segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Temer nega que doador de campanha tenha sido beneficiado por emenda

Grupo Libra teria obtido uma vantagem para administrar área do Porto de Santos
O vice-presidente da República, Michel Temer, negou neste domingo (3), por meio de nota, que o Grupo Libra — doador de campanha do vice em 2014 — tenha sido beneficiado por uma emenda à Lei dos Portos de autoria do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O jornal O Estado de S. Paulo mostrou que o Grupo Libra, conglomerado de logística que tem uma dívida milionária com o governo federal, obteve uma vantagem para administrar uma área do Porto de Santos, em São Paulo, graças a uma emenda parlamentar incluída por Cunha na nova legislação para o setor. O grupo foi o único beneficiário de uma brecha na lei que permitiu a empresas devedoras da União renovarem contratos de concessão de terminais portuários.
Segundo a nota enviada por Temer, não houve benefício à empresa - que é arrendatária de uma área de 100 mil m² no Porto de Santos há mais de 20 anos — porque, segundo o presidente nacional do PMDB, o Grupo Libra só vai conseguir renovar seu contrato se quitar sua dívida.
— Não há benefício à empresa, pois esta só conseguirá a renovação contratual se, ao fim de processo de arbitramento, pagar seus débitos junto à Codesp (Companhia Docas de São Paulo). [...] Não existe dano ao erário. Não há prejuízo ao patrimônio público. Ao contrário, pois serão feitos investimentos de mais de R$ 720 milhões como contrapartida à renovação da concessão, se essa for obtida.

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Grupo doador de campanha de Temer recebe benefício de aliado em porto
O jornal O Estado de S. Paulo afirma manter as informações publicadas. A renovação da concessão já foi publicada no Diário Oficial da União e não há garantia de que, ao fim do processo de arbitragem a Libra vá pagar seus débitos e fazer os investimentos referidos. O Grupo Libra contesta a dívida com o governo federal e afirma que não está inadimplente com a União.
Outro ponto contestado pelo vice diz respeito à forma como ele teria recebido as doações eleitorais do Grupo Libra. Temer criou em 2014 uma pessoa jurídica para receber contribuições e repassá-las a candidatos a outros cargos públicos, como deputados estaduais e federais. Essa conta recebeu R$ 1 milhão de dois dos sócios do Libra.
Segundo o vice, a conta pela qual ele recebe doações é do PMDB, não dele.
— É absolutamente falsa, errônea e equivocada a imputação feita no texto. [...] Foi em conta do PMDB para a campanha de 2014 que foram feitas as contribuições, transferidas a doze candidatos ao Legislativo pelo partido e a um diretório estadual do PMDB. Não houve doação a Michel Temer.
No entanto, como está publicado nos registros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e dos TREs (Tribunais Regionais Eleitorais), o repasse dos valores para os candidatos a deputado foi feito pela conta de campanha do próprio Michel Temer.
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sábado, 2 de janeiro de 2016

Carregador de dinheiro de Youssef diz ter levado R$ 300 mil para Collor

O entregador de valores Carlos Alexandre de Souza Rocha, mais um delator da Operação Lava Jato, afirmou em depoimento aos investigadores que fez uma entrega de R$ 300 mil em Maceió que era destinada ao senador Fernando Collor (PTB-AL).
O relato de Rocha, que trabalhava para o doleiro Alberto Youssef, corrobora a delação premiada de Rafael Ângulo, também funcionário de Youssef que detalhou entregas para Collor.
Rocha contou que, a pedido do doleiro, transportou R$ 300 mil em trinta pacotes de notas de R$ 100 por avião, indo de Navegantes (SC) para Campinas (SP) e de Campinas para Maceió.
Lá, encontrou em um hotel justamente Rafael Ângulo, que faria a entrega do dinheiro. Segundo Rocha, além dele havia mais duas pessoas que foram lá transportar valores, o que levou à conclusão de que o total da entrega era R$ 900 mil, valor que teria sido confirmado por Rafael Ângulo.
Rocha afirmou, porém, que só ficou sabendo posteriormente que se tratava de Collor o destinatário.
"Quando chegou de volta ao escritório de Alberto Youssef situado na rua Renato Paes de Barros, no Itaim Bibi, em São Paulo, ele comentou com o declarante que tinha recebido uma reclamação porque Rafael Ângulo Lopez tinha chamado Fernando Collor de Mello de velho e gordo; que então o declarante disse a Alberto Youssef: "Ah, então o dinheiro de Maceió foi para Collor!"; que Alberto Youssef confirmou: Foi", diz o depoimento.
O delator também disse que entregou três vezes dinheiro na empresa Companhia Águas de Itapema, do ex-ministro de Collor Pedro Paulo Leoni Ramos, em valores de cerca de R$ 380 mil cada.
Sobre Leoni Ramos, afirmou ainda que o viu em visita à casa de Youssef em São Paulo depois que o doleiro saiu do hospital em razão de uma cirurgia.
Collor e Leoni Ramos já foram denunciados pela Procuradoria Geral da República ao Supremo Tribunal Federal sob acusação de envolvimento com o esquema de corrupção.
Em sua defesa, Collor tem negado o recebimento de propina da Petrobras. Em nota divulgada anteriormente, ele também já criticou os depoimentos de delação premiada de Youssef e sustentou que não o conhece nem manteve qualquer tipo de relação com o doleiro. Já Leoni Ramos, em nota divulgada anteriormente, "nega e repudia categoricamente que tenha recebido ou intermediado valores ou contratos".
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El Niño trará 'impactos enormes' em 2016, alertam cientistas


  • 2 janeiro 2016

Image copyright ABr
Image caption Combinação inédita de El Niño intenso e aquecimento global deve elevar bastante as temperaturas no verão brasileiro
O mais forte ciclo do fenômeno climático El Niño registrado até o momento deverá aumentar os riscos de fome e doenças para milhões de pessoas em 2016, alertam organizações humanitárias. Segundo previsões, o El Niño deverá exacerbar secas em algumas áreas e acentuar inundações em outras.
Algumas das áreas mais afetadas estão no continente africano, onde a escassez de comida poderá atingir seu pico em fevereiro. Partes do Caribe e das Américas Central e do Sul também deverão ser atingidas nos próximos seis meses.
Especialistas descrevem o El Niño como um fenômeno climático que envolve o aquecimento incomum das águas superficiais e sub-superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. Suas causas ainda não são bem conhecidas.
Após analisar imagens de satélite, a Nasa (agência espacial americana) afirma que o El Niño de 2015-2016 poderá ser comparado ao que muitos chamaram de "fenômeno monstruoso" de 18 anos atrás.
"Sem dúvida são muito parecidos. Os fenômenos (El Niño) de 1982-1983 e 1997-1998 foram os de maior impacto no século passado, e parece que agora vemos uma repetição", disse William Patzert, especialista em clima do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL, na sigla em inglês) e um dos mais importantes estudiosos do El Niño dos EUA.
O pesquisador afirmou ainda que é "quase fato que os impactos serão enormes".

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Tráfego de caminhões em rodovias federais terá restrições nos feriados de 2016

Jornal do Brasil



A Polícia Rodoviária Federal já definiu os dias e horários de restrições ao trânsito de caminhões para todos os feriados nacionais do ano que vem
Os caminhões terão de obedecer restrições ao tráfego durante os feriados de 2016. Conforme estabeleceu a Polícia Rodoviária Federal (PRF), já estão, desde já, dias e horários de restrição ao trânsito de veículos pesados nos feriados de ano novo, carnaval, Semana Santa, Tiradentes, Corpus Christi e Proclamação da República do ano que vem. O calendário completo está presente em portaria publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (29).
A restrição afeta todos os trechos rodoviários de pista simples. Nos estados de Rondônia e Acre, não haverá restrição de circulação de caminhões, com exceção do período de Ano-Novo e carnaval.
A portaria 52 dispõe "sobre a restrição do trânsito de Combinações de Veículos de Carga e demais veículos portadores de AET (Autorização Especial de Trânsito) em rodovias federais nos períodos de feriados do ano de 2016". Algumas restrições terão validade nacional, mas outras serão de abrangência regional, como no caso dos festejos juninos na região Nordeste.
Nas datas e períodos designados pela PRF, ficam proibidos de trafegar nas rodovias federais Combinações de Veículos de Carga (CVC), Combinações de Transporte de Veículos (CTV) e Combinações de Transporte de Veículos e Cargas Paletizadas (CTVP) autorizados a circular portando ou não Autorização Especial de Trânsito, bem como o trânsito dos demais veículos portadores de AET.
Entre as justificativas apontadas para a adoção das restrições ao tráfego de caminhões nos feriados, a PRF apontou os esforços governamentais para a prevenção e a redução de acidentes, bem como a década mundial de ação pela segurança no trânsito, na qual o Brasil está inserido. A Polícia Rodoviária também levou em consideração o aumento significativo do fluxo de veículos durante os feriados e festas regionais e nacionais.

Tags: ano novo, polícia federal, reveillon, rodovia, segurança, veículos

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Publicada lei que prevê impressão do voto em eleições

Criado em 26/11/15 11h45
Por Da Agência Brasil Edição:Talita Cavalcante Fonte:Agência Brasil
BRASÍLIA, DF, BRASIL, 12-09-2014, 10h30: O Tribunal Regional Eleitoral do DF começa a lacrar e carregar as urnas que serão enviadas para votação no exterior. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
A lei que determina a impressão do voto da urna eletrônica para eventual conferência
Arquivo/Agência Brasil
A edição de hoje (26) do Diário Oficial da União traz publicada a lei que determina a impressão do voto da urna eletrônica para eventual conferência. A exigência do voto impresso nas eleições foi aprovada pelo Congresso Nacional na minirreforma eleitoral e vetada por Dilma Rousseff.
No entanto, na semana passada, o veto presidencial foi derrubado, e a impressão do voto foi reinserida na Lei 13.165/15, da reforma política.
A urna eletrônica imprimirá o voto do eleitor, que será depositado automaticamente em uma caixa lacrada, sem contato manual. “O processo de votação não será concluído até que o eleitor confirme a correspondência entre o teor de seu voto e o registro impresso e exibido pela urna eletrônica”, informa a lei.
A nova regra vai valer a partir da eleição de 2018.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Atentados terroristas em Paris
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http://g1.globo.com/mundo/ao-vivo/2015/explosoes-e-tiroteio-em-paris.html

Saída para crise passa por diálogo entre Lula e FHC, diz Marina Silva

Ao G1, ex-senadora classificou de 'caos' atual situação política do país.
Ela voltou a defender afastamento de Cunha da presidência da Câmara.

Fabiano Costa e Matheus Leitão Do G1, em Brasília
Marina Silva concede entrevista exclusiva ao G1/ Foto 3 (Foto: Fabiano Costa/G1)A ex-senadora Marina Silva durante entrevista em seu escritório em Brasília (Foto: Fabiano Costa/G1)
Terceira colocada nas eleições de 2010 e 2014, a ex-senadora Marina Silva (Rede-AC) afirmou em entrevista ao G1 que a saída para a atual crise política exige diálogo entre os ex-presidentes da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Para ela, se na época em que governaram, os dois negociaram com lideranças polêmicas a fim de garantir a governabilidade, eles têm condições de dar uma trégua às divergências pessoais para ajudar o país a superar as dificuldades.
Segundo a ex-ministra do Meio Ambiente, pela história e pela trajetória, Lula e FHC têm força para frear o agravamento da crise política desencadeada na última campanha presidencial. Marina afirma que a polarização entre PT e PSDB está "fazendo um mal tremendo" para o Brasil.
Está na hora de o presidente sociólogo e o presidente operário conversarem. Se foi possível Fernando Henrique conversar com ACM, se foi possível Lula conversar com [José] Sarney, [Fernando] Collor, Renan [Calheiros], Jader Barbalho e Eduardo Cunha, por que não é possível conversarem dois ex-presidentes da República para que possamos viver os últimos suspiros da polarização?"
Marina Silva (Rede-AC), ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente
"Está na hora de o presidente sociólogo e o presidente operário conversarem. Se foi possível Fernando Henrique conversar com ACM, se foi possível Lula conversar com [José] Sarney, [Fernando] Collor, Renan [Calheiros], Jader Barbalho e Eduardo Cunha, por que não é possível conversarem dois ex-presidentes da República para que possamos viver os últimos suspiros da polarização?", questionou a ex-senadora.
Na opinião de Marina, o país está perdendo grandes oportunidades por causa do "atraso" na política. "Ex-presidentes estão aí para assumir o papel de ex-presidentes e ajudar o país a sair do caos", declarou.
A ex-senadora afirmou que a instabilidade política tem contaminado a economia, afastando investidores. Para ela, há pessoas que estão trocando o futuro do país "por causa de uma eleição".
"As pessoas estão brincando. Qual é o investidor que vai olhar para uma situação como essa e vai achar que é sério investir no Brasil?", indagou.
"O que está acontecendo é que as pessoas estão trocando o futuro do Brasil por causa da próxima eleição. E não se troca o futuro de uma nação por causa de uma eleição", complementou.
Em julho, Fernando Henrique publicou um texto em sua página pessoal no Facebook no qual afirmou que, naquela ocasião, não era momento de se aproximar do governo, e sim do povo.
A declaração do tucano ocorreu um dia após o jornal "Folha de S.Paulo" publicar reportagem informando que Lula havia autorizado interlocutores a procurarem assessores do ex-presidente tucano para que fosse articulada uma conversa entre os dois.
Apesar das recentes desavenças entre Lula e FHC, Marina Silva destacou que um eventual encontro entre eles não seria visto como um "pacto de impunidade", mas sim um "pacto de responsabilidade".
"Não é ninguém ir conversar para dizer: 'olha, estou aqui vergando a sua coluna'. Não, é um diálogo mesmo. O PSDB decidiu agora que vai votar a DRU. Enfim, é a proposta deles. É incoerente não votar", defendeu a ex-senadora.
Ela se referia à manifestação dos tucanos de que, em prol da “governança”, votarãoi a favor da proposta de emenda à Constituição (PEC) que prorroga a permissão para que a União utilize livremente parte dos recursos do Orçamento, a chamada Desvinculação de Receitas da União (DRU).
Marina Silva concede entrevista exclusiva ao G1/ Foto 1 (Foto: Fabiano Costa/G1)Marina também voltou a defender o afastamento
de Eduardo Cunha da presidência da Câmara
(Foto: Fabiano Costa/G1)
Eduardo Cunha
Dirigente da Rede Sustentabilidade – um dos dois partidos que apresentaram representação no Conselho de Ética da Câmara contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – Marina Silva afirmou ao G1 que não considera a versão do peemedebista uma resposta para a denúncia apresentada pela legenda. A ex-senadora voltou a defender o afastamento de Cunha do comando da Câmara.

Na semana passada, em entrevista ao G1 e à TV Globo, Eduardo Cunha reafirmou, entre outras coisas, que não tem contas bancárias nem é proprietário, acionista ou cotista de empresas no exterior. Ele admitiu, contudo, ser "usufrutuário" de ativos mantidos na Suíça e não declarados à Receita Federal e ao Banco Central porque, segundo afirmou, são recursos que obteve no exterior, mantidos em contas das quais não é mais o titular.
O presidente da Câmara foi acusado no Conselho de Ética, pela Rede e pelo PSOL, de ter quebrado o decoro parlamentar ao, supostamente, mentir à CPI da Petrobras, afirmando que não tem contas fora do país.
Não acho que se deva fazer agora um pacto de impunidade, nem para conseguir o que a oposição quer nem o que a situação quer"
Marina, referindo-se ao processo de Cunha no Conselho de Ética
"A nossa atitude [da Rede], desde o princípio, foi de que, se houvesse denúncia, deveria haver o afastamento [de Eduardo Cunha da presidência da Câmara]. Mas, na ausência do afastamento, com as denúncias, das provas consistentes que foram apresentadas pela Justiça, então, tem um lugar para se fazer essa avaliação, que é o Conselho de Ética", disse Marina Silva.
Segundo ela, não se pode fazer um "pacto de impunidade" para salvar o mandato do presidente da Câmara. A fundadora da Rede Sustentabilidade afirmou que, "tanto o governo quanto a oposição", resolveram "protelar" a análise da reprentação do partido no Conselho de Ética, o que, consequentemente, acabou atrasando a tramitação do processo de cassação.
"Um porque queria o impeachment, e o outro porque queria evitá-lo. E não se pode instrumentalizar uma coisa como essa. Não acho que se deva fazer agora um pacto de impunidade, nem para conseguir o que a oposição quer nem o que a situação quer", opinou.
Marina Silva concede entrevista exclusiva ao G1/ Foto 4 (Foto: Fabiano Costa/G1)A ex-senadora disse que tanto governo quanto oposição ajudaram a protelar o processo de Cunha no Conselho de Ética (Foto: Fabiano Costa/G1)
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