sábado, 16 de agosto de 2014

Dirigentes do PSB confirmam indicação de Marina Silva

Publicação 16/08/2014 às 18:48:05 Atualizado 16/08/2014 às 18:48:05

Dirigentes do PSB acabaram de deixar a casa de Eduardo Campos afirmando que a vice da chapa, Marina Silva, deve assumir a candidatura após o acidente que o matou. Segundo o novo presidente da sigla, Roberto Amaral, todos os consultados pela direção do partido endossam a candidatura de Marina, mas a definição da chapa só será anunciada na próxima quarta-feira, após a reunião da Executiva do partido.
"A Marina vai honrar o legado de Eduardo. A Marina não é mulher de fugir da luta. Tenho certeza que ela será nossa timoneira", disse o líder da bancada na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS). O deputado informou que a viúva de Campos, Renata Campos, poderia ser a vice da chapa de Marina, mas que nessa tarde não tocaram nesse assunto com ela.
"É um grande quadro, mas não sei se ela quer", afirmou. Os dirigentes descartaram a possibilidade de fazer qualquer anúncio amanhã, após o funeral do ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência da República.

Marina dá aval ao PSB para encaminhar sua candidatura

Marina afirmou que não se oporia ao "processos do partidos". Para PT, ela irá 'colar' em Aécio nas pesquisas

Marina Silva (Foto: Getty Images)

A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva sinalizou nesta sexta-feira (16/08) disposição de disputar a Presidência da República no lugar de Eduardo Campos, morto na quarta-feira em um acidente aéreo em Santos, no litoral paulista. Candidata à vice na chapa do ex-governador pernambucano, ela recebeu em seu apartamento em São Paulo durante todo o dia de ontem dirigentes do PSB e aliados da Rede - partido que tentou criar sem sucesso no ano passado. Foram os primeiros encontros políticos realizados por Marina após a tragédia de três dias atrás.

A ex-ministra recebeu uma comitiva do PSB formada por Roberto Amaral, que assumiu a presidência nacional do partido após a morte de Campos, pelo coordenador-geral da campanha, Carlos Siqueira, por outro integrante da coordenação, Milton Coelho, pela deputada Luiza Erundina, e pelo porta-voz da Rede, Walter Feldman. O grupo indagou Marina sobre a candidatura. Ela respondeu, de acordo com relato dos presentes, que não se oporia "aos processos do partido".

No PSB, sigla à qual Marina aderiu em outubro do ano passado após não conseguir o registro da Rede -, a maioria dos dirigentes apoia a candidatura da ex-ministra do Meio Ambiente. A escolha está ligada ao capital político da neoaliada, que quatro anos atrás, quando disputou o Palácio do Planalto pelo PV, obteve 19,33% dos votos e ficou na terceira colocação. Campos ainda não havia atingido dois dígitos nas pesquisas.

Para PT, Marina 'vai colar' em Aécio
Marina Silva deverá aparecer nas próximas pesquisas de intenção de voto "colada" em Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência que hoje ocupa o segundo lugar na disputa. A avaliação foi feita ontem, no Palácio da Alvorada, por ministros e lideranças petistas presentes na primeira reunião do núcleo da campanha de Dilma Rousseff.

Em três horas de conversa com Dilma, que ontem também gravou cenas para o programa de TV em um estúdio montado no Alvorada, ministros e coordenadores da campanha avaliaram que Marina subirá por causa da comoção nacional provocada pela morte de Campos. Dilma lidera todas as sondagens, mas dirigentes do PT acreditam que, agora, com a reviravolta no cenário eleitoral, a disputa pela Presidência será em dois turnos.


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Marina avalia opções adiante mas segue abalada após tragédia com Campos

14/8/2014 15:20
Por Redação - de São Paulo

Marina, logo após a notícia da morte de Eduardo Campos, demonstrou uma profunda tristeza
Marina, logo após a notícia da morte de Eduardo Campos, demonstrou uma profunda tristeza

A ex-ministra Marina Silva permanecia em sua casa, na Zona Sul de São Paulo, na manhã desta quinta-feira, segundo amigos e companheiros da Rede Sustentabilidade, ainda muito abalada com a morte do companheiro de chapa, Eduardo Campos, ocorrida na véspera. Marina dormiu pouco, segundo amigos da candidata a vice-presidente pela legenda do PSB.
– Foi uma noite turbulenta, mas ela conseguiu deitar e esticar um pouco – disse a jornalistas um amigo próximo.
Fonte na facção Rede Sustentabilidade disseram também a jornallistas que a ordem para o grupo político, que ainda não conseguiu apoio suficiente para se tornar um partido político, é a de não debater sobre a campanha eleitoral.
– A hora agora é de dar tempo ao tempo, para que familiares e amigos velem o corpo de Eduardo Campos – disse.
Assessores de Marina aguardam definições sobre o velório e o enterro dos restos mortais, que seguiram para a capital pernambucana, nesta tarde. O mais provável é que Marina siga para Pernambuco também nas próximas horas.
“Os dilemas de Marina serão decisivos para sua trajetória pessoal. Mas lançam luz sobre algo muito mais importante: o declínio dos sistemas políticos atuais, da democracia de “baixa intensidade” que ainda não fomos capazes de superar”, escreveu o jornalista Antonio Martins, em artigo publicado no site Outras Palavras, nesta quinta-feira.
“A morte trágica de Eduardo Campos, a apenas 50 dias das eleições de 3 de outubro, deixa em aberto a disputa pela presidência do Brasil. Volta todas as atenções, num primeiro momento, para Marina Silva, a vice de Eduardo que optou por não concorrer ao Palácio do Planalto há dez meses, quando trocou o posto promissor de segunda colocada nas pesquisas por um projeto de médio prazo – o de construir sua Rede ao abrigo do PSB”, acrescentou o articulista.
“O falecimento de Eduardo frustra este projeto. Obriga a ex-professora secundária a se expor ao eleitorado antes de constituir uma base sólida – e após o desgaste que sofreu perante parte da militância, decepcionada em face de sua escolha pragmática e moderada. Como não há vida para trás, Marina está agora diante de uma oportunidade e uma angústia imensas. Só não disputará a Presidência se não o desejar — porque alijá-la seria desmoralizante para quem o fizesse. Mas que postura assumir, como postulante ao poder? Há três cenários básicos – e uma vasta combinação de possibilidades intermediárias. Vale sondá-los”, escreveu Martins.
“Na primeira hipótese, Marina reencarna a condição de candidata anti-establishment, com a qual deixou o ministério do Meio-Ambiente no governo Lula, disputou a presidência em 2010 e angariou uma legião de apoios, em especial entre a juventude desacreditada do sistema político. Ela parte de um patamar importante, caso deseje sustentar esta postura. Nas últimas pesquisas em que foi apresentada aos eleitores, no início de abril, mantinha-se em segundo lugar na corrida ao Planalto, com 27% das preferências – doze pontos acima de Aécio Neves. Além disso, estava em ascensão”, pontua.
“Assumir esta postura radical até outubro reconciliaria a candidata com seus apoiadores históricos. Permitiria-lhe, além disso, eletrizar uma eleição até agora morna, do ponto de vista do debate programático. Ao enfrentar o sistema político tradicional e suas contradições, a acreana seria certamente abandonada e hostilizada – pela mídia, pelos financiadores de campanha, por ao menos alguns de seus atuais correligionários e aliados. Precisaria contar, essencialmente, com sua capacidade de comunicação, carisma e mobilização. Seria obrigada a provocar debate sobre grandes temas nacionais. Em certa medida, obrigaria tanto Dilma quanto Aécio a fazer o mesmo”, opinou.
Leia, a seguir, os trechos finais do artigo:
“Mas se depararia com suas próprias contradições. Como manter tal atitude, por exemplo, diante do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin – um aliado que ela não escolheu, mas aceitou? Como conciliá-la com o conservadorismo do eleitorado evangélico e seus “pastores”?
“O segundo cenário é oposto ao primeiro e expõe outra face da candidata. Nesta hipótese, Marina opta por um casamento com, digamos, o lado obscuro de sua força. Nele entram não apenas o governador de São Paulo e os bispos intolerantes, mas também os economistas francamente neoliberais de que a ex-ministra se cercou, ainda antes de se aliar a Eduardo Campos. Por este caminho, ela utiliza sua fortíssima base de votos para apresentar-se, para todos os efeitos, como “grande esperança branca” contra Dilma. Atrairá muito apoio financeiro e será querida pela mídia.
“Mas enfrentará grandes obstáculos e riscos – embora de outra natureza. Como convencer os antigos “marineiros”? Esperando que não se deem conta da mudança, durante campanha tão curta? Como reagiria o PT? Desafiado, não tenderia ele próprio a politizar a disputa, para manter seu eleitorado tradicional? Que representaria, para Marina, a hipótese de perder as eleições, mesmo concedendo tanto? Seria possível manter o capital político, após tal desconstrução de projeto e imagem?
“O terceiro cenário é o mais imobilista. Nele, Marina assume a candidatura para ganhar tempo e “guardar lugar” – focada não em 3 de outubro, mas em 2018. Mantém-se nos próximos 50 dias como uma espécie de vice. Renuncia ao papel de protagonista. Acalenta o projeto de priorizar a construção da Rede, após as eleições. Ao invés de incendiá-las, contribuiu para o banho-maria.
“Porém até esta hipótese conservadora guarda riscos. Como os seguidores da candidata, de um e de outro lado do espectro político, o interpretarão? Como esforço válido para ganhar tempo? Ou hesitação e recuo, diante de oportunidade histórica?”, concluiu.


quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Em carta, irmão de Campos defende candidatura de Marina

Em resposta, o presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, disse que a direção do partido tomará a decisão “quando julgar oportuno"

Marcela Mattos, de Brasília, e Laryssa Borges, de Recife
Antônio Campos, em frente à residência do irmão Eduardo Campos, em Recife
Antônio Campos, irmão do ex-governador, em Recife (Alexandre Gondim/JC Imagem/Folhapress)

Em meio ao silêncio do PSB, o advogado Antônio Campos, único irmão de Eduardo Campos, morto em acidente aéreo na quarta-feira, defendeu nesta quinta-feira que a ex-senadora Marina Silva assuma a candidatura do partido à Presidência da República. Em carta aberta enviada à cúpula da legenda, Antônio afirma que o pedido, além de ser uma “posição pessoal”, representa também “a vontade de Eduardo”. Para Antônio, Marina e um vice ainda a ser escolhido teriam condições de fazer “o debate que o Brasil precisa fazer nesse difícil momento, em busca de dias melhores”.  
“Como filiado ao PSB, membro do Diretório Nacional com direito a voto, neto mais velho vivo de Miguel Arraes, presidente do Instituto Miguel Arraes – IMA e único irmão de Eduardo, que sempre o acompanhou em sua trajetória, externo a minha posição pessoal que Marina Silva deve encabeçar a chapa presidencial da coligação Unidos Pelo Brasil liderada pelo PSB, devendo a coligação, após debate democrático, escolher o seu nome e um vice que una a coligação e some ao debate que o Brasil precisa fazer nesse difícil momento, em busca de dias melhores”, afirma o irmão de Campos. E conclui: “Tenho convicção que essa seria a vontade de Eduardo”. 
Com a repentina morte do ex-governador de Pernambuco em um acidente aéreo, o PSB tem um prazo de dez dias para definir a chapa que disputará o Palácio do Planalto. Marina Silva, por enquanto, mantém suspense e afirma que somente irá se manifestar depois do enterro de Eduardo Campos - ainda sem data definida. Partidos adversários e o próprio PSB, no entanto, já trabalham com essa hipótese
Na carta intitulada “Não vamos desistir”, em referência à declaração de Eduardo Campos em entrevista ao Jornal Nacional (“Não vamos desistir do Brasil”), o irmão Antônio diz que a “perda afetiva do único irmão é imensa, mas é grande a perda do líder Eduardo Campos, politico de talento e firmeza de propósitos”. “A nossa família tem mais de 60 anos de lutas políticas em defesa das causas populares e democráticas do Brasil. O meu avô Miguel Arraes foi preso e exilado, não se curvando à ditadura militar. Eduardo Campos continuou o seu legado com firmeza de propósitos, tendo trazido uma nova era de desenvolvimento para Pernambuco”, disse. “Desde 2013 vinha fazendo o debate dos problemas e do momento de crise por que passa o Brasil, querendo fazer uma discussão elevada sobre nosso país. Faleceu em plena campanha presidencial, lutando pelos seus ideais e pelo que acreditava”, afirmou, em carta. 
E continuou: “O mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar e de correr o risco para viver os seus sonhos pessoais e coletivos. Ambos faleceram, no dia 13 de agosto, e serão plantados no mesmo túmulo, no Cemitério de Santo Amaro, em Recife, túmulo simples, onde consta uma lápide com a frase do poeta Carlos Drummond: “ tenho duas mãos e o sentimento do mundo”. Essas sementes de esperança e de resistência devem inspirar uma reflexão sobre o Brasil, nesse momento, para mudar e melhorar esse país, que enfrenta uma grave crise, sendo a principal dela a crise de valores. Não vamos cultivar as cinzas desses dois grandes líderes, mas a chama imortal dos ideais que os motivava”. Na quarta-feira, após passar grande parte do dia na casa da família de Campos, na Zona Norte do Recife, Antônio Campos havia prometido que se manifestaria oficialmente ao PSB em favor da indicação de Marina Silva. 
Resposta – Em resposta à pressão por um posicionamento, o presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, divulgou nota nesta quarta-feira em que diz que a direção do partido tomará, “quando julgar oportuno, e ao seu exclusivo critério, as decisões pertinentes à condução do processo político-eleitoral”. Amaral disse ainda que o partido está de luto e “recolhe-se, neste momento, cuidando tão somente das homenagens devidas ao líder que partiu”.
Família - Nesta quinta-feira, políticos e familiares continuaram a homenagear Eduardo Campos com visitas à casa do político, no Recife. A família permanece reclusa e nem a viúva nem os filhos do casal se pronunciaram publicamente. Ainda nesta tarde, por intermédio do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio Monteiro, o ex-presidente Lula, que teve Eduardo Campos como ministro da Ciência e Tecnologia, deve falar por telefone com a viúva do político, Renata. Lula prestou condolências à ministra Ana Arraes, mãe do candidato, nesta quarta.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Quem teme mais Marina: Dilma ou Aécio?

O que pode acontecer na disputa eleitoral se a ex-senadora assumir a vaga de Eduardo Campos e se tornar candidata à Presidência da República pelo PSB

ALBERTO BOMBIG
13/08/2014 21h52 - Atualizado em 13/08/2014 22h03
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Aécio Neve e Dilma Rousseff, nesta quarta-feira, ao falar sobre a trágica morte de Eduardo Campos (Foto: Agência O Globo)
É difícil mensurar neste momento quem tem mais temor da entrada de Marina Silva na disputa pela Presidência, se a campanha de Aécio Neves (PSDB) ou de Dilma Rousseff (PT). Com Marina candidata, dizem os analistas em pesquisas, os políticos e os marqueteiros consultados por ÉPOCA, a eleição deve ir para o segundo turno, o que atualmente é apenas uma possibilidade segundo as mais recentes pesquisas.
>> As condições para Marina assumir a candidatura à Presidência
Isso porque é muito provável que ex-senadora e vice de Eduardo Campos apresente imediatamente um piso de 15% nas pesquisas, tirando inclusive votos de Dilma, a primeira colocada nas sondagens. Conforme um levantamento feito pelo Instituto Datafolha em abril deste ano, com Marina Silva no lugar de Campos como nome do PSB, Dilma atingia 39% das intenções de voto, com queda de quatro pontos na comparação com fevereiro, quando tinha 43%.
>> Marina Silva: "Aprendi a admirá-lo"
Este é o ponto que amedronta os petistas: os estrategistas de Dilma estão empenhados em vencer a eleição ainda no primeiro turno. As simulações de segundo turno são ruins para a presidente. Basta lembrar que algumas recentes pesquisas chegaram a apontar um empate técnico entre Dilma e Aécio nessa circunstância.
Outro ponto importante a ser ressaltado: reservadamente, o PT e o Palácio do Planalto comemoraram, em outubro do ano passado, a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de negar o registro ao partido de Marina, a Rede Sustentabilidade, o que a excluiu automaticamente da disputa porque uma nova agremiação, conforme a lei, precisa estar criada um ano antes da eleição para poder concorrer nas urnas.
Há, no entanto, a possibilidade de Marina extrapolar seu teto de 20% (votos alcançados na eleição de 2010) e passar a representar um risco para Aécio, por isso, paira um clima de apreensão dentro do PSDB quanto ao futuro da ex-senadora. Aécio vem apresentando um crescimento lento nas pesquisas de intenção de voto e, segundo o mais recente levantamento do Ibope, está com 24%, na segunda posição. Em abril deste ano, quando Marina já estava no PSB, mas ainda não havia sido confirmada como vice de Eduardo Campos, ela atingia 27% das intenções conforme uma pesquisa do Instituto Datafolha. Aécio Neves tinha 16%.
 
>> Dataqualy: Marina vai superar o percentual de Campos em dez dias
Diante desse cenário, não é exagero afirmar que os próximos dias poderão decidir a eleição deste ano.


terça-feira, 12 de agosto de 2014

Justiça de SP decide afastar Robson Marinho do TCE

Ex-secretário tucano, Robson Marinho é acusado de ter recebido propina da Alstom

 



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Após seis anos de investigação, a Justiça determinou o afastamento de Robson Marinho do cargo de conselheiro do TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) em razão da suspeita de que ele tenha recebido propina da multinacional francesa Alstom.
A juíza Maria Gabriella Pavlópoulos Spaolonzi, da 13ª Vara da Fazenda Pública da capital, concedeu medida liminar para tirar imediatamente Marinho do posto após o Ministério Público apontar que ele ajudou a Alstom a conseguir um contrato sem licitação com estatais do setor de energia de São Paulo em 1998, no governo de Mário Covas (PSDB).
Marinho é o acusado mais graduado no caso Alstom. Ele foi um dos fundadores do PSDB e foi o principal secretário de Covas de janeiro de 1995 a abril de 1997, ao ocupar a chefia da Casa Civil. Ele deixou o governo para assumir o cargo no TCE.
A defesa de Marinho apresentou manifestação na qual rebate as acusações da Promotoria, mas a magistrada considerou que os argumentos não derrubam as provas vindas da Suíça e da França sobre as movimentações do conselheiro no exterior.
 
PROVAS SUÍÇAS
A Suíça, que investigou a Alstom porque um banco daquele país foi usado para a distribuição do suborno, bloqueou uma conta atribuída a Marinho naquele país. Em julho de 2013, o saldo dela era de US$ 3 milhões (R$ 6,7 milhões, atualmente).
O conselheiro sempre negou ter conta na Suíça e refuta acusação de que tenha beneficiado a Alstom.
A Folha revelou no último dia 16 que Marinho usou empresas em dois paraísos fiscais para tentar ocultar que era o dono dessa conta.
Os suíços enviaram até o cartão com a assinatura de Marinho no dia da abertura da conta, em 10 de março de 1998. A mulher de Marinho também assina o cartão.
Para a juíza, os indícios contra o conselheiro não permitem que ele continue no cargo, cuja função é zelar pelas contas públicas.

Cabe recurso contra a liminar ao Tribunal de Justiça.
Uma das principais provas apresentadas pelo Ministério Público no caso é uma comunicação interna da Alstom obtida por autoridades francesas e suíças e enviada à Promotoria por meio de cooperação jurídica internacional.
O manuscrito com data de outubro de 1997 trata da negociação de um contrato com as estatais Eletropaulo e EPTE (Empresa Paulista de Transmissão de Energia).
A explicação sobre um dos valores diz o seguinte: "Trata-se da remuneração para o poder político existente. Ela está sendo negociada via um ex-secretário do governador (R.M.)". A partir de depoimentos de ex-diretores da Alstom, a promotoria diz que "R.M." é Robson Marinho.
Segundo papel encontrado por autoridades estrangeiras, a propina serviria para cobrir "as finanças do partido", " o Tribunal de Contas" e "a Secretaria de Energia".
O contrato mencionado na nota foi fechado seis meses depois, em abril de 1998, sem licitação, por R$ 281 milhões, em valores atualizados.
Em janeiro deste ano, a Folha revelou um depoimento de um ex-diretor do grupo Alstom à Justiça da Suíça, no qual ele admitiu que a multinacional pagou propinas a agentes públicos brasileiros.
A soma dos subornos corresponde a 15% do valor do contrato, segundo o executivo, o que equivale a R$ 27,15 milhões, em valor corrente.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Dilma critica Aécio e Campos por proposta de redução de ministérios



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A presidente Dilma Rousseff criticou neste domingo (10) as propostas de redução no número de ministérios, defendidas por seus dois principais adversários na corrida à Presidência –Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).
Para Dilma, pastas menores têm objetivos políticos e são fundamentais para implementar programas de políticas públicas. Para a presidente, secretarias como a de Direitos Humanos, Políticas de Promoção da Igualdade Racial, de Políticas para Mulheres e da Pequeno e Micro Empresa devem continuar tendo status de ministério porque ganham mais força para atuar em áreas específicas.
A presidente afirmou que quem defende a extinção destas pastas e de outros ministérios possui "uma imensa cegueira tecnocrática". "Ela [Secretaria de Políticas para Mulheres] podia ser uma secretaria, podia. Agora ser ministério dá um status para o combate à violência contra a mulher, e esse status é uma imensa cegueira tecnocrática não perceber. Tem outros ministérios que com o passar do tempo vai se poder estruturar. [...] O que está na cabeça de alguns deles é acabar com esses que eu citei", disse.

Campanha Dilma Rousseff

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Evaristo Sá/AFP
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Dilma conversa com jornalistas no Palácio da Alvorada, em Brasília
No início desta semana, Aécio defendeu a extinção de mais de uma dezena de ministérios que compõem o governo Dilma Rousseff (PT). Ele sinalizou que pretende fundir pastas para enxugar a máquina e disse que, se eleito, criará uma estrutura que concentraria funções de transportes e energia, o Ministério da Infraestrutura. Atualmente, o Executivo comanda 39 ministérios.
Campos também tem defendido uma redução no número de pastas do governo. No debate realizado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), há duas semanas, ele criticou o "aparelhamento" do Estado e o número excessivos de cargos no primeiro escalão do governo.
Ao ser questionada sobre a intenção de Aécio de acabar com o Ministério de Minas e Energia e fundi-lo com o Ministério do Transporte, Dilma afirmou que os tucanos já quiseram acabar com a primeira pasta e disse que "deu no que deu", se referindo ao racionamento que ocorreu no país no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Dilma afirmou que quando assumiu o ministério no primeiro governo Lula, percebeu que ele estava reduzido ao mínimo. "Naquela época tinha 23 motoristas e três engenheiros no ministério. Era isso o que tinha", disse.
Ela destacou ainda que no final do ano passado, se dizia que haveria racionamento, o que não ocorreu. "Sabe por que? Nós criamos a EPE (Empresa de Planejamento Energético) e fizemos um processo de investimento", explicou e disse ainda que houve mais investimento em hidrelétricas durante o governo do PT.
Dilma convocou uma coletiva de imprensa neste domingo sem uma pauta definida. Ela iniciou falando sobre o dia dos pais e ressaltando a importância da família na formulação de políticas públicas. Para Dilma, nenhum programa de governo pode ser pensado sem se levar em conta as características da família.