Aquidauana News)
Segunda-feira, dia 12 de Julho de 2010 às 17:20hs
O prefeito de Aquidauana, Fauzi Suleiman (PMDB) recebeu na última quarta-feira (07) a visita do coronel da reserva do exército, médico e odontólogo Edson Nogueira Paim.
Com uma rica história política e pessoal, Edson Paim acumula em seu currículo experiências das mais diversificadas. Nos anos de 1948 e 49, no então 9º GACAV/75 em Aquidauana, iniciou sua carreira militar, passando de soldado a cabo em rápida ascensão. “Fui cabo apenas com a escolaridade primária. Só depois, em 1950, já em Campo Grande, fiz o curso do antigo madureza e passei a 2º sargento. Em 1951, no Rio de Janeiro, fiz o curso de técnico em contabilidade que conclui em 1953. Depois entre 1954 a 1956 fiz a Faculdade de Odontologia Fluminense, quando foui colega do Odilon Penteado e do Hélio Codorniz”, conta ele.
Depois disso, Edson Paim chegou à função de 1º tenente dentista no 9º BEComb de Aquidauana. Em 1963 foi promovido a capitão dentista. Nesse período já estava predestinado à militância na política, quando ocupou o cargo de vice-presidente do PTB de Aquidauana. Foi candidato a deputado estadual levantando a bandeira da criação do Município de Anastácio. “Como não foi eleito, passei essa missão para o deputado eleito Carlos Medeiros”, lembra ele.
Paim foi preso durante o golpe militar de 1964, ficando preso por 66 dias e, em 1966, fui absolvido pela Auditoria da 9ª Região Militar de Campo Grande. Entrou com pedido de reparação na Comissão de Anistia e teve seu pedido deferido. “A partir dessa sentença, minha história política está resgatada. Recebi o perdão do Estado Brasileiro pelas injustiças cometidas durante o período da ditadura militar e ainda terei ressarcidos os honorários que me foram subtraídos”, disse ele sem demonstrar, entretanto, qualquer vestígio de mágoas desse período.
Chegou à formação acadêmica do curso de medicina do Rio de Janeiro e entre os anos de 1967/72, fez residência médica mo hospital Souza Aguiar como médico clínico e geriátrico. Depois fez doutorado na UFF – Universidade Federal Fluminense e aprovado como professor adjunto na mesma.
Fonte: Agecom Segunda-feira, dia 12 de Julho de 2010 às 17:20hs
quinta-feira, 15 de julho de 2010
quarta-feira, 17 de março de 2010
Calvície precoce pode indicar menor risco de câncer de próstata
Homens que apresentam sinais de calvície antes dos 30 anos podem ter menos chance de desenvolver câncer de próstata, segundo um estudo da Escola de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, e divulgado na publicação especializada Cancer Epidemiology.
Os pesquisadores estudaram 2 mil homens entre 40 e 47 anos de idade e notaram uma aparente ligação entre o alto nível do hormônio masculino testosterona - presente nos homens que se tornam calvos mais cedo - e um risco mais baixo de ter a doença.
Metade dos homens que participaram do estudo sofreu de câncer de próstata. Os pesquisadores compararam a incidência de tumores entre aqueles que disseram ter começado a perder cabelo antes dos 30 e aqueles que não relataram ter sofrido queda.
Aqueles que começaram a ficar calvos até os 30 apresentavam um risco entre 29% e 45% menor de desenvolver câncer de próstata.
Raiz da calvície
Os pesquisadores acreditam que entre 25% e 30% dos homens apresentam sinais de calvície até os 30 anos de idade. Metade dos homens terá sofrido significativa queda de cabelo até os 50 anos de idade.
A calvície ocorre quando os folículos capilares são expostos a uma quantidade muito grande de dihidrotestosterona (DHT) - uma substância produzida pela testosterona.
Especialistas acreditam que homens com níveis mais altos de testosterona estão mais propensos a perder cabelo, especialmente se houver casos de calvície na família.
É comum que pacientes de câncer de próstata façam terapia para reduzir os níveis de testosterona porque o hormônio pode acelerar o crescimento de alguns tumores, uma vez que eles apareçam.
Mas este estudo sugere que os altos níveis de testosterona desde uma tenra idade podem, na verdade, proteger contra a doença.
"Claramente, a idade em que um homem começa a perder o cabelo é, infelizmente, (indicador de) um fator de risco para o câncer de próstata sobre o qual não temos nenhum controle", disse Helen Rippon, chefe da administração de pesquisas da fundação britânica The Prostate Cancer.
"Se os resultados (da pesquisa) estiverem corretos, eles podem ser úteis para aumentar nossa compreensão sobre como a testosterona se comporta no corpo humano e como pode afetar diferentes tecidos."
Alison Ross, da fundação de pesquisa britânica Cancer Research UK, disse que a ligação entre o câncer de próstata e a calvície ainda é desconhecida, porque estudos anteriores apresentaram um resultado exatamente oposto a este.
"Os resultados (do novo estudo americano) são baseados em perguntar a homens com idade entre 40 e 70 anos se eles se lembram se começaram a ficar calvos aos 30 anos, o que não significa uma medida muito confiável", disse ela.
* do UOL Notícias
Os pesquisadores estudaram 2 mil homens entre 40 e 47 anos de idade e notaram uma aparente ligação entre o alto nível do hormônio masculino testosterona - presente nos homens que se tornam calvos mais cedo - e um risco mais baixo de ter a doença.
Metade dos homens que participaram do estudo sofreu de câncer de próstata. Os pesquisadores compararam a incidência de tumores entre aqueles que disseram ter começado a perder cabelo antes dos 30 e aqueles que não relataram ter sofrido queda.
Aqueles que começaram a ficar calvos até os 30 apresentavam um risco entre 29% e 45% menor de desenvolver câncer de próstata.
Raiz da calvície
Os pesquisadores acreditam que entre 25% e 30% dos homens apresentam sinais de calvície até os 30 anos de idade. Metade dos homens terá sofrido significativa queda de cabelo até os 50 anos de idade.
A calvície ocorre quando os folículos capilares são expostos a uma quantidade muito grande de dihidrotestosterona (DHT) - uma substância produzida pela testosterona.
Especialistas acreditam que homens com níveis mais altos de testosterona estão mais propensos a perder cabelo, especialmente se houver casos de calvície na família.
É comum que pacientes de câncer de próstata façam terapia para reduzir os níveis de testosterona porque o hormônio pode acelerar o crescimento de alguns tumores, uma vez que eles apareçam.
Mas este estudo sugere que os altos níveis de testosterona desde uma tenra idade podem, na verdade, proteger contra a doença.
"Claramente, a idade em que um homem começa a perder o cabelo é, infelizmente, (indicador de) um fator de risco para o câncer de próstata sobre o qual não temos nenhum controle", disse Helen Rippon, chefe da administração de pesquisas da fundação britânica The Prostate Cancer.
"Se os resultados (da pesquisa) estiverem corretos, eles podem ser úteis para aumentar nossa compreensão sobre como a testosterona se comporta no corpo humano e como pode afetar diferentes tecidos."
Alison Ross, da fundação de pesquisa britânica Cancer Research UK, disse que a ligação entre o câncer de próstata e a calvície ainda é desconhecida, porque estudos anteriores apresentaram um resultado exatamente oposto a este.
"Os resultados (do novo estudo americano) são baseados em perguntar a homens com idade entre 40 e 70 anos se eles se lembram se começaram a ficar calvos aos 30 anos, o que não significa uma medida muito confiável", disse ela.
* do UOL Notícias
sábado, 11 de abril de 2009
Palocci é melhor nome do PT para eleição em SP, diz Marta
da Folha de S.Paulo
Ao lado do deputado federal Antonio Palocci, um dos nomes petistas cotados para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes em 2010, a ex-prefeita Marta Suplicy afirmou que será a coordenadora da pré-campanha de Dilma Rousseff no Estado e fez críticas ao tucano José Serra.
Segundo Marta disse em evento na Assembleia paulista, ela percorrerá São Paulo, a pedido do presidente Lula, para engajar as bases do partido na pré-candidatura da ministra da Casa Civil ao Planalto e "apontar as falhas" do governo Serra no Estado. O tucano está à frente na corrida presidencial.
Marta também afirmou que Palocci é o melhor nome do PT para a sucessão de Serra no Estado. Mas o ex-ministro da Fazenda, que evitou críticas ao tucano no evento, não quis confirmar a pré-candidatura: "Não vou liderar [o processo de escolha do nome]. O partido é totalmente livre para o debate. Acho que está muito cedo. Não estou me colocando essa questão neste momento."
Questionado sobre se tem ou não "disposição" para concorrer, o deputado afirmou: "Não vou dizer que nunca passou pela cabeça, mas falta um ano e meio ainda, é muito tempo. A escolha de candidatos do PT será só no ano que vem".
A ex-prefeita fez críticas às gestões tucanas e ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM). "Onde está o bom governo em São Paulo? Veja a situação das Santas Casas, por exemplo", disse.
Marta e Palocci participaram de um debate sobre a crise econômica organizado pelo deputado Rui Falcão, líder do PT na Assembleia.
Ao lado do deputado federal Antonio Palocci, um dos nomes petistas cotados para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes em 2010, a ex-prefeita Marta Suplicy afirmou que será a coordenadora da pré-campanha de Dilma Rousseff no Estado e fez críticas ao tucano José Serra.
Segundo Marta disse em evento na Assembleia paulista, ela percorrerá São Paulo, a pedido do presidente Lula, para engajar as bases do partido na pré-candidatura da ministra da Casa Civil ao Planalto e "apontar as falhas" do governo Serra no Estado. O tucano está à frente na corrida presidencial.
Marta também afirmou que Palocci é o melhor nome do PT para a sucessão de Serra no Estado. Mas o ex-ministro da Fazenda, que evitou críticas ao tucano no evento, não quis confirmar a pré-candidatura: "Não vou liderar [o processo de escolha do nome]. O partido é totalmente livre para o debate. Acho que está muito cedo. Não estou me colocando essa questão neste momento."
Questionado sobre se tem ou não "disposição" para concorrer, o deputado afirmou: "Não vou dizer que nunca passou pela cabeça, mas falta um ano e meio ainda, é muito tempo. A escolha de candidatos do PT será só no ano que vem".
A ex-prefeita fez críticas às gestões tucanas e ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM). "Onde está o bom governo em São Paulo? Veja a situação das Santas Casas, por exemplo", disse.
Marta e Palocci participaram de um debate sobre a crise econômica organizado pelo deputado Rui Falcão, líder do PT na Assembleia.
sábado, 6 de dezembro de 2008
O que dizer a nossos filhos?
Maria L. São Thiago (Tribuna da Imprensa Online)
"Minha terra tem palmeiras / Onde canta o sabiá". Este é o Brasil? O poeta Gonçalves Dias, que nele acreditava, e estes versos escreveu para a fama, morreu durante um naufrágio, nas costas do Maranhão, quando o navio quase aportava, morreu aos quarenta e um anos, voltando do estrangeiro, sem conseguir chegar a alcançar o Brasil, sua terra.
Já o poeta Fagundes Varela, que morreu de tanto beber, de tanto desencanto, caído numa noite de temporal em uma sarjeta qualquer, pouco antes de falecer em casa, aos trinta e quatro anos, o país que ele deixou escrito foi este: "Embora o sopro ardente da calúnia / Crestasse os sonhos meus / Nunca descri do bem e da justiça".
Cresci ouvindo minha mãe e minhas tias falarem numa possível descendência da família que passava por Fagundes Varela, mas nunca tive ouvidos suficientes para isso, na verdade nunca me interessei pelo que pudesse ser confundido com o que a aparência das coisas pode correr o risco de ostentar. Mas, hoje, que já passei pela terra da infância, que já me esqueci de todas as velhas histórias que minhas tias nem contam mais nos aniversários que fazem, porque algumas até já se foram, hoje que eu estou na casa dos quarenta anos – o que era tão distante de mim na infância – , hoje que desci do apartamento onde moro, tão longe de minha história, hoje quando fui comprar a Tribuna da Imprensa no jornaleiro da esquina, e li: "Essa Tribuna vai parar momentaneamente" , pensei em meio às ruas com seus carros
gritando: Fagundes Varela. É. Preciso hoje desesperadamente descender de seu sangue, mesmo que só continue lembrando as más línguas das sarjetas, pois quero em alguma parte de mim, em algum lugar inalcançado, misterioso, em algum lugar recôndito do meu mais fundo, quero que eu possa encontrar algum resquício do que é: "Nunca descri do Bem e da Justiça". Pois eu ainda quero crer.
Eu ainda quero dar o bem e a justiça para o meu filho e não apenas palavras embaladas num desenho animado e nas quais só um super-herói de animação acredita. Eu preciso dar ao meu filho, vejam bem, um país onde se possa encontrar algum tipo de bem e de justiça, porque eu, como meu pai na minha infância, prometi a ele um mundo de homens e mulheres de bem. Fomos nós, eu e meu parceiro, que concebemos este filho, quem o trouxe à luz, agora como posso desligar a luz dele?
Sim, porque ontem, ao chegar em casa sem o jornal e com a notícia de que a Tribuna da Imprensa depois de sessenta anos, vinte um mil e novecentos dias, iria ter de parar momentaneamente, fui pega no desconcerto pelo meu filho, que me perguntou de chofre: "mas mãe, como é que um jornal que está lá no meu livro de História do colégio, pode não ter justiça dentro desse país?"
A Tribuna da Imprensa fez justiça com a história do nosso país, veio relatando-a com a maior autenticidade possível sem dobrar-se faustianamente a qualquer instituição que seja, ela deu voz a quem permanecia sem escuta. Então como a justiça pode negar-se agora a si própria? O que vamos responder aos nossos filhos, aos nossos netos que ainda continuarão a ler nos seus livros de História tal qual está lá que: "A imprensa foi personagem importante na polarização dos debates políticos da época, principalmente o jornal Tribuna da Imprensa (...)"? O que vamos dizer a eles, que deixamos perecer com a justiça uma parte de nós?
O que eu desejo para o meu filho, o que milhões de pessoas no mundo inteiro desejam, se amam de fato seus filhos, é que eles, como o poeta, nunca precisem descrer do bem, descrer da justiça.
Porque descrer me parece ser a pior sarjeta em que se pode cair.
Vamos lá, Rio de Janeiro, vamos lá Brasil inteiro, vamos lá, as vozes de toda a imprensa, no reino de qual gaveta deixaremos guardada mofando a nossa justiça desta vez e sempre mais?
http://oficiodescrita.blogspot.com/
ms.thiago@bol.com.br
"Minha terra tem palmeiras / Onde canta o sabiá". Este é o Brasil? O poeta Gonçalves Dias, que nele acreditava, e estes versos escreveu para a fama, morreu durante um naufrágio, nas costas do Maranhão, quando o navio quase aportava, morreu aos quarenta e um anos, voltando do estrangeiro, sem conseguir chegar a alcançar o Brasil, sua terra.
Já o poeta Fagundes Varela, que morreu de tanto beber, de tanto desencanto, caído numa noite de temporal em uma sarjeta qualquer, pouco antes de falecer em casa, aos trinta e quatro anos, o país que ele deixou escrito foi este: "Embora o sopro ardente da calúnia / Crestasse os sonhos meus / Nunca descri do bem e da justiça".
Cresci ouvindo minha mãe e minhas tias falarem numa possível descendência da família que passava por Fagundes Varela, mas nunca tive ouvidos suficientes para isso, na verdade nunca me interessei pelo que pudesse ser confundido com o que a aparência das coisas pode correr o risco de ostentar. Mas, hoje, que já passei pela terra da infância, que já me esqueci de todas as velhas histórias que minhas tias nem contam mais nos aniversários que fazem, porque algumas até já se foram, hoje que eu estou na casa dos quarenta anos – o que era tão distante de mim na infância – , hoje que desci do apartamento onde moro, tão longe de minha história, hoje quando fui comprar a Tribuna da Imprensa no jornaleiro da esquina, e li: "Essa Tribuna vai parar momentaneamente" , pensei em meio às ruas com seus carros
gritando: Fagundes Varela. É. Preciso hoje desesperadamente descender de seu sangue, mesmo que só continue lembrando as más línguas das sarjetas, pois quero em alguma parte de mim, em algum lugar inalcançado, misterioso, em algum lugar recôndito do meu mais fundo, quero que eu possa encontrar algum resquício do que é: "Nunca descri do Bem e da Justiça". Pois eu ainda quero crer.
Eu ainda quero dar o bem e a justiça para o meu filho e não apenas palavras embaladas num desenho animado e nas quais só um super-herói de animação acredita. Eu preciso dar ao meu filho, vejam bem, um país onde se possa encontrar algum tipo de bem e de justiça, porque eu, como meu pai na minha infância, prometi a ele um mundo de homens e mulheres de bem. Fomos nós, eu e meu parceiro, que concebemos este filho, quem o trouxe à luz, agora como posso desligar a luz dele?
Sim, porque ontem, ao chegar em casa sem o jornal e com a notícia de que a Tribuna da Imprensa depois de sessenta anos, vinte um mil e novecentos dias, iria ter de parar momentaneamente, fui pega no desconcerto pelo meu filho, que me perguntou de chofre: "mas mãe, como é que um jornal que está lá no meu livro de História do colégio, pode não ter justiça dentro desse país?"
A Tribuna da Imprensa fez justiça com a história do nosso país, veio relatando-a com a maior autenticidade possível sem dobrar-se faustianamente a qualquer instituição que seja, ela deu voz a quem permanecia sem escuta. Então como a justiça pode negar-se agora a si própria? O que vamos responder aos nossos filhos, aos nossos netos que ainda continuarão a ler nos seus livros de História tal qual está lá que: "A imprensa foi personagem importante na polarização dos debates políticos da época, principalmente o jornal Tribuna da Imprensa (...)"? O que vamos dizer a eles, que deixamos perecer com a justiça uma parte de nós?
O que eu desejo para o meu filho, o que milhões de pessoas no mundo inteiro desejam, se amam de fato seus filhos, é que eles, como o poeta, nunca precisem descrer do bem, descrer da justiça.
Porque descrer me parece ser a pior sarjeta em que se pode cair.
Vamos lá, Rio de Janeiro, vamos lá Brasil inteiro, vamos lá, as vozes de toda a imprensa, no reino de qual gaveta deixaremos guardada mofando a nossa justiça desta vez e sempre mais?
http://oficiodescrita.blogspot.com/
ms.thiago@bol.com.br
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Ainda o passado da mídia golpista (Argemiro Ferreira - Tribuna da Imprensa Online)
Haveria mais reflexões a fazer sobre os quase 60 anos da TRIBUNA e o papel submisso da imprensa golpista, que se acha valente hoje na trama contra um governo democrático apoiado por 80% da população mas nos 20 anos da ditadura militar, depois do golpe de 1964 contra um presidente legítimo, aplaudiu cada um dos cinco ditadores que matavam e torturavam (além de censurar a própria mídia).
Da mesma forma como hoje chega ao cinismo de denunciar inexistentes ameaças à liberdade de imprensa, naquela passado sinistro recebia visitas diárias de censores militares à redação e jurava ao mundo, em suas primeiras páginas, haver no Brasil um regime democrático com imprensa livre. E por festejar o falso milagre brasileiro dos ditadores, essa mídia foi premiada com seus atuais impérios.
Os primeiros jornais a desaparecerem depois de 1964 foram "Última Hora" e "Correio da Manhã". Ousaram desafinar no coro da submissão aos novos donos do poder. O caso da "Última Hora" - a cadeia de jornais criada por Samuel Wainer - foi expressivo ter sido a única grande empresa jornalística a repudiar o golpe, já que apoiara o governo João Goulart, derrubado pelos generais.
Da resistência à promiscuidade
O "Correio", ao contrário, era duro na crítica, tendo dado um "Basta!" e gritado "Fora!" em dois editoriais vigorosos. Mas teve o mérito de se indignar contra os excessos e abusos do novo regime, inclusive a primeira onda de torturas. Com o dono da UH exilado em Paris - até inclinado, inicialmente, a fazer concessões para retornar - a responsabilidade da resistência ficou para o "Correio".
O cronista Carlos Heitor Cony agigantou-se no desafio, apoiado pela equipe - Edmundo Moniz, Otto Maria Carpeaux, Márcio Moreira Alves, Hermano Alves, etc, Niomar Moniz Sodré à frente. Esgotada sua fase inicial, o regime reciclou-se com o Ato 2 (fim dos partidos e cassações em seguida à derrota eleitoral de 1965) e o AI-5 de 13 de dezembro de 1968, já sob o segundo ditador (Costa e Silva).
Por causa de sua resistência consequente, o "Correio" passou a viver sua agonia lenta nas mãos de empreiteiros ligados ao regime (os irmãos Alencar-Bobagem), que o arrendaram para obter favores oficiais e adoçar negociatas. Na mesma data do Ato 5, o "Jornal do Brasil" lançou então seu desafio histórico, a edição do dia 14, pessoalmente ordenada pela condessa Pereira Carneiro.
Com a prisão do editor Alberto Dines e do diretor José Sette Câmara, o JB recuou. O preço da libertação dos dois foi a rendição do jornal. Encerrou-se então o único desafio real do JB à ditadura. Para a TRIBUNA, determinada a resistir, o 13 de dezembro significou o início de 10 anos de censura - e da sucessão de prisões e confinamentos de Helio Fernandes.
Prédios novos e Brasil grande
O diretor da TRIBUNA fora impedido três anos antes de ser candidato ao Congresso - na mesma eleição que dera cadeiras a dois jornalistas do "Correio" na Câmara e a mais dois na Assembléia do Rio. E enquanto tudo isso acontecia, "O Globo" nada tinha a reclamar. O seu novo canal de televisão ia muito bem, obrigado, em intimidade promíscua com a ditadura militar.
Foi a fase das definições, cada um vendia a alma ao diabo como podia. A "Veja" começava. "O Globo", empurrado pelo parceiro Time-Life, engordava sua TV, porta-voz oficiosa da ditadura. A "Folha de S. Paulo" preparava-se para descobrir a vocação para o poder, através de um dedo-duro residente. O concorrente "Estado de S. Paulo" tinha sua facção no regime, apesar de prejudicado pelas ligações com Carlos Lacerda, em desgraça.
A TRIBUNA, sob censura, ficou isolada - sem qualquer solidariedade dos outros, expectadores omissos. Alternativos novos nasciam e morriam ("Folha da Semana", "Politika", "Crítica", etc.), sem falar no miraculoso "Pasquim", que apostou no ridículo do regime ao nascer, deu um salto para 200, 300 mil exemplares e recuou a menos da metade ao ser vítima de censura e repressão.
"Opinião" nasceu no fim de 1972, quando os jornalões festejavam em seus prédios novos a euforia do Brasil Grande do ditador Garrastazu Médici e omitiam as informações sobre torturas e abusos. Previa-se uma venda de 20 mil exemplares, mas ela cresceu imediatamente para 40 mil, tal era a fome de notícias verdadeiras da parte dos leitores e a sonegação delas pelos jornalões.
A intimidação pelo exemplo
Como a circulação de "Opinião", mesmo sob censura (imposta a partir de seu número 8), se mantinha, o jornal viu o castigo ampliar-se com censura mais devastadora - a cargo do Centro de Informações do Exército (CIEx) em Brasília. A receita serviria ainda, depois, para outros que se atrevessem a imitar o exemplo - "Ex", "Extra", "Movimento", "Reunião", "Versus", "Argumento", "Coojornal", "Em Tempo", etc.
Os jornalões fizeram os piores papéis (deles, só Estadão e "Veja" chegaram a ter censura direta). O JB foi ao extremo de entregar à Polícia uma primeira página inteira para as "confissões" de um espião da CIA, Adauto Santos, infiltrado no PCB (até a diagramação viera pronta). E quando o ex-deputado Rubens Paiva morreu de tortura o JB fez ao regime o favor de assumir como sua a versão oficial de que fora baleado ao tentar fugir.
O diretor-presidente M. F. Nascimento Brito não hesitou em sair pelo mundo a negar (até como diretor da Sociedade Interamericana de Imprensa) que havia censura no Brasil. Achava que em troca teria sua rede de TV para competir com a Globo. Mas era impossível bater a subserviência dos Marinho, cuja façanha maior fracassaria em 1982 - a fraude para derrotar Brizola no Rio e "eleger" o candidato da ditadura, Moreira Franco, no escândalo Pro-Consult.
Da mesma forma como hoje chega ao cinismo de denunciar inexistentes ameaças à liberdade de imprensa, naquela passado sinistro recebia visitas diárias de censores militares à redação e jurava ao mundo, em suas primeiras páginas, haver no Brasil um regime democrático com imprensa livre. E por festejar o falso milagre brasileiro dos ditadores, essa mídia foi premiada com seus atuais impérios.
Os primeiros jornais a desaparecerem depois de 1964 foram "Última Hora" e "Correio da Manhã". Ousaram desafinar no coro da submissão aos novos donos do poder. O caso da "Última Hora" - a cadeia de jornais criada por Samuel Wainer - foi expressivo ter sido a única grande empresa jornalística a repudiar o golpe, já que apoiara o governo João Goulart, derrubado pelos generais.
Da resistência à promiscuidade
O "Correio", ao contrário, era duro na crítica, tendo dado um "Basta!" e gritado "Fora!" em dois editoriais vigorosos. Mas teve o mérito de se indignar contra os excessos e abusos do novo regime, inclusive a primeira onda de torturas. Com o dono da UH exilado em Paris - até inclinado, inicialmente, a fazer concessões para retornar - a responsabilidade da resistência ficou para o "Correio".
O cronista Carlos Heitor Cony agigantou-se no desafio, apoiado pela equipe - Edmundo Moniz, Otto Maria Carpeaux, Márcio Moreira Alves, Hermano Alves, etc, Niomar Moniz Sodré à frente. Esgotada sua fase inicial, o regime reciclou-se com o Ato 2 (fim dos partidos e cassações em seguida à derrota eleitoral de 1965) e o AI-5 de 13 de dezembro de 1968, já sob o segundo ditador (Costa e Silva).
Por causa de sua resistência consequente, o "Correio" passou a viver sua agonia lenta nas mãos de empreiteiros ligados ao regime (os irmãos Alencar-Bobagem), que o arrendaram para obter favores oficiais e adoçar negociatas. Na mesma data do Ato 5, o "Jornal do Brasil" lançou então seu desafio histórico, a edição do dia 14, pessoalmente ordenada pela condessa Pereira Carneiro.
Com a prisão do editor Alberto Dines e do diretor José Sette Câmara, o JB recuou. O preço da libertação dos dois foi a rendição do jornal. Encerrou-se então o único desafio real do JB à ditadura. Para a TRIBUNA, determinada a resistir, o 13 de dezembro significou o início de 10 anos de censura - e da sucessão de prisões e confinamentos de Helio Fernandes.
Prédios novos e Brasil grande
O diretor da TRIBUNA fora impedido três anos antes de ser candidato ao Congresso - na mesma eleição que dera cadeiras a dois jornalistas do "Correio" na Câmara e a mais dois na Assembléia do Rio. E enquanto tudo isso acontecia, "O Globo" nada tinha a reclamar. O seu novo canal de televisão ia muito bem, obrigado, em intimidade promíscua com a ditadura militar.
Foi a fase das definições, cada um vendia a alma ao diabo como podia. A "Veja" começava. "O Globo", empurrado pelo parceiro Time-Life, engordava sua TV, porta-voz oficiosa da ditadura. A "Folha de S. Paulo" preparava-se para descobrir a vocação para o poder, através de um dedo-duro residente. O concorrente "Estado de S. Paulo" tinha sua facção no regime, apesar de prejudicado pelas ligações com Carlos Lacerda, em desgraça.
A TRIBUNA, sob censura, ficou isolada - sem qualquer solidariedade dos outros, expectadores omissos. Alternativos novos nasciam e morriam ("Folha da Semana", "Politika", "Crítica", etc.), sem falar no miraculoso "Pasquim", que apostou no ridículo do regime ao nascer, deu um salto para 200, 300 mil exemplares e recuou a menos da metade ao ser vítima de censura e repressão.
"Opinião" nasceu no fim de 1972, quando os jornalões festejavam em seus prédios novos a euforia do Brasil Grande do ditador Garrastazu Médici e omitiam as informações sobre torturas e abusos. Previa-se uma venda de 20 mil exemplares, mas ela cresceu imediatamente para 40 mil, tal era a fome de notícias verdadeiras da parte dos leitores e a sonegação delas pelos jornalões.
A intimidação pelo exemplo
Como a circulação de "Opinião", mesmo sob censura (imposta a partir de seu número 8), se mantinha, o jornal viu o castigo ampliar-se com censura mais devastadora - a cargo do Centro de Informações do Exército (CIEx) em Brasília. A receita serviria ainda, depois, para outros que se atrevessem a imitar o exemplo - "Ex", "Extra", "Movimento", "Reunião", "Versus", "Argumento", "Coojornal", "Em Tempo", etc.
Os jornalões fizeram os piores papéis (deles, só Estadão e "Veja" chegaram a ter censura direta). O JB foi ao extremo de entregar à Polícia uma primeira página inteira para as "confissões" de um espião da CIA, Adauto Santos, infiltrado no PCB (até a diagramação viera pronta). E quando o ex-deputado Rubens Paiva morreu de tortura o JB fez ao regime o favor de assumir como sua a versão oficial de que fora baleado ao tentar fugir.
O diretor-presidente M. F. Nascimento Brito não hesitou em sair pelo mundo a negar (até como diretor da Sociedade Interamericana de Imprensa) que havia censura no Brasil. Achava que em troca teria sua rede de TV para competir com a Globo. Mas era impossível bater a subserviência dos Marinho, cuja façanha maior fracassaria em 1982 - a fraude para derrotar Brizola no Rio e "eleger" o candidato da ditadura, Moreira Franco, no escândalo Pro-Consult.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
terça-feira, 18 de novembro de 2008
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