domingo, 26 de abril de 2015

'O PT tem que errar menos', diz Lula em evento do partido

FOLHAPRESS26 de Abril de 2015 | 06h00

O ex-presidente Lula defendeu nesta sexta-feira (24) que o PT seja mais cuidadoso e erre menos ao representar a classe trabalhadora.
"Nós temos que ter mais cuidado e o PT tem que errar menos", disse Lula. O partido tem sido alvo de críticas nas manifestações antigoverno que levaram milhares de pessoas de diversas cidades do Brasil às ruas em março e abril.
"O PT não pode fazer aquilo que ele criticava nos outros, tem que ser exemplo", acrescentou o ex-presidente. Diversos políticos petistas são acusados de integrar o esquema de corrupção instalado na Petrobras.
Um dos problemas apontados por Lula e pelos dirigentes do partido são as doações de empresas privadas, em particular de grandes empreiteiras que costumeiramente participam de licitações e fazem contribuições a diversos partidos. O ex-presidente elogiou a decisão do partido que vetou doações de empresas privadas a diretórios petistas.
"Vai ser mais difícil [sem doação de empresas], mas quem sabe a gente não reconquista alguma coisa que a gente tinha perdido: o direito de andar com a cabeça erguida neste pais".
O presidente do PT, Rui Falcão, fez mea-culpa e disse que há erros na trajetória, mas acrescentou que o PT pune quem erra. "Isso não é feito pelos outros partidos", afirmou.

sábado, 25 de abril de 2015

Forte terremoto no Nepal e na Índia deixa mortos

Tremor teve magnitude de 7,9, segundo o USGS.
Katmandu tem danos em prédios, casas, templos e monumentos.

Do G1, em São Paulo
Torre Darahara, em Katmandu, ficou em ruínas. (Foto: Prakash Mathema / AFP Photo)Torre Darahara, em Katmandu, ficou em ruínas. (Foto: Prakash Mathema / AFP Photo)
Um forte terremoto de magnitude 7,9  estremeceu neste sábado (25) o Nepal e a Índia, informou o Instituto de Geofísica dos Estados Unidos (USGS). O tremor matou 688 pessoas no Nepal, segundo um alto funcionário do Ministério do Interior informou à Reuters. São 181 mortos em Katmandu. O número de mortos na Índia chega a 12, com 6 mortos em desabamentos de casas em Uttar Pradesh e 6 em Bihar, ao leste, segundo funcionários do governo. Mas o número de vítimas deve subir, pois há muitos feridos nos dois países.
"Centenas de pessoas podem ter morrido e há relatos de danos generalizados. A devastação não está confinand a algumas áreas do Nepal, quase todo o país foi atingido", disse Krishna Prasad Dhakal, vice-chefe da missão na embaixada do Nepal, em Nova Déli.
Voluntários ajudam com o trabalho de resgate no local de um edifício que desabou após um terremoto em Katmandu. (Foto: Niranjan Shrestha / AP Photo)Voluntários ajudam com o trabalho de resgate no local de um edifício que desabou após um terremoto em Katmandu. (Foto: Niranjan Shrestha / AP Photo)
Duas vítimas fatais já confirmadas seriam duas adolescentes. Uma garota morreu ao ser atingida por uma estátua em um parque da capital, Katmandu. Outra menina, de 15 anos, morreu no norte da Índia, soterrada em sua casa em uma aldeia perto da fronteira com o Nepal.
Há feridos nos dois países, muitos em estado grave, mas o número oficial não foi divulgado.
Resgate nepalês remove corpo de uma vítima. (Foto: Prakash Mathema / AFP Photo)Resgate nepalês remove corpo de uma vítima. (Foto: Prakash Mathema / AFP Photo)
O tremor deixou um rastro de destruição em Katmandu. Há registros de danos em edificios e casas, especialmente nas construções mais antigas, e também em templos e monumentos.
A torre histórica de Dharara, erguida em 1832 na capital do Nepal, não resistiu ao tremor e foi totalmente destruída. Ao menos um corpo foi retirado dos escombros.
Milhares de pessoas deixaram seus lares e estão nas ruas da capital, com receio de que casas e prédios desmoronem.
Testemunhas disseram às agências de notícias que o terremoto durou entre 30 segundos e dois minutos.
Mães e filhos deixam suas casas e esperam em uma escola após forte terremoto atingir o Nepal e a Índia. (Foto: Navesh Chitrakar / Reuters)Mães e filhos deixam suas casas e esperam em uma escola após forte terremoto atingir o Nepal e a Índia. (Foto: Navesh Chitrakar / Reuters)
O sismo afetou as comunicações e abriu valas e rachaduras nas ruas e calçadas do Nepal, deixando uma nuvem de poeira pela cidade.
Monte Everest
O forte terremoto desencadeou uma avalanche no Monte Everest. Segundo o órgão de turismo do Nepal, pelo menos oito pessoas foram mortas pela avalanche.
"O número de vítimas pode subir e incluir estrangeiros", disse o oficial de turismo Gyanendra Shrestha, em entrevista à agência Reuters.
O alpinista romeno Alex Gavan disse no Twitter que havia muitas pessoas na montanha na hora da avalanche.
Índia
O tremor sacudiu algumas regiões da Índia, principalmente o norte do país, desde Calcutá, Nova Déli, até a fronteira com o Paquistão. Ao menos seis pessoas morreram na Índia, cinco delas no estado de Bihar (noroeste), informaram autoridades.
O sismo ocorreu às 3h11 (de Brasília), a 77 km ao noroeste de Katmandu e a 15 km de profundidade. Inicialmente, o USGS registrou magnitude 7,5, elevada posteriormente a 7,9. Outras quatro réplicas menores atingiram o país logo após o terremoto mais potente.
Pessoas esperam do lado de fora do Aeroporto Internacional de Katmandu. (Foto: Dhany Osman / via Reuters)Pessoas esperam do lado de fora do Aeroporto Internacional de Katmandu. (Foto: Dhany Osman / via Reuters)

tópicos:
veja também

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Com perdas em corrupção, Petrobras tem prejuízo de R$ 22 bi em 2014


Com impacto do lançamento de perdas de R$ 6,194 bilhões relacionadas à corrupção e outros R$ 44,345 bilhões à reavaliação dos ativos, a Petrobras registrou, em 2014, prejuízo de R$ 21,587 bilhões ante o lucro de R$ 23,6 bilhões registrado em 2013.
A divulgação das demonstrações contábeis auditadas de 2014 em atraso, dos dois últimos trimestres e da anual, foi feita ao mercado às 19h23. As do terceiro trimestre estavam atrasadas havia 159 dias, e a anual, 22 dias.
De acordo com a consultoria Economatica, este é o primeiro prejuízo anual da Petrobras desde 1991, quando a estatal registrou perda de R$ 1,2 bilhão, segundo dados ajustados pela inflação.
Editoria de Arte/Folhapress

No ano passado, a receita de vendas da companhia atingiu R$ 337,26 bilhões, alta de 11% ante 2013, graças aos reajustes nos preços do diesel e da gasolina autorizados pelo governo e o efeito do câmbio.
O endividamento total da companhia atingiu R$ 351 bilhões, um aumento de 31% em relação ao ano anterior.
Já a dívida líquida da estatal chegou a R$ 282,1 bilhões. O indicador de dívida líquida sobre geração de caixa saltou de 3,52 para 4,77 - um índice considerado saudável para o mercado é de 2,5. A dívida cresceu por conta das captações e da desvalorização do real.
Com os resultados, o novo presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, afirmou que a empresa não pagará dividendos (parcela do lucro distribuída entre acionistas) neste ano.
METODOLOGIA
A metodologia usada para a baixa por corrupção considerou principalmente os depoimentos em delação premiada feitos por executivos que participaram do esquema de corrupção, na Lava Jato.
Segundo o gerente executivo de Desempenho da Petrobras, Mário Jorge Silva, a empresa considerou os depoimentos "consistentes em relação ao cartel, ao período em que operou, às empresas que participaram e os valores máximos", para efeito de lançamento no balanço.
"Isso nos dá segurança de registrar essa perda no balanço".
Editoria de Arte/Folhapress

Já a baixa por "impairment", ou seja, ajuste nos valores dos ativos em relação à capacidade de gerar receita no futuro e ao que foi investido, foi decorrente da queda no preço do barril, do adiamento de projetos em refino para preservação de caixa e da revisão da demanda em petroquímica.
O preço do petróleo teve impacto negativo de R$ 5,6 bilhões nos investimento de exploração e produção.
O adiamento de projetos em refino levou ao reconhecimento de perda de R$ 21,8 bilhões no Comperj, refinaria em construção no estado do Rio e de R$ 9,1 bilhões na refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.
As obras das duas refinarias foram alguns dos principais alvos de atuação do cartel que sustentou o esquema de corrupção na empresa.
Foi reconhecida uma baixa de R$ 3 bilhões relativas à Petroquímica de Suape, em Pernambuco.
HISTÓRICO
O lançamento das perdas de corrupção foi exigência da PwC, empresa que audita as demonstrações financeiras da estatal. Foi decorrente da revelação, pela Operação Lava Jato, do funcionamento de um cartel de empresas que, com a participação de diretores da Petrobras, combinava resultados de licitações da companhia, a partir de 2004, e cobrava percentuais entre 1% e 3% para abastecer o esquema, segundo depoimentos.
O esquema veio à tona em outubro, o que levou a PwC a mandar a Petrobras aprofundar as investigações sobre corrupção, atrasando o balanço do terceiro trimestre. Com as evidências do desvio, a empresa teve de calcular o que foi lançado indevidamente como investimento mas que, na verdade, foi desviado em propina.
NÚMERO DESCARTADO
Em janeiro, duas consultorias contratadas por Graça chegou a uma conta que mostrava ativos superavaliados em R$ 88,6 bilhões. Conselheiros e diretores concluíram, porém, que o número incorporava outras perdas além da corrupção, como variação do câmbio e do barril, além de ineficiência dos projetos.
O número, porém, foi revelado ao mercado, deixando a presidente Dilma Rousseff irritada. O episódio gerou uma crise que resultou na saída de Graça e de cinco diretores, no início de fevereiro.
Em 2014, a produção de petróleo da Petrobras no Brasil cresceu 5,3%, abaixo da meta inicial –de 7,5% com um ponto percentual de tolerância para menos.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Câmara mantém terceirização de todas as atividades


A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (22) alterações ao projeto que regulamenta a terceirização no país, mas sem alterar os pontos essenciais da proposta.
Os deputados mantiveram, por exemplo, a ampliação da contratação de prestadores de serviços para todas as atividades das empresas privadas, contrariando a posição do governo e o entendimento da Justiça do Trabalho.
O texto segue agora para o Senado, que deve tentar restringir o alcance da terceirização. Se isso ocorrer, a proposta volta para a Câmara.
Editoria de Arte/Folhapress

Uma das principais mudanças aprovadas é que a empresa que terceirizar serviços será solidária em relação aos direitos trabalhistas. Também foi aprovada a retenção antecipada de INSS, mas com regra diferente daquela defendida pelo governo.
Outra alteração na lei esclarece que podem ser contratadas como terceirizadas cooperativas, empresas individuais, sociedades e fundações.
SETOR PÚBLICO
O PSDB, que na semana passada tirou do projeto sobre terceirização as empresas estatais, conseguiu colocar no texto artigo que estende os direitos previstos na nova legislação aos trabalhadores terceirizados do setor público, incluindo administração direta e indireta.
Ou seja, o setor público só pode terceirizar atividades-meio, e esses funcionários terão os mesmos direitos que os terceirizados do setor privado. Um artigo da lei obriga a empresa a estender os serviços de refeitório, transporte, atendimento médico e treinamento dado aos trabalhadores contratados aos terceirizados, quando ambos trabalharem no mesmo local.
Também foi aprovado artigo que proíbe a terceirização de guardas portuários. Outra mudança obriga as empresas que terceirizam a cumprir a cota para deficientes prevista em lei. Ela será calculada pela soma de funcionários próprios e terceirizados da empresa.
As alterações foram aprovadas após acordo entre a maioria dos partidos, que concordaram em juntar uma série de sugestões em uma única proposta. Como não é possível votar duas mudanças em um mesmo artigo, a aprovação dessa emenda foi uma estratégia para impedir que fosse votada a proposta do governo de proibir a terceirização da atividade-fim das empresas.
"O objetivo é esconder o voto do parlamentar e evitar a identificação de quem votou a favor da terceirização da atividade-fim", afirmou o deputado Alessandro Molon (PT-RJ).
INSS
Há duas semanas, o texto principal teve apoio de 324 deputados. Nesta quarta, foram 230 votos pelas mudanças.
Uma das principais alterações é que a empresa contratante irá agora responder junto com a terceirizada na Justiça se os encargos trabalhistas não forem pagos ao trabalhador. Hoje, a contratante é considerada subsidiária, ou seja, responde na Justiça somente quando se esgotam as chances de cobrar da contratada. Esse entendimento havia sido mantido no texto do projeto aprovado há duas semanas.
O governo conseguiu colocar no projeto a retenção antecipada de INSS para todas as empresas, o que também não fazia parte do texto original.
A Fazenda, no entanto, queria a retenção de INSS de 11% ou 5,5% do faturamento para a maioria das empresas, de acordo com a quantidade de mão de obra envolvida no contrato, o que provocaria aumento de carga tributária, segundo o relator do projeto, deputado Arthur Maia (SD-BA). Os deputados fixaram o valor em 20% da folha de pagamento, como já é hoje para essas companhias.
O ministro Joaquim Levy (Fazenda) veio até o Congresso negociar a aprovação da retenção sobre faturamento, mas não teve sucesso. Pela manhã, o ministro afirmou que terceirização não pode ser sinônimo de deixar de pagar imposto.
Foram mantidas as retenções antecipadas de outros tributos, como Imposto de Renda, e de parte do faturamento da empresa para pagar encargos trabalhistas. O dinheiro é recolhido pela contratante em nome da terceirizada, que paga depois ao governo a diferença ou pede restituição do que for pago a mais.
Houve mudança ainda na chamada "quarentena". Para tentar impedir que uma empresa demita funcionários registrados para recontratá-los como terceirizados, o texto prevê que a empresa contratada não pode ter como sócio pessoas que trabalharam na empresa contratante nos últimos 12 meses, exceto aposentados. O prazo aprovado há duas semanas era de 24 meses, mas foi reduzido na votação desta quarta.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse antes da votação que a regulamentação não pode ser "ampla, geral e irrestrita", atingindo integralmente as atividades-fins das empresas. Ele quer restringir o alcance da proposta a um percentual de trabalhadores.
Contribuíram os repórteres Eduardo Cucolo, Mariana Haubert, Ranier Bragon e Gabriela Guerreiro

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Caminhão tomba e libera milhões de abelhas em rodovia nos EUA


Milhões de abelhas foram liberadas em uma rodovia dos Estados Unidos depois de um acidente envolvendo o caminhão que transportava os insetos.
Segundo uma emissora de TV local, o caminhão capotou durante a madrugada, perto da cidade de Lynnwood, no Estado americano de Washington, quando tentava acessar uma rodovia interestadual.

Cada uma das caixas continha cerca de 5 mil abelhas vivas, algumas das quais morreram no acidente. A maioria, no entanto, acabou liberada.

Apicultores tiveram de ser chamados às pressas e usaram fumaça para tentar acalmar as abelhas antes de o nascer do sol, pois temperaturas mais altas irritam os insetos.

No início do dia, contudo, muitas das caixas ainda permaneciam na estrada e as abelhas ficaram mais ativas. O Corpo de Bombeiros teve de intervir e lançou espuma sobre as abelhas, o que causou a morte de várias delas.

O motorista do caminhão não ficou ferido no acidente.

Veja também


domingo, 19 de abril de 2015

Novo naufrágio no Mediterrâneo pode ter 'matado centenas'

  • Há 9 minutos
AFP
Em 2014, 170 mil pessoas foram resgatadas nas travessias do Mediterrâneo
Em menos de uma semana, uma segunda tragédia marítima pode ter custado a a vida de centenas de imigrantes em busca de refúgio na Europa.
Autoridades italianas informaram que um barco carregando de 500 a 700 pessoas virou na noite deste sábado, ao sul da ilha italiana de Lampedusa, no Mar Mediterrâneo.
De acordo com os primeiros boletins da Guarda Costeira, apenas 28 pessoas tinham sido resgatadas até o início desta manhã. E 21 corpos tinham sido encontrados
Na quarta-feira, 400 imigrantes se afogaram num incidente semelhante, desta perto da costa da Líbia, país que por conta da proximidade geográfica com a Itália é um dos principais pontos de partida de embarcações com imigrantes em busca de asilo.
Segundo relatos divulgados pela mídia italiana, o barco virou quando os passageiros tentaram chamar a atenção de um navio mercante para serem resgatados - na maioria das travessias, imigrantes são colocados por traficantes de pessoas em embarcações em estado precário.

Águas calmas

Carlotta Sami, porta-voz do Acnur, o órgão das Nações Unidas para refugiados, disse à mídia italiana que a agência estava se preparando "para uma tragédia de grandes proporções".
Segundo informações da Guarda Costeira, 20 navios e três helicópteros estão envolvidos nas buscas.
No ano passado, 170 mil pessoas fizeram a arriscada travessia para a Itália, que partindo da Líbia tem cerca de 500km. Apenas na semana passada, 10 mil pessoas foram recolhidas pelas equipes de resgate italiana. A maioria dos imigrantes vem de países africanos e de regiões de conflito no Oriente Médio, como a Síria.
Pelo menos mil pessoas já morreram em incidentes este ano, um número 20 vezes maior que nos primeiros quatro meses de 2014.
Em outubro, autoridades marítimas da União Europeia anunciaram uma redução na escala de operações marítimas para tentar coibir as tentativas de travessia. No entanto, o número de pessoas arriscando a vida para fugir da pobreza ou de conflitos se manteve no mesmo patamar.
As autoridades agora temem um aumento de travessias, porque nos meses de primavera e verão as condições de navegação no Mediterrâneo melhoram.