Gabriela Sylos
Em São Paulo
Em 2006, o número de casamentos e divórcios atingiu o maior patamar dos últimos dez anos no Brasil, segundo informações do Registro Civil divulgado hoje pelo IBGE. Os divórcios cresceram 7,7%, e os casamentos aumentaram 6,5% em relação a 2005.Considerando números absolutos, os casamentos superam em mais de cinco vezes o número de divórcios no país. Em 2006, foram realizados 889.828 casamentos e 162.244 divórcios.
Entre as mulheres, a idade média do primeiro casamento é 25,4 anos, enquanto os homens casam-se pela primeira vez com 28,3 anos. Quando se divorciam, os homens têm idade média de 43,1 anos e as mulheres, 39,8 anos.
NUPCIALIDADE (POR MIL) | |||||||||||||||||||||||||||||||||
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MAIS DADOS NO INFOGRÁFICO | |||||||||||||||||||||||||||||||||
LEIA A PESQUISA NA ÍNTEGRA |
A distribuição dos casamentos ao longo do ano evidencia que a questão financeira é mesmo essencial para a união. O mês de dezembro continua sendo, nas últimas décadas, o que concentra o maior número de cerimônias. O IBGE entende que este fato deve-se principalmente ao 13º salário.
Os dados divulgados pelo IBGE mostram também que o percentual de casamentos realizados entre indivíduos solteiros ainda é predominante -85,2% das uniões-, mas vem caindo -em 1996, 90,9% das uniões se davam entre indivíduos sem experiências matrimoniais anteriores.
Em outras palavras, vem crescendo a proporção de casamentos entre divorciados e solteiros. O maior aumento é observado entre homens divorciados que casaram com mulheres solteiras: de 4,2% para 6,5% entre 1996 e 2006. Aumentaram ainda os casamentos entre cônjuges divorciados, de 0,9%, em 1996, para 2,2%, em 2006.
"Com o aumento da longevidade são comuns os casamentos depois de uma separação. Porque o casamento é bom -ficar casado já não sei", afirma Bernardo Jablonski, psicólogo social e professor da PUC-RJ. "É mais fácil para os homens, já que a sociedade aceita que ele se case de novo e com mulheres mais novas", completa o psicólogo que já escreveu diversas obras sobre relacionamentos conjugais.
SEPARAÇÕES JUDICIAIS (%) | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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MÃES JOVENS: 20% DO TOTAL | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||
JOVENS: MORTE VIOLENTA |
A taxa de divórcios cresceu 7,7% em todo o país em relação a 2005. A região Norte registrou o maior percentual (16,6%), e o Nordeste, o menor (5,3%). A taxa ficou em 6,5% no Sudeste, em 10,4% no Sul, e em 9,3% no Centro-Oeste.
"Existe uma banalização da união civil, e isso se reflete tanto no aumento no número de casamentos quanto no de divórcios", afirma o advogado especializado em direito de família Antonio Ivo Aidar. Ele cita como um dos principais motivos de separação os problemas financeiros.
Quanto à natureza das separações judiciais -processo em 1ª instância, primeiro passo para formalizar o divórcio- concedidas no Brasil, a maior parte delas foi consensual (76%). Entretanto, esse número vem caindo, já que em 1996 as separações consensuais eram 82,8%.
Entre os casais que se divorciaram no país, 38,8% deles tinham filhos menores de 18 anos, e os dados apontam que a guarda ainda fica predominantemente com as mães: 89,2% dos casos. O IBGE afirma que o fato de os homens não terem responsabilidade direta sobre os filhos facilita que os mesmos casem de novo após o divórcio.
http://noticias.uol.com.br/ultnot/2007/12/06/ult23u773.jhtm
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