quinta-feira, 2 de julho de 2015

Ex-presidentes do Supremo divergem sobre validade de votação na Câmara

Deputados votaram na mesma semana duas propostas sobre maioridade.
Para Barbosa, manobra é inconstitucional; Velloso diz que teor era diferente.

Renan Ramalho Do G1, em Brasília
A estratégia utilizada pela Câmara para votar duas vezes, na mesma semana, propostas de redução da maioridade penal gerou interpretações divergentes entre dois ex-presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF). Enquanto o ministro aposentado Joaquim Barbosa aponta inconstitucionalidade na votação que aprovou a PEC da maioridade penal, o jurista Carlos Velloso, que se aposentou em 2005 da Suprema Corte, avalia que a iniciativa foi legal, na medida em que, segundo ele, se tratavam de textos com teor diferente.
Na madrugada desta quinta (2), os deputados federais aprovaram, em uma sessão polêmica, a proposta de emenda à Constituição que reduz de 18 para 16 anos a idade penal no país. Texto semelhante sobre o mesmo tema havia sido rejeitado pela Câmara no dia anterior.

No entanto, para assegurar a aprovação da PEC, deputados apresentaram uma nova versão, que excluiu da idade penal de 16 anos os crimes de tráfico de drogas, lesão corporal grave e roubo qualificado. O texto anterior incluía esses três crimes, além de crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte.
Derrotados em plenário, deputados do PT e de outros seis partidos decidiram protocolar no início da próxima semana um mandado de segurança no Supremo. Segundo o vice-líder do partido na Câmara, deputado Alessandro Molon (RJ), a ação está sendo elaborada, e os petistas estão em conversas com outras legendas para obter adesões. Em geral, ações desse tipo no STF alegam que houve afronta ao “devido processo legislativo”, conforme previsto pela Constituição.
Contrário à redução da maioridade penal, Joaquim Barbosa afirmou nesta quinta, por meio de sua conta pessoal no microblog Twitter, que a segunda votação da PEC contrariou uma regra da própria Constituição.
“Matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa […] O texto acima citado é o artigo 60, parágrafo 5º da Constituição brasileira. Tem tudo a ver com o que se passa neste momento na C. dos Deputados”, escreveu Barbosa na rede social.
Matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. [...] Tem tudo a ver com o que se passa neste momento na C. dos Deputados"
Joaquim Barbosa, ex-presidente do STF, por meio do microblog Twitter
A regra está expressa na Constituição nos seguintes termos: “a matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa”. A sessão legislativa corresponde ao período de atividade normal do Congresso a cada ano, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.
Ao G1, o ministro aposentado Carlos Velloso expressou entendimento contrário. Para ele, como as propostas analisadas pelos deputados federais tinham conteúdo distinto, não se enquadrariam na regra mencionada por Joaquim Barbosa. Velloso  também considera “delicado” o Judiciário interferir no processo legislativo.
Acho que o Congresso pode fazer isso. Afinal de contas, ele é que faz a lei, tem o poder constituinte derivado para fazer emenda constitucional"
Carlos Velloso, ex-presidente do Supremo
“Acho que o Congresso pode fazer isso. Afinal de contas, ele é que faz a lei, tem o poder constituinte derivado para fazer emenda constitucional. Você tem a tripartição dos poderes, cada um age com a maior independência. São harmônicos, claro, mas independentes. Intervir um poder no outro só mesmo quando ocorre flagrante desrespeito à Constituição”, enfatizou.
São raras as ocasiões em que o STF interveio no processo legislativo antes da aprovação de uma proposta. Em geral, o tribunal anula uma norma somente quando já passou por todas as etapas de votação no Congresso. Isso pode ocorrer por um problema relacionado ao conteúdo da lei (ou emenda constitucional) aprovada ou mesmo por erro em sua tramitação.
A decisão mais recente sobre o assunto se deu numa situação parecida. No último dia 17, a ministra Rosa Weber, do STF, negou pedido feito por um grupo de 61 deputados para anular a votação, na Câmara, de uma proposta de emenda à Constituição que permite a empresas privadas fazerem doações eleitorais a partidos.
A PEC foi aprovada no dia 27 de maio, em meio à votação da reforma política, por um placar de 330 votos a favor e 141 contra, um dia após texto similar (que previa doações privadas para partidos e candidatos) ter sido rejeitado pelo plenário por 264 votos favoráveis e 207 contrários.
Rosa Weber entendeu, porém, que, ao contrário do que afirmaram os parlamentares, a proposta aprovada não era igual à que foi rejeitada, que era mais ampla.
"Às vezes, um único tópico é suficiente para provocar a rejeição inicial do todo. Opção contrária à democracia, conforme manifesta o precedente, estaria consubstanciada na supressão da possibilidade de análise das partes menores a partir da retirada do ponto problemático, e não o contrário."
No despacho, a magistrada também disse que o STF deve atuar com “cautela” ante pedidos para interferir no processo legislativo. “A separação dos poderes é condicionante necessária em qualquer discussão que envolva a judicialização de atos típicos de outro Poder, Pautada por essa ponderação, tenho atuado nesta Corte com cautela. Avançar a análise judicial sobre a organização do exercício do Poder Legislativo pode representar usurpação”, escreveu Rosa Weber na decisão.
Joaquim Barbosa critica no Twitter manobra da Câmara que aprovou redução da maioridade penal (Foto: Reprodução / Twitter)Joaquim Barbosa criticou no Twitter manobra da Câmara que aprovou redução da maioridade penal (Foto: Reprodução / Twitter)

domingo, 28 de junho de 2015

Paraguai surpreende e afasta Brasil nos penáltis

Paraguai surpreende e afasta Brasil nos penáltis
legenda da imagem
Foto: Felipe Trueba/EPA

O Paraguai causou uma das principais surpresas da presente edição da Copa América em futebol, ao eliminar no sábado o Brasil nos quartos de final, em jogo decidido nas grandes penalidades.

Numa prova em que os encontros da fase a eliminar que terminam empatados são decididos logo nas grandes penalidades, o Paraguai, em desvantagem desde os 15 minutos, golo de Robinho, conseguiu ainda igualar a contenda, com uma grande penalidade convertida por Derlis Gonzalez, aos 72, e levar a partida para a decisão nos penáltis, onde foi mais eficaz do que os 'canarinhos'.
Órfãos de Neymar, que se encontra a cumprir uma suspensão de quatro jogos devido a ter sido expulso no final do encontro com a Colômbia, ainda da primeira fase da prova, os brasileiros entraram melhor no encontro e mercê dessa superioridade, chegaram à vantagem aos 15 minutos, através do tento de Robinho.

Em vantagem, o Brasil optou por ir trocando a bola e não correu em busca de um outro golo que lhe conferisse maior tranquilidade, até porque, do outro lado, o Paraguai também pouco foi fazendo em busca da igualdade.

A toada 'morna' manteve-se no arranque da segunda parte, mas, aos poucos, a equipa paraguaia foi subindo e, mercê das alterações promovidas pelo seu técnico, foi surgindo com maior perigo junto da área brasileira.

Em cima dos 72 minutos, num lance fortuito, Thiago Silva jogou a bola com a mão na sua área, tendo o árbitro uruguaio Andrés Cunha marcado a respetiva grande penalidade, que Derlis Gonzalez, que chegou a atuar no Benfica B, aproveitou para converter e restabelecer a igualdade.

Até final do encontro, as duas equipas ainda tentaram surpreender o adversário, mas foi sem surpresa que se chegou à decisão por grandes penalidades, momento em que os uruguaios, que apenas falharam por Roque Santa Cruz, foram mais eficazes, num Brasil que viu Éverton Ribeiro e Douglas Costa falharem os respetivos pontpés.

Nas meias-finais, o Paraguai vai medir forças com a Argentina, na terça-feira, enquanto a outra partida coloca frente a frente Chile e Peru, na segunda-feira.


Jogo no Estádio Municipal Alcaldesa Ester Roa Rebolledo, Concepcion, Chile.
Brasil - Paraguai, 1-1 (3-4gp).

Ao intervalo: 1-0.

Marcador:

1-0, Robinho, 15 minutos.

1-1, Derlis Gonzalez, 72 (grande penalidade).



Marcadores no desempate por grandes penalidades:

1-0, Fernandinho.

1-1, Osvaldo Martinez.

1-1, Éverton Ribeiro (ao lado do poste esquerdo).

1-2, Victor Caceres.

2-2, Miranda.

2-3, Raul Bobadilla.

2-3, Douglas Costa (por cima da barra).

2-3, Roque Santa Cruz (por cima da barra).

3-3, Philippe Coutinho.

3-4, Derlis Gonzalez.



Equipas:

- Brasil: Jefferson, Dani Alves, Miranda, Thiago Silva, Filipe Luís, Fernandinho, Elias, Willian (Douglas Costa, 60), Firmino (Diego Tardelli, 69), Philippe Coutinho e Robinho (Éverton Ribeiro, 87).

- Paraguai: Justo Villar, Ivan Piris, Paulo da Silva, Pablo Aguilar, Bruno Valdez, Victor Caceres, Eduardo Aranda (Osvaldo Martinez, 77), Nelson Valdez (Raul Bobadilla, 74), Edgar Benitez (Oscar Romero, 84), Derlis Gonzalez e Roque Santa Cruz.



Árbitro: Andrés Cunha, Uruguai.

Ação disciplinar: Pablo Aguilar (24), Bruno Valdez (38), Dani Alves (50), Philippe Coutinho (76), Osvaldo Martinez (81).


sábado, 27 de junho de 2015

Dilma embarca para os Estados Unidos onde tem encontros com Obama e empresários

  • 27/06/2015 13h10
  • Brasília
Andreia Verdélio - Repórter da Agência Brasil Edição: Talita Cavalcante

A presidenta Dilma Rousseff viajou hoje (27) para uma visita oficial de cinco dias aos Estados Unidos. O embarque, que estava marcado para as 9h, atrasou e a comitiva saiu às 10h30 da Base Aérea de Brasília. Além da reunião de trabalho com o presidente norte-americano Barack Obama, em Whashington, Dilma tem compromissos com empresários em Nova York e visitas à sede do Google, ao Centro de Pesquisas da Nasa e à Universidade Stanford, na Califórnia.
Esta é a primeira viagem de Dilma aos Estados Unidos após as denúncias, em 2013, de que a Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) teria espionado as comunicações de empresas estatais e autoridades do governo brasileiro, incluindo a própria presidenta. As denúncias foram feitas por Edward Snowden, ex-consultor de informática da NSA.
Durante entrevista de preparação para a viagem presidencial, o subsecretário-geral Político do Ministério das Relações Exteriores, Carlos Antonio da Rocha Paranhos, disse que o tema da espionagem está superado e que a visita de Dilma representa a retomada do diálogo político bilateral entre os países.
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não conseguiu viajar com a comitiva, mas embarca hoje à noite em um voo comercial. Ele teve uma embolia pulmonar na noite de ontem (26), mas passa bem e mantém a agenda com a presidenta.
Dilma deve retornar ao Brasil na manhã de quinta-feira (2).

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Ministro da Fazenda Joaquim Levy é internado em Brasília

Levy foi hospitalizado com suspeita de embolia pulmonar.
Ele recebeu alta e deixou o hospital à 1h25 deste sábado (27).

Filipe Matoso Do G1, em Brasília
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foi internado na noite desta sexta-feira (26) no Hospital do Coração do Brasil, em Brasília, com suspeita de embolia pulmonar. Ele deixou o hospital à 1h24 deste sábado (27) e acenou para os repórteres, fazendo sinal de positivo.
A notícia foi antecipada pela coluna do jornalista Ancelmo Gois, de “O Globo”.
O hospital não divulgou informações sobre o estado de saúde do ministro.
Apesar do problema de saúde, Levy poderá viajar aos Estados Unidos, onde a presidente Dilma Rousseff fará uma visita oficial de quatro dias. Nessa hipótese, ele não iria no avião da comitiva presidencial, com partida prevista para as 9h deste sábado. A possibilidade é que o ministro viaje em um voo comercial até o final do dia.
Pela programação inicial, divulgada pela Presidência, Dilma embarca para Nova York, onde permanecerá até a próxima segunda (29). Nos dois dias em que estiver na cidade, a presidente terá série de encontros com empresários brasileiros e norte-americanos.
Em Washington, na terça (30), além de se encontrar com o presidente americano Barack Obama, Dilma participará da cerimônia de encerramento de um seminário de empresários que discutirá investimentos em infra-estrutura nos dois países. Levy é aguardado para todos esses compromissos.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, um dos objetivos da viagem da presidente aos EUA é apresentar ao governo e aos empresários norte-americanos o Plano De Investimentos em Logística como uma forma de atrair investidores do país.
O pacote foi lançado na semana passada e prevê concessões até 2018 em aeroportos, portos, rodovias e ferrovias. Segundo as estimativas do governo, o plano envolverá R$ 198,4 bilhões.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Carros autônomos do Google já circula em vias públicas



Os carros autônomos da Google já circulam em condições reais nas estradas do Vale do Silício, na Califórnia (oeste dos Estados Unidos), mais precisamente na cidade de Mountain View, sede da gigante da internet.
Por razões de segurança, a velocidade máxima é de 40 Km/h, a fim de limitar os custos caso o carro saia da pista ou colida com algum obstáculo.
"Durante esta fase do nosso projeto, teremos 'motoristas de segurança' à bordo com acesso a um volante, acelerador e freio que lhes permitem tomar o controle, se necessário", informou o Google nesta quinta-feira.
Estes mecanismos foram as exigências impostas pelas autoridades da Califórnia para permitir avançar para a fase de experimentação em vias públicas. A empresa norte-americana obteve sinal verde da Califórnia em maio.
Até agora, a empresa de Mountain View só tinha o direito a circular alguns carros modificados Lexus, marca premium da Toyota.
Revelado há um ano, o Google Car é um pequeno carro elétrico de desenho simples - uma espécie de Smart mais arredondado - que acomoda até duas pessoas.
Ao embarcar em vias públicas, o Google espera conseguir mais dados para melhorar esta tecnologia, especialmente quando se trata de acontecimentos inesperados e ocasionais (desvios, calçadas, comportamento dos outros motoristas, etc.), para tornar o veículo capaz de ajustar sua trajetória e velocidade.
Google pretende comercializar o Google Car até 2020.

quinta-feira, 25 de junho de 2015


Google ativa recurso de desfazer envio de e-mail
Redação SRZD*

Quem nunca enviou um e-mail importante e apenas depois percebeu que o conteúdo possuía algum erro que passou despercebido? Essa saia justa é uma das mais comuns na internet. Mas os dias de envio de mensagens com erros acabaram. A Google acaba de ativar sua mais nova ferramenta que desfaz o envio de e-mail para usuários do Gmail.
Para começar a usar o recurso, os usuários precisam ativar a opção nas configurações do Gmail e em seguida clicar na aba "geral" e selecionar a opção "Ativar cancelamento de envio". A nova função permite que os usuários escolham o tempo em que estará disponível a função "desfazer", que pode durar até 30 segundos.
Foto: Reprodução de Internet
*Daniel Outlander - Colaborador do SRZD

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Papa Francisco vai discutir futuro das cidades com prefeito de BH


São Paulo - O Vaticano convidou o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), para debater com o papa Francisco o desenvolvimento das cidades, tema abordado na encíclica "Laudato si", divulgada na semana passada. A audiência do pontífice com os prefeitos de 50 capitais do mundo, incluindo Lacerda, será realizada no dia 21 de julho. O evento reunirá também ambientalistas e especialistas em planejamento urbano na sede das Pontifícias Academias de Ciências e Ciências Sociais, no Vaticano.
O papa Francisco fará uma exposição aos prefeitos e ouvirá relatos de experiências dos administradores municipais. Além do workshop, Marcio Lacerda participará do Simpósio "Cidades e Desenvolvimento Sustentável", organizado pela Santa Sé em parceria com a Rede de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
O presidente da Frente Nacional de Prefeitos pretende encaminhar ao papa Francisco o documento final do III Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável (EMDS), realizado em Brasília, em abril.

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