.
Dados manipulados
As políticas públicas a que se refere o “Choque de Gestão”, segundo o governo mineiro, seriam reunidas em “uma metodologia de administração pública para reduzir custos e ampliar resultados” com o enxugamento da estrutura administrativa, a adoção de metas pelas secretarias e “a bonificação de servidores segundo os resultados alcançados”. Vice-governador na gestão de Aécio Neves e sucessor no cargo, Anastasia chegou a criar um site para promover a principal vitrine do PSDB de Minas, “no qual fica evidente a preocupação de mostrar que seus efeitos não são meramente burocráticos, mas se refletem no cotidiano dos eleitores, em áreas como educação, saúde e até desemprego. Há quatro gráficos sobre os supostos efeitos do choque – em dois deles, os resultados estão artificialmente ampliados. A maior distorção ocorre nos dados sobre segurança pública. Um gráfico com a taxa de homicídios por 100 mil habitantes mostra que, de 2004 a 2010, houve aumento de 1,4% nas mortes no Brasil e redução de 18% em Minas. Mas o governo tucano não começou em 2004, o ponto inicial da série histórica do gráfico. O choque de gestão foi aplicado em 2003 e, portanto, seus efeitos tem de ser medidos em relação ao ano anterior – o último do mandato de Itamar Franco, antecessor de Aécio”, afirma a matéria do Estadão.
“Ao tomar-se 2002 como ponto de início da série histórica, o quadro que se revela é o oposto do que o governo estadual tenta propagandear: durante a gestão tucana, houve aumento de 14,1% nos homicídios em Minas e redução de 3,1% no país todo. Nos dois primeiro anos do governo Aécio foram registrados 8 mil assassinatos em Minas, 2,7 mil (ou 34%) a mais do que nos dois anos anteriores. Somente então as ocorrências começaram a baixar – mas o gráfico publicado pelo governo, ao omitir a explosão inicial, sugere uma queda contínua. A fonte dos dados é o Datasus, sistema de estatísticas do Ministério da Saúde, cujos números mais recentes são de 2010. Se tivesse publicado seus próprios levantamentos, o governo mineiro teria um resultado ainda pior a mostrar: em 2011, segundo a Secretaria de Defesa Social (responsável pela segurança), o número de homicídios no Estado subiu 16% em relação ao ano anterior. Dados parciais indicam que as ocorrências se mantiveram no mesmo patamar em 2012″, continua.
Ainda de acordo com a comparação do Datasus, o governo Anastasia fez outra escolha heterodoxa de datas em um gráfico sobre mortalidade infantil. O ano inicial da série histórica apresentada no site oficial do choque de gestão é 2001, e um texto destaca que, desde então, a taxa caiu 30% no Estado. Mas o choque só ocorreu em 2003 – ou seja, o governo usou dados anteriores a ele para inflar seu resultado. Tomando-se novamente como base o ano imediatamente anterior à tomada das medidas (2002), o que se observa é que, desde o início da administração do PSDB, A mortalidade infantil caiu menos em Minas Gerais do que nos demais Estados brasileiros (27% contra 28%, respectivamente). “É uma diferença pequena, mas evidencia que o fenômeno da melhora da saúde dos recém-nascidos é nacional, e não necessariamente se deve a medidas excepcionais adotadas no âmbito estadual”, constata o jornalista.
“Um terceiro gráfico explora os números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) na rede pública para os anos iniciais do ensino fundamental. Trata-se de um indicador de desempenho escolar que segue parâmetros nacionais. Mas ele só passou a ser divulgado em 2005 – ou seja, não é possível avaliar a qualidade da educação nas escolas mineiras antes e depois da implantação do choque de gestão, ocorrida dois anos antes. O que se sabe é que a nota média de Minas ficou estagnada entre 2005 e 2007 e subiu desde então até 2011. No mesmo período, porém, também houve melhora na média nacional – e em ritmo mais rápido. O Ideb do Brasil, na faixa de ensino avaliada, aumentou 30,8%, e o de Minas, 22,5%”, informa.
Explicação
Em seu balanço do choque de gestão, o governo de Minas Gerais omitiu as estatísticas de homicídios do início da gestão Aécio Neves porque só em 2004 “foi estruturada a atual política de segurança”, segundo nota da assessoria de imprensa da Secretaria de Defesa Social. “No ano anterior (2003) foi criada a atual Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) e um de seus mais importantes pilares – a integração das ações, informações e sistema de banco de dados das polícias Civil, Militar e do Corpo de Bombeiros. Portanto, a partir de 2004, é possível fazer a medição dos resultados do novo formato da segurança pública do Estado.”
Em 2003, no primeiro ano do governo Aécio, a taxa de homicídios subiu 27%. No ano seguinte, quando já estava criada a Secretaria de Defesa Social e supostamente integradas as polícias, a taxa subiu 10%. Nada disso aparece no site que celebra o choque de gestão – apenas a queda corrida a partir de 2005. No caso da mortalidade infantil, o governo admitiu ter apresentado “taxa de redução semelhante à média nacional”. “No entanto, vale destacar que, em 2001, ocupávamos a 10.ª posição no ranking estadual. Em 2010, estávamos na 9.ª posição. É importante destacar ainda que, quanto menor a taxa, maior o desafio para manter o ritmo de redução.”
Questionado sobre o fato de o Ideb (indicador de qualidade do ensino) da rede estadual ter subido menos em Minas que na média do País, o governo respondeu: “Em 2005, Minas situava-se na 2.ª posição no ranking dos Estados. Em 2011, tivemos o melhor desempenho do país. Além disso, é sabido que, quanto maior o patamar em que nos encontramos, maior é o desafio para aumentar o índice”.
-->

Últimas Notícias

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Afif assume governo de São Paulo em meio a crise com tucanos

 
LEANDRO COLON
DE SÃO PAULO

O vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos (PSD), assumiu neste domingo a chefia do Executivo Paulista.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) transmitiu o cargo ao vice às 17h.
O tucano viaja nesta noite para a França para representar a candidatura da capital paulista a cidade-sede da Expo 2020.
Afif fica na função de governador até quarta-feira, quando termina a viagem de Alckmin.
A posse deste domingo é mais um capítulo da polêmica em torno de ele acumular os cargos de vice-governador de São Paulo e de ministro da Micro e Pequena Empresa do governo da presidente Dilma Rousseff (PT).
Zanone Fraissat - 23.abr.2013/Folhapress
Guilherme Afif fica na função de governador até quarta-feira, quando termina a viagem de Geraldo Alckmin à França
Guilherme Afif fica na função de governador até quarta-feira, quando termina a viagem de Geraldo Alckmin à França

Na sexta-feira à noite, Afif foi exonerado, a pedido, do ministério para poder assumir hoje o governo de São Paulo, amparado por análise da Advocacia-Geral da União (AGU). Depois de quarta-feira, ele retornará ao cargo de ministro.
É a primeira vez que Afif substitui Alckmin desde que assumiu a pasta em Brasília, há cerca de um mês. A iniciativa de ser governador por apenas três dias causou mal-estar entre os tucanos, que consideraram a atitude de Afif uma "afronta".
Eleito vice-governador de Alckmin pelo DEM em 2010, Afif começou a se distanciar do tucano após migrar para o PSD (comandado pelo ex-prefeito Gilberto Kassab), em 2011, aproximando-se do governo federal. A crise agravou-se depois que ele aceitou um convite de Dilma para ser ministro.
Um parecer do Ministério Público de São Paulo recomenda à Assembleia Legislativa que declare a perda do cargo de vice.

domingo, 9 de junho de 2013

PSDB teme que Afif explore violência em São Paulo
 

PAULO GAMA
DE SÃO PAULO
A principal preocupação no Palácio dos Bandeirantes em relação ao período em que o ministro e vice-governador Guilherme Afif Domingos (PSD) assumirá a chefia do Executivo paulista é com a possibilidade de ele promover compromissos públicos ligados à área da segurança, tema sensível à administração Geraldo Alckmin (PSDB).
O tucano embarca hoje à noite para a França para representar a candidatura da capital paulista a cidade-sede da Expo 2020. Amparado por um parecer da Advocacia-Geral da União, Afif comandará o Estado em sua ausência até a próxima quarta.
Na noite de sexta-feira, o "Diário Oficial da União" publicou uma exoneração "a pedido" de Afif do cargo de ministro. A saída é temporária, só para ele assumir o governo estadual durante a semana.
Como o PSD se aproxima do governo petista no plano federal e tem investido em críticas à violência em São Paulo, tucanos próximos a Alckmin têm receio de que Afif concentre na segurança pública suas ações durante o período que ficará no cargo.
Zanone Fraissat - 23.abr.2013/Folhapress
Guilherme Afif Domingos na cerimônia de posse de novas diretorias da Anfavea
Guilherme Afif Domingos na cerimônia de posse
de novas diretorias da Anfavea

O tema incomoda Alckmin. Pesquisas internas do governo, como mostrou a coluna "Painel", da Folha, registram queda na avaliação do governo na área, em decorrência de recentes casos de latrocínios e arrastões em regiões centrais e bairros nobres.
O ex-prefeito Gilberto Kassab, que preside o PSD, conversa sobre alianças para 2014 com o PT, mas também já disse que pode ser candidato à sucessão de Alckmin -e tem usado a segurança pública como bandeira.
O tema vem sendo explorado pelo PSD. Kassab afirmou em recente seminário da sigla sobre o tema que há um "estado de insegurança" em São Paulo. O ex-governador Cláudio Lembo também criticou que o PSDB se preocupe com o acúmulo de cargos de Afif enquanto "estamos sendo mortos nas ruas".
O próprio Afif disse que o Estado vivia uma "epidemia de insegurança" depois de familiares serem vítimas de assalto na capital paulista.
Eleito vice de Alckmin pelo DEM em 2010, ele começou a se distanciar do tucano quando migrou para o PSD em 2011, aproximando-se do governo federal. A mudança lhe custou a Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
Com sua nomeação para o ministério de Dilma Rousseff, o mal-estar se intensificou.

sábado, 8 de junho de 2013

Maio tem a menor inflação dos últimos onze meses

A inflação medida pela variação do IPC-A caiu, no mês de maio. Foi a menor taxa em quase um ano, principalmente por causa do comportamento dos preços dos alimentos.

A inflação medida pela variação do IPC-A caiu, no mês de maio. Foi a menor taxa em quase um ano, principalmente por causa do comportamento dos preços dos alimentos.
É na hora de pagar a conta do supermercado que o brasileiro mais sente o efeito da inflação. “Mais da terça parte do meu salário eu gasto no mercado”, diz uma consumidora.
Os alimentos pesam muito no bolso e também no índice que mede a inflação oficial - o IPCA.
Depois de subir bastante nos primeiros meses do ano, os preços dos alimentos desaceleraram em maio. Tiveram a menor alta dos últimos 14 meses.
E pressionaram menos a inflação. O IPCA recuou em relação a abril. Ficou em 0,37%. O mais baixo desde junho de 2012.
A entrada da safra agrícola no mercado, clima melhor e a diminuição de impostos sobre a cesta básica surtiram efeito sobre os alimentos, segundo o IBGE. Alguns produtos tiveram queda. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o óleo de soja, a cebola, o frango, o arroz, o açúcar e o tomate, que depois de subir tanto, em maio ficou 10% mais barato.
Já os feijões mulatinho e carioca, a cenoura, a batata e leite longa vida ficaram mais caros, afetados pela seca e pelo período de entressafra.
Além dos alimentos, os transportes também ajudaram a segurar o índice. Houve queda no preço do etanol e das tarifas de passagens aéreas.
Mas os remédios e os custos com habitação subiram. Depois de estourar o teto da meta em março, cair um pouco em abril, agora a inflação acumulada nos últimos doze meses é de 6,5%. Exatamente o teto da meta estabelecida pelo Banco Central.
“Não há uma perda de controle com a inflação, mas também não há uma tendência a que você reduza ela para um patamar mais aceitável, que prejudica menos o consumo, prejudica menos a atividade econômica, não há tendência que isso vá ser feito em um horizonte muito curto. Ou seja, a redução vai ser lenta e gradual”, aponta o economista Luiz Roberto Cunha.
tópicos:
veja também