sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Fernando Bezerra Coelho é a ponte entre PT e PSB

Ex-ministro de Dilma, o senador eleito tem se colocado como o principal interlocutor entre os partidos

Publicado em 07/11/2014, às 08h00


Do JC Online

Senador eleito já se encontro com representantes do governo federal. Ontem ele se reuniu com governador eleito Paulo Câmara /

Senador eleito já se encontro com representantes do governo federal. Ontem ele se reuniu com governador eleito Paulo Câmara

>Ex-ministro da presidente Dilma Rousseff (PT), o senador eleito Fernando Bezerra Coelho (PSB) está trabalhando para se colocar como a principal ponte entre o governo estadual e a gestão federal. Com o perfil político - diferente do governador eleito Paulo Câmara (PSB)-, Fernando já deu vários sinais de que será o principal interlocutor do processo. O socialista, inclusive, tem evitado fazer críticas ao governo de Dilma, diferente do que foi verificado durante a campanha. A postura dele tem o objetivo de quebrar o clima de tensão que se criou entre PT e PSB na disputa presidencial.
O senador, inclusive, se encontrou com dois ministros da gestão de Dilma durante esta semana. Fernando se reuniu com Paulo Sérgio Passos, que comanda a pasta dos Transportes, e Francisco Teixeira, da Integração Nacional, pasta que já foi comandada pelo próprio Bezerra. O senador ainda se encontrou com o colega de bancada, o senador Humberto Costa (PT), que está no campo oposto em nível estadual. Ele ainda tem encontro marcado com o senador Armando Monteiro Neto (PTB). Humberto é um dos principais nomes do PT no Estado. Fernando tenta abrir um canal de diálogo com o Partido dos Trabalhadores e não nega que o PSB tem que manter uma relação amistosa com os petistas. “Não é o fato de Dilma não ser nossa presidenta (apoiada na campanha) que vai nos impedir de ter diálogo com ela. Vamos buscar o diálogo com ela para promover desenvolvimento para o Estado”, disse em entrevista à Rádio Jornal. 
Fernando ainda procurou rechaçar a informação de que o Estado poderá ser retaliado porque não apoiou a candidatura de Dilma. Ele contou que, durante sua gestão como ministro da Integração Nacional, nenhum gestor de partidos da oposição teve tratamento diferenciado. O socialista ainda disse que prefere ir em busca de solução ao invés de trocar farpas com a gestão federal “pelos jornais”. A declaração vai de encontro ao que faz o prefeito Geraldo Julio (PSB). “Eu prefiro não alimentar e explicitar”, disse, após citar o nome de Geraldo. 
Depois das articulações em Brasília, Fernando teve uma longa reunião com o governador eleito Paulo Câmara na tarde de ontem. Oficialmente, o encontro serviu para que Fernando repassasse informações obtidas nos ministérios a Paulo Câmara. O objetivo é fazer com que o governador eleito tenha acesso ao andamento de obras importantes, como o Arco Metropolitano, o Canal de Entremontes, Transposição do São Francisco e Transnordestina. Com as informações, Paulo estaria ciente dos pontos que podem facilitar o andamento das obras. 
SECRETARIADO
Apesar da longa conversa com Paulo Câmara na tarde de ontem, Fernando nega que tenha tratado sobre composição de secretariado. Nos bastidores, já se fala que o senador eleito tem pleiteado uma vaga para o seu filho, o deputado federal Fernando Filho (PSB), na gestão estadual. 

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Dilma diz que fará o dever de casa no controle da inflação

Em entrevista a jornais, presidente disse também que vai reduzir gastos

Em entrevista coletiva, nesta quinta-feira, no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff afirmou que vai fazer o "dever de casa" e apertar o controle da inflação e que também fará um reajuste em todas as contas do governo. "Vamos fazer o dever de casa, apertar o controle da inflação e teremos limites fiscais. Vamos reduzir os gastos. Vamos olhar todas as contas com lupa e ver o que pode ser reduzido e o que pode ser cortado. Temos que fazer um ajuste em várias coisas, várias contas podem ser reduzidas. Minha visão de corte de gastos não é similar àquela maluca de choque de gestão", disse. 
Dilma sinalizou ainda que não pretende mexer na meta de inflação (4,5% ao ano) ou no intervalo de tolerância, que hoje é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, cujo teto definido pelo Banco Central é de 6,5%. 
A presidente ressaltou ainda que não está fazendo "estelionato eleitoral" ao adotar medidas econômicas como o aumento da taxa de juros, logo após ser eleita, para acalmar o mercado.
Dilma Rousseff também comentou sobre a nomeação do futuro ministro da Fazenda, que substituirá Guido Mantega, e reafirmou que ele só será definido semanas após o G20, encontro com as vinte maiores economias do mundo que será realizado nos dias 15 e 16 deste mês. Ela, contudo, deixou claro que ainda não fez convite nenhum.
Perguntada sobre a operação Lava-Jato que investiga corrupção na Petrobras, a presidente afirmou que trata-se de uma oportunidade  para "acabar com a impunidade”. "A operação trouxe o momento para acabar com a impunidade no país. Não vou engavetar nada, não vou pressionar para não investigar, quero todos os responsáveis punidos".
Dilma voltou a defender a necessidade de saber respeitar o resultado das urnas, enfatizando que é preciso "saber perder e saber ganhar". "Saber ganhar na democracia é tão difícil quanto saber perder, porque existe a tendência das pessoas acharem que é o rei da cocada preta. Não sairá da sua cabeça o que fazer pelo país, tem que ter uma interação. Não estou propondo nenhum diálogo metafísico, sobre quem sou, o que quero, para onde vai", afirmou.
Tags: coletiva, controle, economia, Metas, presidente

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Putin lidera lista da 'Forbes' de pessoas mais poderosas; Dilma é 31ª

Presidente da Rússia superou Barack Obama pelo segundo ano seguido.
Presidente brasileira caiu em relação a 2013, quando estava no 20º lugar.

Do G1, em São Paulo
O presidente russo Vladimir Putin fala após o 10º Encontro Ásia-Europa em Milão, na Itália (Foto: AFP Photo/Vasily Maximov )O presidente russo Vladimir Putin fala após o 10º
Encontro Ásia-Europa em Milão, na Itália (Foto:
AFP Photo/Vasily Maximov)
 
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi apontado pela revista “Forbes” pelo segundo ano seguido como a pessoa mais poderosa do mundo, superando novamente o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
A lista, composta por 72 personalidades, manteve os cinco primeiros colocados iguais a 2013: em terceiro lugar está o presidente da China Xi Jinping, em quarto o Papa Francisco e em quinto a chanceler alemã, Angela Merkel – considerada a mulher mais poderosa do mundo.
A revista assume que não se pode considerar o presidente russo um exemplo de “boa pessoa”, lembrando que ele se envolveu em conflitos armados na Ucrânia este ano. Entretanto, ressalta que a lista é uma avaliação de poder. No ano passado, quando Putin liderou a lista pela primeira vez, a Forbes justificou a decisão porque ele "continua solidificando seu controle sobre a Rússia e o cenário internacional".
Completam os 10 primeiros lugares Janet Yellen, presidente do Federal Reserve (que saltou do 72º lugar em 2013 para sexto em 2014), Bill Gates, co-presidente da Bill & Melinda Gates Foundation (passou do sexto para o sétimo lugar), Mario Draghi, presidente do Banco Central da Europa (apareceu em nono em 2013), Sergey Brin, co-fundador e diretor de projetos do Google e Larry Page, CEO do Google, empatados em nono lugar (ambos apareciam na 17ª posição no ano passado), e David Cameron, premiê do Reino Unido (em 11º no ano passado). Veja a lista completa (em inglês).
O ranking deste ano nove mulheres, o mesmo número que em 2013, o que representa apenas 12% das pessoas mais poderosas do mundo. Em 2009, a lista tinha somente três mulheres. Esta é a primeira vez que duas mulheres - Merkel e Yellen - aparecem no top 10.
A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, aparece em 31º lugar – uma queda em relação à posição do ano passado, quando ela apareceu em 20º lugar. Entre as mulheres, entretanto, ela é considerada a terceira mais poderosa. Dilma está à frente do bilionário Ruper Murdoch e da chefe do FMI, Christine Lagarde.

A Forbes considera quatro fatores para selecionar as 72 pessoas: sobre quantas pessoas exercem poder; os recursos financeiros sob seu controle; se têm influência em mais de uma esfera; e como utilizam seu poder para mudar o mundo.

A lista completa tem 17 chefes de estado, 39 CEOs de empresas (entre eles 14 fundadores das companhias) e 29 bilionários.

Embora os Estados Unidos sejam o país com mais nomes na lista (26), a Forbes destaca a presença de 19 pessoas da região Ásia-Pacífico, incluindo seis empresários.

Entre as doze novidades do ranking de 2014 estão o primeiro-ministro indiano Narendra Modi (15º), o presidente da companhia Alibaba e homem mais rico da China, Jack Ma (30º), e o "califa" do grupo jihadista Estado Islámico (EI), Abu Bakr al-Baghdadi (54º).

 

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terça-feira, 4 de novembro de 2014

Reforma ministerial: Mercadante, Jaques Wagner e Cardozo devem formar tripé de suporte a Dilma

Analistas avaliam que presidente vai manter por perto seus homens de confiança

Carolina Martins, do R7, em Brasília
Dilma Rousseff deve reorganizar ministros na Esplanada dos Ministérios para contemplar novos aliados Valter Campanato / ABr.

A dança das cadeiras no primeiro escalão do governo deve começar nas próximas semanas e a presidente Dilma Rousseff já começou a articular a reforma ministerial para compor seu governo para o novo mandato. Ainda que a prioridade seja anunciar o substituto de Guido Mantega no Ministério da Fazenda, a presidente também deve alterar cargos com o objetivo de trazer para perto seus homens de confiança.
O suporte à presidente Dilma a partir do segundo mandato deve ser feito por um tripé de peso, segundo avaliam analistas políticos. Aloizio Mercadante (Casa Civil), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Jaques Wagner, que deixa o governo da Bahia no fim do ano após eleger seu sucessor, devem ser os homens de Dilma a partir de 2015.
Os três são próximos da presidente e se destacam nas funções que ocupam, por isso Dilma deve mantê-los por perto na reorganização dos cargos na Esplanada dos Ministérios.
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Mercadante chegou a ser ventilado como possível chefe da Fazenda. Mas, por ser um homem de confiança de Dilma Rousseff e ter habilidade na articulação política, especialistas acreditam que o ministro deve continuar no núcleo da articulação.
Para o professor de administração pública da UnB (Universidade de Brasília) José Matias-Pereira, Mercadante já mostrou que consegue um bom desempenho em qualquer área da Esplanada. Para o especialista, isso o credencia para ocupar qualquer pasta.
— Ele já mostrou que é uma espécie de polivalente. No governo PT, ela já ficou na Ciência e Tecnologia, já foi da Educação e agora está na Casa Civil. Ele acabou desempenhando um papel importante nessa fase final do primeiro mandato de Dilma e no próprio processo de reeleição, além de ser politicamente uma pessoa muito hábil.
Logo no início do segundo turno, Mercadante pediu licença do cargo para se dedicar exclusivamente à campanha de reeleição de Dilma.  Até fevereiro, ele era ministro da Educação, mas foi chamado pela presidente para assumir a Casa Civil, depois que a então ministra Gleisi Hoffmann se desvinculou para concorrer ao governo do Paraná.
Pelo fato de Mercadante ser quase um coringa, o economista Paulo Brasil não acredita que sua habilidade de negociação será desperdiçada na equipe econômica.
— Ele é um nome muito mais importante politicamente do que na equipe econômica.
Como também é um dos nomes pensados pelo PT para ser lançado em 2018, os analistas acreditam que Mercadante deve continuar assumindo papel importante e de destaque ao lado da presidente.
José Eduardo Cardozo foi um dos principais articuladores da campanha presidencial de Dilma em 2010 e logo foi nomeado para o Ministério da Justiça. Além de ter a confiança da presidente, o ministro permaneceu os quatro anos no cargo sem se envolver em nenhuma polêmica.
Jaques Wagner está desempregado a partir de janeiro de 2015 e por isso deve ser levado para uma das pastas que trabalha ao lado de Dilma, como a Casa Civil ou Relações Institucionais. Na avaliação do cientista político Matias-Pereira, o desempenho de Wagner durante os oitos anos à frente do governo da Bahia é motivo de prestígio.
— Vai ocupar um lugar bastante importante no segundo mandato de Dilma. Principalmente pelo desempenho eleitoral que ele teve, Jaques Wagner deve ser o chefe da Casa Civil, tem perfil para isso.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, e o ex-chefe de gabinete de Dilma, Giles Azevedo, que deixou o cargo para integrar o comando da campanha de reeleição, também devem ser mantidos próximos da presidente.
Cartas fora do baralho
Se os aliados "sem cargo" com bom desempenho eleitoral devem ser agraciados, os nomes que foram derrotados nas urnas não têm muitas chances no primeiro escalão. É o caso, por exemplo, do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, que perdeu no primeiro turno em São Paulo e ficou em terceiro lugar.
Os governadores petistas do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e de Brasília, Agnelo Queiroz, que não conseguiram ser reeleitos, além do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que também não conseguiu renovar o mandato, não devem ter espaço na Esplanada, de acordo com especialistas. A avaliação do professor Matias-Pereira é de que Dilma já tem aliados demais para abrigar nos ministérios.
— Ela vai governar com a base aliada mais fragmentada, e vai ter que efetivamente criar as condições para abrigar aqueles que virão agregar. Não vai haver espaço para abrigar aqueles que não triunfaram.
Atualmente com 39 ministérios, a presidente Dilma precisa distribuir os nomes de acordo com as necessidades da base aliada. O PMDB, maior partido aliado, deve ser o mais amplamente contemplado.
O cientista político da UnB David Fleischer avalia que os peemedebistas não vão se contentar com as pastas que já têm e é provável que Dilma precise aumentar a cota do partido de seu vice, Michel Temer.
— O problema é o PMDB, ele não quer mais do mesmo, quer mais e ponto-final. Vai querer mais ministérios e mais importantes, e quer a presidência da Câmara dos Deputados no ano que vem.
Além do PMDB, a presidente precisa acomodar outros sete partidos da sua coligação: PR, PRB, PROS, PDT, PCdoB, PP e PSD.
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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Médicos britânicos querem indicação de calorias em bebidas alcoólicas

  • Há 1 hora
Governo britânico e Comissão Europeia vão analisar possibilidade de incluir calorias em rótulos de bebidas
Médicos britânicos afirmam que bebidas alcoólicas vendidas no país deveriam ter uma indicação das calorias que contêm para reduzir a obesidade na Grã-Bretanha.
Os membros da Sociedade Real para Saúde Pública alertam que um copo grande de vinho pode conter cerca de 200 calorias, o mesmo de uma rosquinha doce recheada.
A secretária britânica de Saúde Pública, Jane Ellison, afirmou que já foram alcançados "grandes avanços" na colocação das calorias em rótulos de alimentos e o governo também vai analisar a questão das bebidas alcoólicas.
"É muito positivo ver que as pessoas querem mais informações que as ajudem a levar uma vida mais saudável. Fizemos grandes avanços nos rótulos de alimentos e os clientes agora podem ver as calorias que estão consumindo em muitos produtos."
"Já é possível para os produtores e revendedores de bebida alcoólica mostrarem o conteúdo calórico em seus rótulos, mas nós vamos continuar a analisar o que mais pode ser feito para ajudar as pessoas a fazerem escolhas mais saudáveis", acrescentou.
A indústria de bebidas alcoólicas afirmou que está aberta à ideia de indicar as calorias nos rótulos, mas acrescentou que acredita ser mais importante indicar o teor alcoólico.
A Grã-Bretanha é apontada como um dos países com maior número de obesos do mundo. Cerca de um quarto da população adulta britânica está classificada como obesa.
Leia mais: Estudo indica aumento de consumo de álcool em dias de exercícios

Leis europeias

De acordo com as leis da União Europeia, as bebidas alcoólicas não precisam ter em seus rótulos o número de calorias.
Mas a Comissão Europeia já está pensando em colocar esta informação nos rótulos de bebidas também.
Na Grã-Bretanha, a pesquisa da Sociedade Real para Saúde Pública sugere que a medida seria aprovada pelo público, que, em sua maioria, desconhece estes dados.
"É surpreendente, cerca de 80% dos adultos não sabem qual o número de calorias que está bebendo, e se eles acham que sabem, eles totalmente subestimam (as calorias ingeridas)", disse à BBC Shirley Cramer, presidente da organização.
Para Cramer a indicação das caloriaspode ajudar a reduzir a obesidade e o consumo de bebidas alcoólicas.
A sociedade realizou uma pequena experiência em um bar e observou que as pessoas que eram alertadas sobre o número de calorias nas bebidas consumiram 400 calorias a menos durante o tempo em que ficaram no bar.
Estimativas sugerem que 10% das calorias ingeridas por adultos têm sua origem em bebidas alcoólicas.
O Portman Group, que representa os fabricantes de bebidas alcoólicas na Grã-Bretanha, afirmou que pensa "seriamente" nas consequências da bebida para a saúde e já fornece informações de calorias em um website, o Drinkaware.
"Produtores de bebidas podem ter um papel importante na informação e educação dos consumidores e estão abertos a mais discussões sobre informações de calorias. Mas, é essencial que o teor alcoólico, e não as calorias, devam primeiramente informar o consumidor em sua decisão", afirmou o grupo em uma declaração.
"É preciso fazer muito mais para conscientizar a respeito dos conteúdos e dos danos que podem ser causados pelas bebidas alcoólicas", disse Jackie Ballard, diretora da organização de caridade britânica Alcohol Concern.
"Você entra em qualquer loja e as calorias, quantidade de gordura, açúcar e muito mais estão atrás dos pacotes de alimentos e não vemos porque deveria ser diferente com as bebidas", acrescentou.

domingo, 2 de novembro de 2014

Rebelião no PMDB é motivo de reunião entre Temer e a bancada

31/10/2014 13:50
Por Redação - de Brasília

Michel Temer
O vice-presidente, Michel Temer, quer a presença do PMDB na coordenação política

Vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, o advogado Michel Temer tenta conter uma rebelião na legenda, em marcha desde a vitória da presidenta Dilma, no último domingo. Temer convocou uma reunião com o conselho político do partido para a próxima quarta-feira, no Palácio do Jaburu, para minar a candidatura à presidência da Câmara do líder do partido, Eduardo Cunha (RJ), ligado aos setores mais retrógrados do partido. Foram convocados senadores, governadores e deputados federais eleitos com o objetivo de cumprir um acordo no qual a Presidência do Senado permanece com o PMDB e a da Câmara, com o PT, seguindo a tradição de que o comando deve ser dado ao partido com a maior bancada.
A missão é difícil. No início da semana, deputados federais da bancada peemedebista se uniram em torno do líder Eduardo Cunha para, na prática, impor a candidatura dele à Presidência da Casa. Negociar, porém, é possível, uma vez que estes parlamentares são os principais interessados na manutenção de cargos e regalias no governo. Há, porém, algumas mágoas a reparar. A falta de apoio do PT ao PMDB na disputa eleitoral em alguns Estados causou estragos no maior partido da base aliada e este fator agora se reflete nos resultados do plenário da Câmara dos Deputados, com a demonstração de força do deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que infligiu uma derrota ao governo, na terça-feira, e ameaça colocar em votação matérias que terão impacto direto nas contas da presidenta Dilma Rousseff.
Para semana que vem, está prevista a votação do orçamento impositivo, projeto que obriga o Executivo a repassar o dinheiro das emendas parlamentares que forem aprovadas pelo Congresso no orçamento anual do governo. Hoje em dia, o governo não tem essa obrigação e segue o orçamento aprovado por deputados e senadores apenas como uma recomendação de gastos.
Presidente da Câmara, Alves é um dos peemedebistas que saíram derrotados da eleição e devem cobrar a conta do governo. Ele disputou o governo do Rio Grande do Norte e perdeu no segundo turno para Robinson Faria (PSD), que recebeu o apoio do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na análise do cientista político da Universidade de Brasília (UnB) David Fleischer, conversando com jornalistas, com um presidente ressentido na Câmara dos Deputados, a vida de Dilma vai se complicar até o final do primeiro mandato.
– O PMDB sai da eleição bastante aborrecido. Ele (Henrique Alves) vai dificultar muita coisa na Câmara. Naturalmente, Dilma e o PT não vão esperar nada dele – disse.
Analistas também avaliam que há casos de estranhamento entre PT e PMDB em outros Estados que vão ser resolvidos no Congresso. Por isso, o professor de administração pública da UnB José Matias-Pereira acredita que os próximos dois meses vão exigir muita negociação do Planalto.
– As mágoas que ele [Eduardo Alves] está trazendo não são só dele, muitos políticos da base do governo que estão chegando bastante arranhados. Serão dois meses nos quais o nível de inquietação vai ser alto. Como presidente da Câmara, ele tem essa prerrogativa de tirar da gaveta matérias que eventualmente poderiam criar problemas, inclusive no próprio controle das contas públicas – disse ao site R7.
Novas ameaças
Um outro projeto com impacto direto nas contas do Executivo está na pauta da próxima semana. Trata-se da Propostas de Emenda à Constituição (PEC) 170, que altera a Constituição e garante proventos integrais às pessoas que se aposentarem por invalidez. Atualmente, os aposentados nessa categoria recebem o benefício de acordo com o tempo que contribuíram com a Previdência Social. A PEC 155, que acaba com a contribuição previdenciária dos servidores públicos inativos, também pode entrar na pauta. Na última terça-feira, o governo sofreu a primeira derrota após a reeleição de Dilma ao ter o projeto de criação de conselhos populares derrubado pelos deputados.
Diante das novas ameaças na Câmara e preocupado com os custo que a mágoa do PMDB pode gerar no orçamento, o ministro Casa Civil, Aloizio Mercadante, chamou o presidente da Câmara para uma reunião na véspera. Segundo Alves, Mercadante quis saber quais serão os assuntos que entrarão na pauta nos próximos dias e pediu “ponderação” sobre projetos que podem comprometer as contas públicas.
– A preocupação que ele revelou foi com as questões fiscais, o que preocupa muito em votações que venham, portanto, comprometer (as contas do governo) – disse Alves aos repórteres.
Mas a conversa nos bastidores é a de que praticamente toda a bancada do PMBD está insatisfeita com o governo e não pretende dar refresco para a presidenta reeleita. Eduardo Cunha (PMDB-RJ) segue com a intenção de promover novos levantes levantes na bancada contra a orientação do governo nas votações em plenário. Em junho deste ano, Cunha foi um dos principais articuladores para derrubar o projeto de Marco Civil da Internet, o que exigiu muita negociação, com participação até de ministros do governo. Para o ano que vem, Eduardo Cunha quer a presidência da Casa.
Barganhas
A Presidência da Câmara é um cargo que pode virar tema de barganha entre PT e PMDB. O PMDB já deu carta branca para Eduardo Cunha articular sua candidatura entre os colegas deputados. No entanto, o PT já sinalizou que quer brigar pelo cargo, reivindicando o direito de presidir a Casa por ter a maior bancada e a alternância de poder, já que PMDB ficou com a presidência no último biênio. Partidos de oposição também não descartam formar um bloco e lançar um nome para a disputa.
Ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho minimizou, nesta manhã, a crise entre PT e PMDB na Câmara dos Deputados. Ele acredita que a derrota na questão dos conselhos populares foi um caso isolado.
– Alguns setores do PMDB tomaram a decisão de nos derrotar, eu não confundo isso com o conjunto do partido até porque o PMDB é muito mais que um aliado, é parte do governo na medida que o vice-presidente Michel Temer preside também o PMDB – acredita.
Em junho do ano passado, quando o PMDB confirmou o nome de Temer na chapa de Dilma, a insatisfação de parte do diretório nacional ficou clara nas urnas. Das 673 pessoas que votaram na convenção nacional, 275 preferiam que o PMDB se descolasse do PT nas eleições – o equivalente a 40% dos votos válidos.

sábado, 1 de novembro de 2014

TSE critica PSDB e deve rejeitar pedido de auditoria


Publicação 01/11/2014 - 07h12 Atualizado 01/11/2014 - 08h12

O pedido de auditoria no segundo turno eleitoral feito pelo PSDB não encontrou eco no Tribunal Superior Eleitoral. Quatro dos sete ministros da Corte já dizem nos bastidores, em observações críticas ao partido de Aécio Neves, que a tendência é de que o pedido seja rejeitado já na sessão da próxima terça-feira.
"Não há nada que comprometa" a lisura do processo eleitoral, avaliou o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro João Otávio de Noronha. Na ação levada à Justiça Eleitoral, o PSDB cobra a abertura de um processo para verificar os sistemas de votação e de totalização dos votos, com a criação de uma comissão de especialistas indicados pelos partidos políticos para analisar os dados solicitados à Justiça eleitoral. Parte dos documentos pedidos pelo partido, como os boletins de urna, é de acesso público na internet. Outros podem ser requisitados pelos partidos, com base nas resoluções do TSE.
A avaliação inicial na Corte é de indignação com o pedido dos tucanos. Noronha chegou a classificar como "prejudicial" à democracia o pedido. Outros ministros usam a expressão "desserviço" e "antidemocrático" para se referir ao pedido, mas destacam que o plenário vai discutir o tema inclusive para "esclarecer" o processo eleitoral à sociedade. Pela leitura da peça elaborada pelo PSDB e notícias divulgadas, ministros avaliam que não há "nenhum fato concreto" que motive uma autoria.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.