TCU rejeita bloqueio dos bens de Graça Foster pela compra de Pasadena
Em junho do ano passado, o TCU concluiu que houve prejuízos de US$ 792,3 milhões aos cofres da Petrobras com a compra da refinaria
Publicado em 11/02/2015, às 16h06
Da ABr
Foto: VANDERLEI ALMEIDA / AFP
O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu nesta quarta-feira (11) não bloquear os bens da ex-presidenta da Petrobras, Graça Foster, em processo que investiga denúncias de irregularidades na compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela empresa. Cinco ministros votaram pela exclusão do nome de Foster e do ex-diretor da Área Internacional da empresa, Jorge Zelada, da lista dos dirigentes que terão os bens bloqueados, e outros três defenderam a indisponibilidade dos bens de Foster e Zelada.
Em agosto do ano passado, o relatório apresentado pelo então ministro José Jorge determinava a indisponibilidade dos bens da ex-presidenta da estatal, mas a maioria dos ministros acompanhou o voto do ministro revisor, Walton Alencar, que propôs a exclusão do nome de Graça Foster e de Zelada, apesar de incluir o seus nomes na lista dos responsáveis pelas irregularidades.
A votação tinha sido adiada por causa de um pedido de vista do ministro Aroldo Cedraz, que hoje preside o TCU. O último ministro que faltava votar era Augusto Nardes, que votou pelo bloqueio dos bens dos dirigentes. Ele disse que a Petrobras está doente e que o episódio de Pasadena é apenas um dos sintomas dessa doença. “É urgente que sejam corrigidas as causas primarias dos problemas, para estancar de forma definitiva a sangria de recursos, sob pena de que os atos de hoje voltem a ser escândalos amanhã”, disse. Nardes também argumentou que não apenas a imagem do país está em jogo, mas os interesses dos acionistas da Petrobras, em especial a União, que é acionista majoritária.
Em junho do ano passado, o TCU concluiu que houve prejuízos de US$ 792,3 milhões aos cofres da Petrobras com a compra da refinaria e determinou a indisponibilidade de bens de 11 dirigentes e ex-dirigentes da empresa. O relatório, no entanto, isentou de responsabilidade os membros do Conselho de Administração da empresa, que na época era presidido pela então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, hoje presidenta da República.
Na sessão de hoje, o ministro André Luís de Carvalho pediu a inclusão do Conselho de Administração como um dos responsáveis pelos prejuízos, mas esta questão ainda será examinada pelo atual relator da proposta, ministro Vital do Rêgo.
Mercado prevê crescimento zero do PIB e inflação de 7,15% em 2015
Expectativa de crescimento deste ano passou de 0,03% para zero. Para inflação, estimativa de analistas avançou para 7,15% em 2015.
Alexandro Martello
Do G1, em Brasília
Fonte: BC
As estimativas do mercado financeiro para este ano continuam piorando.
Segundo pesquisa conduzida pelo Banco Central na semana passada com mais
de 100 economistas de instituições financeiras, o crescimento da
economia deve ser zero em 2015; e a inflação deve atingir a marca de
7,15% – a maior em 11 anos.
A expectativa do mercado para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) deste ano, que estava em 7,01% na semana retrasada, subiu para
7,15% na última semana. Foi a sexta alta seguida na estimativa para a
inflação de 2015. Se confirmada, a taxa de 7,15% será a maior desde
2004, quando ficou em 7,6%. Para 2016, a previsão do mercado ficou
estável em 5,60%.
Com isso, a estimativa do mercado para o IPCA de 2015 segue acima do
teto do sistema de metas. A meta central de inflação para este ano e
para 2016 é de 4,5%, com tolerância de dois pontos para mais ou para
menos. O teto do sistema de metas, portanto, é de 6,5%. Em 2014, a
inflação somou 6,41%, o maior valor desde 2011.
Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) informou que a inflação oficial do país, medida pelo IPCA, ficou
em 1,24% em janeiro, depois de avançar 0,78% em dezembro do ano passado.
Essa foi a taxa mensal mais alta desde fevereiro de 2003,
quando ficou em 1,57%. Em 12 meses, o indicador acumula alta de 7,14% –
a maior desde setembro de 2011, quando o índice atingiu 7,31%.
ESTIMATIVAS PARA A ECONOMIA
Em %
Fonte: BC
Cenário para a inflação em 2015
Segundo analistas, a alta do dólar e dos preços administrados (como
telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre
outros) pressionam os preços em 2015. Além disso, a inflação de
serviços, impulsionada pelos ganhos reais de salários, segue elevada.
O governo, para reorganizar as contas públicas, informou que não fará
mais repasses para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) neste
ano, antes estimados em R$ 9 bilhões. Com isso, a alta da energia
elétrica neste ano pode chegar a até 40% em 2015.
Ao mesmo tempo, também anunciou o aumento da tributação sobre os
combustíveis, o que pode gerar um aumento de mais de 8% na gasolina e de
6,5% no diesel nas próximas semanas. Com isso, os chamados "preços
administrados", segundo o próprio Banco Central, devem subir pelo menos
9,3% em 2015, o maior aumento desde 2004 – quando avançaram 9,77%. O
peso dos preços administrados no IPCA é de cerca de 25%. PIB zero
Ao mesmo tempo em que elevaram sua estimativa de inflação para mais de
7% neste ano, os economistas do mercado financeiro também reduziram
novamente sua previsão para o crescimento da economia brasileira em
2015.
Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2015, os economistas baixaram a
estimativa de alta de 0,03% para zero na última semana – na sexta queda
consecutiva. Para 2016, a estimativa de expansão da economia permaneceu
em 1,50% de alta na semana passada.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território
brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e
serve para medir o crescimento da economia.
No fim de outubro, o IBGE informou que a economia brasileira saiu por
pouco da recessão técnica no terceiro trimestre de 2014 – quando o PIB
cresceu 0,1% na comparação com o trimestre anterior. De janeiro a
setembro, a economia teve expansão de 0,2% frente ao mesmo período do
ano passado. Já no acumulado em quatro trimestres até setembro, a alta
foi de 0,7%.
Em janeiro, durante encontro reunião do Fórum Econômico Mundial em
Davos, na Suíça, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que espera
um PIB "flat" (próximo de zero) neste ano. Ele anunciou, nas últimas
semanas, aumentos de tributos e medidas para conter gastos públicos com o
objetivo de resgatar a confiança na economia brasileira.
Taxa de juros
Para a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, que
avançou recentemente para 12,25% ao ano, a expectativa do mercado é de
12,5% ao ano no fim de 2015 – o que pressupõe um novo aumento na taxa
Selic. Para o término de 2016, a previsão do mercado é de que juros
somem 11,5% ao ano.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar
conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação
brasileiro, o BC tem de calibrar os juros para atingir objetivos
pré-determinados. Em 2015 e 2016, a meta central é de 4,5% e o teto é de
6,5%. Câmbio, balança comercial e investimentos estrangeiros
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a
taxa de câmbio no fim de 2015 permaneceu em R$ 2,80 por dólar. Para o
término de 2016, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio ficou
estável em R$ 2,90 por dólar.
A projeção para o resultado da balança comercial (resultado do total de
exportações menos as importações) em 2015 ficou estável em US$ 5
bilhões. Para 2016, a previsão de superávit comercial avançou de US$
10,5 bilhões para US$ 12 bilhões.
Para este ano, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros
diretos no Brasil avançou de US$ 59,2 bilhões para US$ 60 bilhões. Para
2016, a estimativa dos analistas para o aporte ficou caiu de US$ 60
bilhões para US$ 59,5 bilhões.
Corrida demais é tão prejudicial quanto exercício nenhum, diz estudo
Praticar corrida em excesso pode ser tão ruim para a saúde quanto não praticar exercício, segundo cientistas dinamarqueses.
Pesquisadores do Hospital Frederiksberg, em Copenhague, estudaram
voluntários - todos saudáveis - ao longo de 12 anos: mais de mil
praticavam corrida, ao passo que quase 4 mil não praticavam exercícios.
As menores taxas de mortalidade couberam aos praticantes de corrida a
ritmo leve e moderado; já os que praticavam corridas intensas não
registraram estatísticas muito diferentes das do grupo sedentário.
Quem correu a um ritmo constante durante menos de duas horas e meia por semana teve menos chances de morrer no período.
Já os que correram mais do que quatro horas por semana ou não fizeram exercício nenhum registraram o maior número de mortes.
A corrida ideal
Os cientistas analisaram questionários preenchidos pelos voluntários que participaram da pesquisa.
A partir das respostas, eles concluíram que o ritmo ideal de corrida é
cerca de oito quilômetros por hora - moderado. Além disso, eles
concluíram que é melhor não correr mais do que três vezes por semana,
por um total de até 2,5 horas. As pessoas que praticavam
corridas mais intensas - particularmente aqueles que corriam mais de
três vezes por semana ou a um ritmo mais forte do que 11 quilômetros por
hora - tinham as mesmas chances de morrer que aquelas que não
praticavam exercício. "Você não precisa fazer tanto exercício
para sentir um bom impacto na sua saúde. Talvez, na verdade, você não
devesse praticar tanto (exercício). Não há no mundo recomendações de um
limite máximo para o exercício seguro, mas deveria haver", disse o
pesquisador Jacob Louis Marott.
Caminhada vigorosa
Os
pesquisadores ainda não sabem o que está por trás desta tendência, mas
acreditam que mudanças no coração durante a prática de exercícios
extremos podem oferecer uma explicação. Em suas conclusões, os
pesquisadores sugerem que "exercícios pesados, de resistência, podem
induzir a um remodelamento patológico estrutural do coração e artérias
no longo prazo". "A pesquisa mostra que você não precisa correr
maratonas para manter sua saúde", disse Maureen Talbot, enfermeira
especializada em problemas cardíacos da organização British Heart
Foundation. "A orientação nacional (britânica) recomenda 150
minutos de atividades moderadas por semana. Pode parecer muito, mas até
uma caminhada vigorosa é um bom exercício", acrescentou.
Prefeitos
de todo o Brasil pediram 4.146 médicos ao Programa Mais Médicos para
trabalhar na rede pública. Apesar de 1.500 municípios estarem aptos a se
inscrever no programa, 1.294 solicitaram profissionais ao governo
federal, além de 12 Distritos Sanitários Especiais Indígenas.
Segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro, todos os 1.500 prefeitos
foram avisados da possibilidade de solicitarem médicos, mas pode ser que
eles tenham conseguido outras formas de contratação, ou não queiram se
comprometer com as obrigações do programa.
Diferentemente das outras edições do programa, rejeitadas pelos
médicos brasileiros, desta vez 15.747 profissionais formados no Brasil
se inscreveram para concorrer a uma vaga, mais de três vezes o número de
postos oferecidos.
O grande atrativo desta versão do programa é a possibilidade de o
médico receber um bônus de 10% nas provas de residência, por clinicar
por um ano em local determinado, na especialização de saúde pública.
Foram 11.736 os médicos que fizeram esta opção, enquanto 3.081
escolherem receber os auxílios do Mais Médicos e permanecer três anos no
posto de saúde. Do Programa de Valorização do Profissional a Atenção
Básica são 930 participantes.
Para Chioro, o número de inscritos deve ser avaliado com cautela,
porque o local onde os médicos desejam trabalhar pode não coincidir com
as vagas abertas. Os médicos inscritos poderão indicar até amanhã quatro
municípios onde preferem clinicar. Criado em 2013 para levar médicos a regiões carentes, o Mais Médicos
conta hoje com 11.429 profissionais cubanos, 1.846 brasileiros e 1.187
intercambistas de vários países, como Argentina, Portugal, Venezuela,
Bolívia, Espanha e Uruguai.