terça-feira, 30 de setembro de 2014

Ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa tem carteira de advogado negada pela OAB


RIO DE JANEIRO (O REPÓRTER)  - Parece uma brincadeira de mal gosto, mas a situação é séria, mesmo beirando o absurdo. Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, teve o seu pedido de reativação de carteira de advogado negado pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF).
Barbosa foi advogado, procurador da República e ministro do Supremo Tribunal Federal, corte da qual foi presidente de 2012 até 2014. O magistrado também chegou a ser eleito pela Revista Time, em 2013, uma das cem pessoas mais influentes do mundo e agora corre o risco de não poder exercer a advocacia.
"Eu não acredito que a OAB tomará, em caráter final, uma decisão tão arbitrária. Ainda há juízes e leis no Brasil", disse Barbosa em entrevista à coluna de Mônica Bérgamo, na "Folha de S. Paulo".
O presidente da OAB-DF alega que quando Barbosa era ministro, ele foi alvo de atos de repúdio por ter, sempre no entendimento da ordem, prejudicado a atuação de dois advogados no caso do mensalão do PT.
A decisão final será submetida à comissão de seleção da entidade, que pode seguir o veto ou liberar a carteira de Joaquim Barbosa.
Tags:
OAB-DF, Joaquim Barbosa, OAB
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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

PESQUISAS ELEITORAIS, ESTADO POR ESTADO

domingo, 28 de setembro de 2014

Aécio: Tucano busca reação que até amigos veem com ceticismo




Vinte e seis de junho de 2001, penúltimo ano do PSDB no comando do país. Do gabinete da Presidência da República, o mineiro Aécio Neves liga para alguns de seus conterrâneos em tom de celebração: "Chegamos lá".
Aos 41 anos, ele sentia o gosto de assumir, ainda que interinamente, o cargo de presidente que o destino tirou de seu avô. Eleito em 1984 pelo colégio eleitoral, Tancredo Neves morreu no ano seguinte sem tomar posse.
Então presidente da Câmara dos Deputados, Aécio dizia que assumir o posto por três dias, com a viagem ao exterior de Fernando Henrique Cardoso e de seu vice, Marco Maciel, era uma homenagem ao avô.
Treze anos depois, em sua primeira campanha presidencial, Aécio Neves, 54, relembra: "Eu já fui presidente", deixando escapar um sorriso de quem deseja um dia ser o dono do cargo.


Juan Osborne
Ilustração feita com as palavras do discurso de Aécio na convenção do PSDB em junho
Ilustração feita com as palavras do discurso de Aécio
na convenção do PSDB em junho
 
Aécio entrou na disputa deste ano com a certeza de que chegaria ao segundo turno, mas a morte de seu amigo e adversário Eduardo Campos (PSB) mudou o cenário. Agora, pode ser o primeiro tucano a ficar fora da reta final da eleição desde 1994.
A amigos, costuma desabafar que sua grande oportunidade de "chegar lá" era em 2010, quando terminava seu segundo mandato de governador de Minas Gerais. Acreditava ser o melhor nome para derrotar Dilma Rousseff, lançada pelo presidente Lula, mas desistiu de enfrentar José Serra em prévias do PSDB.
Naquele ano, elegeu-se senador e, mais uma vez, foi acusado por tucanos paulistas de fazer corpo mole e ser um dos responsáveis pela derrota de Serra.
Suas divergências com o grupo serrista no PSDB se agravaram, mas conseguiu, em 2014, com o apoio de FHC, unir o partido para se lançar à Presidência.
Ungido pelo empresariado como melhor nome para derrotar Dilma, Aécio acreditava ter a campanha perfeita para devolver o poder ao PSDB.
Cresceu nas pesquisas, chegou ao patamar de 20%, mas começou a sentir o gosto de ser vidraça –algo que, dizem seus inimigos, não havia experimentado porque contaria com a proteção de parte da imprensa mineira.
Sua campanha sofreu o primeiro revés após a Folha noticiar, em julho, que ele havia mandado construir, quando governador, um aeroporto num terreno de um tio, na cidade mineira de Cláudio.
No mês seguinte, a morte de Eduardo Campos atingiu em cheio sua campanha.
Marina Silva, substituta do ex-governador de Pernambuco, lhe tirou do segundo posto da corrida presidencial.
Agora, Aécio busca uma "reação histórica" que nem amigos mais próximos acreditam ser possível e tenta salvar a disputa em seu Estado –seu candidato, Pimenta da Veiga (PSDB), pode perder no primeiro turno para Fernando Pimentel (PT).
Ficará com o prestígio e futuro político abalados se, além de ficar fora do segundo turno da eleição presidencial, perder em Minas, onde nasceu em 10 de março de 1960, em Belo Horizonte.
Filho de uma família de políticos –além do avô Tancredo Neves, seu pai, Aécio Ferreira da Cunha, foi deputado federal–, o hoje presidenciável não tinha muito interesse pela política até a adolescência.
Aos dez anos, mudou com a família para o Rio, onde curtia mais o surf e as noites cariocas. Ali nasceu sua paixão pela cidade maravilhosa, motivo de ataques de seus adversários. Durante o período em que foi governador, era acusado de passar mais tempo no Rio do que em Minas.
Suas incursões pelas noitadas cariocas teriam sido a causa de sua iniciação na política. Aos 21 anos, foi chamado pelo avô para trabalhar em sua campanha ao governo de Minas. Motivo: tirá-lo da "convivência com más influências" no Rio.
LIÇÕES DO AVÔ
Aécio seguiu Tancredo pelo ano inteiro. Eleito, virou seu secretário particular. Em seguida, participou com o avô da campanha pelas "Diretas Já" e da transição do regime militar para a democracia brasileira.
O avô deu a Aécio algumas lições sobre a vida pública que ele costuma sempre repetir. Entre elas, a de que a Presidência da República é mais um destino do que um projeto político.
Duas semanas depois da morte de Tancredo, entregou ao presidente José Sarney o cargo de secretário particular da Presidência para o qual havia sido nomeado. Ali, foi definida sua nomeação para a diretoria de Loterias da Caixa Econômica Federal.
Dali, planejou sua campanha a deputado federal. Foi eleito por quatro mandatos consecutivos (1987-2002). Virou líder do PSDB e, depois, presidente da Câmara contrariando o então presidente FHC.
Em 2002, foi eleito em primeiro turno governador de Minas, sendo reeleito em 2006. Em 2010, fez seu sucessor, Antonio Anastasia, um técnico sem nenhuma experiência na vida política.
Adepto do estilo "bon vivant", Aécio sempre foi acusado de não sacrificar sua vida pessoal pela política, algo que nunca escondeu. No ano passado, porém, largou a vida de solteiro, que mantinha desde que se separou da mãe de sua primeira filha, Gabriela, hoje com 23 anos.
Em dezembro de 2013, casou-se com Letícia Weber. Ao lado dela, diz ter superado uma das fases mais críticas do período eleitoral. Lembrou o nascimento dos gêmeos Julia e Bernardo, que nasceram durante a campanha, prematuros e que ficaram 60 dias internados num hospital. "Quem passou pelo que a gente passou não pode reclamar. Depois que eles saíram do hospital, eu já venci."
TRAJETÓRIA
Nome completo: Aécio Neves da Cunha
Nascimento: 10 de março de 1960, em Belo Horizonte (MG)
ANOS 1960 Neto do político mineiro Tancredo Neves (1910-85), que foi primeiro-ministro do governo Goulart entre 1961 e 1962, passa a infância com a família em Minas
ANOS 1970 Aos dez anos de idade, muda-se com a família de Minas Gerais para o Rio de Janeiro. Voltará a morar em Minas na década seguinte, a pedido do avô Tancredo
ANOS 1980 Em 1983, torna-se secretário particular de Tancredo, então governador do Estado. Em 1986, é eleito deputado federal pelo PMDB e participa da Constituinte
ANOS 1990 Filiado ao PSDB, é reeleito como deputado federal por Minas Gerais. Em 1992, é candidato a prefeito de Belo Horizonte, mas não é eleito
ANOS 2000 Em 2001, torna-se presidente da Câmara dos Deputados. No ano seguinte, é eleito governador de Minas Gerais, sendo reeleito no ano seguinte
ANOS 2010 É eleito, em 2010, senador por Minas Gerais. Torna-se, em 2013, presidente nacional do PSDB. Em 2014, lança sua candidatura à Presidência da República
CANETADA
Aécio usou uma caneta que seu avô Tancredo Neves ganhou de presente de Getúlio Vargas para assinar o documento de posse como presidente da República interino, em 2001. Tancredo havia reservado a caneta para o dia de sua própria posse, em 1985. Como se sabe, morreu antes de assumir
GAGUEIRA
Aécio tem uma leve gagueira, por isso desenvolveu técnicas em entrevistas para evitar interrupções. O tucano sempre se posiciona com os pés separados, lado a lado, e se movimenta de forma pendular. A tática foi alterada durante a campanha. Sua equipe achou que ficava ruim para o presidenciável balançar na TV
UPGRADE
O tucano contratou Olga Curado, consultora de imagem que auxiliou a presidente Dilma Rousseff na campanha de 2010, para ajudá-lo no gestual de entrevistas
ASCENSÃO
A ascensão de Aécio dentro do PSDB começou contra a vontade do homem que hoje é o padrinho político de sua candidatura, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso

sábado, 27 de setembro de 2014

  • Ampliação de vantagem de Dilma é comemorada no Alvorada (Blog do amarotti)

     O resultado da pesquisa Datafolha foi comemorado agora à noite no Palácio da Alvorada. Um integrante da campanha ressaltou que além da candidata do PT, Dilma Rousseff ter aberto uma diferença de 13 pontos percentuais para Marina Silva no primeiro turno, pela primeira vez a petista aparece numericamente à frente da candidata do PSB no segundo turno (47% a 43%).


    Pouco antes da divulgação dos números, o clima era de expectativa no Alvorada. Interlocutores da presidente Dilma Rousseff consultavam a todo minuto as agências de notícia para checar se a pesquisa já estava no ar. 
    Avaliação de integrantes da campanha petista ouvidos pelo Blog é que o resultado do levantamento reforça a linha da campanha de partir para o enfrentamento nesta reta final contra os dois principais adversários: Marina Silva e Aécio Neves.

    Alerta na campanha de Marina - Já na campanha de Marina Silva, os números foram recebidos com alerta. A avaliação interna é que a candidata do PSB tem conseguido resistir aos ataques de Dilma e Aécio das últimas quatro semanas. Mas há uma preocupação com o número que indica que pela primeira vez ela está abaixo da casa dos 30%.

    Outro número que chamou atenção foi o da rejeição. Dos entrevistados, 23% afirmam que não votariam em Marina de jeito nenhum. Há o reconhecimento dentro do PSB de que a campanha de desconstrução do PT e do PSDB começa criar erosão na imagem da candidata. A expectativa é que num eventual segundo turno, haja igualdade de tempo e estrutura para recuperar os números perdidos.

    No PSDB, cautela - Já no ninho tucano, os números foram recebidos com cautela. Avaliação realista é que apesar da queda de Marina Silva, há pouco tempo para uma reversão dos números. E que só um fato novo poderia fazer a candidatura de Aécio Neves dar uma guinada.

    A expectativa de aliados era de que ele tivesse um crescimento maior já nessa rodada do Datafolha. Mas há o reconhecimento interno de que a oscilação de apenas um ponto percentual não deve alterar o cenário.

  • por Gerson Camarotti

    Arrecadação em baixa nas campanhas de Dilma, Marina e Aécio

    Na reta final da campanha, aumentou a preocupação dos comitês de Dilma Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves com a arrecadação de recursos financeiros. Nos três comitês, até o momento, a arrecadação foi inferior à previsão inicial.
    Por motivos diferentes, todas as campanhas estão enfrentando dificuldades para levantar recursos. Em comum, a avaliação é de que a criminalização de doações eleitorais afastou financiadores de campanha que evitam aparecer nas listas de doação oficial.

    Na campanha de Aécio, a previsão é de que o tucano pode receber 40% do previsto inicialmente, depois que caiu para a terceira colocação nas pesquisas.
    No comitê de Marina, a falta de recursos é sentida na ausência de propaganda e cartazes pelas ruas de todo o país. Já no quartel-general de Dilma, há o reconhecimento de que a citação do nome do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, nas investigações da Polícia Federal sobre escândalos da Petrobras dificultaram as doações ao partido.

    Fornecedores e funcionários dos três comitês estão preocupados com os pagamentos dos serviços.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Rumor de "bomba" na Veja faz Petrobras disparar

: Um dia depois de ser condenada, por 7 a 0, a publicar direito de resposta em favor do Partido dos Trabalhadores, a revista Veja eletriza o mercado financeiro; investidores compram ações da Petrobras, que subiu quase 6% nesta sexta-feira, com a especulação de que vem aí uma bomba capaz de abalar os alicerces da República: a delação premiada de Alberto Youssef; será essa a bala de prata para derrubar o PT, depois que a delação de Paulo Roberto Costa não produziu os efeitos esperados?

26 de Setembro de 2014 às 17:08

Por Lara Rizério
SÃO PAULO - Além das perspectivas pelas próximas pesquisas eleitorais, um outro fato mexe com a Bovespa na sessão desta sexta- feira (26). O Ibovespa caminha para fechar com ganhos de mais de 2% e, além dos levantamentos sobre a corrida presidencial, novos desdobramentos políticos movimentam o mercado.
Circulam informações de que, neste final de semana, a revista Veja trará uma reportagem que poderia abalar a corrida eleitoral. O texto teria falas extraídas do depoimento do doleiro Alberto Youssef, acusado de coordenar um esquema de lavagem de dinheiro e pivô da Operação Lava Jato da Polícia Federal.
Youssef já deu um depoimento ao Ministério Público Federal como parte de acordo de delação premiada, que poderia envolver assuntos sobre a engrenagem bilionária que levaria a desvio de recursos públicos, incluindo a Petrobras.
No início do mês, a Veja havia soltado uma matéria em que foram divulgados os nomes de diversos políticos envolvidos em propinas e corrupção dentro da estatal. Segundo a publicação, a lista de nomes envolvidos conta com pessoas importantes da política brasileira. Entre os citados pelo executivo estão os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA).
Do Senado, estavam na lista Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, e Romero Jucá (PMDB-RR). Entre os deputados estão Cândido Vaccarezza (PT-SP) e João Pizzolatti (PP-SC), além do ex-ministro das Cidades e ex-deputado Mario Negromonte, também do PP. Vacarezza já teria aparecido nos depoimentos do doleiro Alberto Youssef.
Entre os governadores, a lista tem Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio, Roseana Sarney (PMDB), atual governadora do Maranhão, e Eduardo Campos (PSB), ex-governador de Pernambuco e ex-candidato à Presidência da República morto em um acidente de avião no dia 13 de agosto. Todos os envolvidos negaram conhecimento do esquema para a Veja.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

PT e PSDB, lá e cá


BRASÍLIA - Dilma Rousseff vai caminhando para a reeleição, passo a passo, ponto a ponto, mas o fim do segundo turno é uma incógnita e a vantagem do PT na disputa presidencial não reflete nas estaduais.
Na frente no primeiro turno, Dilma enfrenta empate com Marina Silva no segundo, quando as condições serão menos gritantemente injustas e a tendência das forças políticas será aderir a Marina, contra o PT. Hoje, Dilma é favorita, mas a eleição não está definida.
Quanto aos Estados: os candidatos do PT em São Paulo, Alexandre Padilha, e no Rio, Lindbergh Faria, empacaram em iguais 8%, segundo o Ibope, e não vão a lugar nenhum. E os governadores petistas do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, estão num lugar desconfortável na disputa pela reeleição.
Para compensar São Paulo e Rio, o PT pode ter um troféu cheio de significado em Minas, onde o petista Fernando Pimentel está nadando de braçada contra o tucano Pimenta da Veiga. Há poucos meses, ninguém apostava que o PSDB ficaria fora do segundo turno nem que Aécio Neves perderia no Estado que governou por dois mandatos com altos índices de aprovação.
Tão surpreendente quanto a possibilidade de derrota de Aécio em Minas é a virtual vitória de Geraldo Alckmin em São Paulo. A eleição paulista já teve de tudo, até uma chocante falta de água –ou ameaça de falta de água, para não ferir as suscetibilidades de assessores. Mas Alckmin seguiu inabalável, do início ao fim, vencendo no primeiro turno. Deve acender velas à rejeição ao PT.
Marina tem reais chances de subir a rampa, mas um cenário bastante provável a partir de 2015 é o PT mantendo o Planalto (para um total de 16 anos no poder) e o PSDB fortalecendo o seu real bunker, que é São Paulo.
Alckmin será o principal comandante da oposição, já marchando para 2018. Mas a polarização PT-PSDB não será mais a mesma. Nem o PSDB.
eliane cantanhêde Eliane Cantanhêde, jornalista, é colunista da Página 2 da versão impressa da Folha, onde escreve às terças, quintas, sextas e domingos. É também comentarista do telejornal 'GloboNews em Pauta' e da Rádio Metrópole da Bahia.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Dilma amplia vantagem e venceria Marina no 2º turno, diz Vox Populi

Presidente possui 40% das intenções de voto, contra 22% da ex-senadora. Aécio Neves tem 17%

Do R7

Mesmo com margem de erro, Dilma Rousseff derrota Marina Silva e Aécio Neves no 2º turno, de acordo com Vox Populi Montagem/R7
A candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) ampliou a vantagem sobre Marina Silva (PSB) entre o eleitorado para 18 pontos percentuais, superou a ex-senadora no 2º turno e venceria a corrida à Presidência da República se a eleição fosse hoje, segundo pesquisa Vox Populi, encomendada pela Rede Record, divulgada nesta terça-feira (23).
A presidente tem 40% das intenções de voto na disputa pelo Palácio do Planalto, enquanto a ex-senadora aparece com 22%. Aécio Neves (PSDB) registra 17% da preferência. Os votos brancos e nulos são 6% neste recorte, e os eleitores indecisos totalizam 12%.
Os candidatos Everaldo Pereira (PSC) e Luciana Genro (PSOL) têm 1% cada um. Já Eduardo Jorge (PV), Mauro Iasi (PCB), Eymael (PSDC), Rui Costa Pimenta (PCO) e Levy Fidelix (PRTB) não marcaram pontos.
Leia mais notícias de Eleições 2014
Na pesquisa anterior, Dilma tinha 36% da preferência do eleitorado, contra 27% de Marina e 15% do candidato do PSDB. Naquela ocasião, os votos brancos e nulos eram 8%, e os eleitores indecisos totalizavam 12%.
A pesquisa levou em conta 2.000 entrevistas feitas com eleitores, entre o último sábado (20) e o último domingo (21), em 147 cidades do País. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número BR-00733/2014.
Segundo turno
O Vox Populi também fez duas simulações de segundo turno, e a candidata do PT venceria tanto Aécio Neves (PSDB) como Marina Silva (PSB).
Em um cenário contra Marina, a presidente tem 46% das intenções de voto, contra 39% da ex-senadora. Como a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, Marina não alcança Dilma neste cenário, que ainda tem 9% de votos brancos e nulos e 6% de eleitores indecisos.
Em outra hipótese, com Dilma Rousseff contra Aécio Neves, a presidente tem 49% das intenções de voto, contra 34% do senador. Os votos brancos e nulos seriam 10% dos votos, e os eleitores que não sabem ou não responderam totalizam 7%.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Aécio Neves sobe tom sobre Marina Silva em horário eleitoral

Publicação 23/09/2014 - 15h12 Atualizado 23/09/2014 - 15h21
O horário eleitoral na TV na tarde desta terça-feira (23) foi marcado pelo aumento das críticas do candidato do PSDB, Aécio Neves, às principais adversárias, principalmente Marina Silva (PSB), com quem disputa uma vaga no segundo turno.
A ex-ministra, por sua vez, falou novamente em "mudar a política" e voltou a suas origens, com propostas para a preservação do meio ambiente. Dilma Rousseff (PT) não citou nenhum de seus adversários em um programa que tratou principalmente de direitos das pessoas com deficiência, mas apresentou um depoimento da filha de Chico Mendes, ambientalista que foi o mentor de Marina na década de 80.
Marina tentou mostrar "como a velha política atrasa a sua vida" fazendo críticas indiretas principalmente ao governo de Dilma Rousseff, com menções a "autoridades que cuidam somente dos interesses dos grupos que dominam aos partidos" e distribuição de "cargos e ministérios em troca de mais tempo no horário eleitoral".
"Nosso interesse não é derrotar a qualquer custo, é mudar a política", afirmou Marina. Depois das críticas, Marina reapresentou algumas propostas como o ensino em tempo integral e o passe livre para estudantes de escolas públicas.
Marina apareceu caminhando em uma floresta e falando sobre espécies nativas, como a biorana, já citada pela candidata em outro programa como uma árvore aparentemente frágil, mas resistente.
Além de propor a criação do Conselho Nacional de Mudanças Climáticas, a ambientalista falou em reduzir o desmatamento, aumentar a área de florestas plantadas e acabar com os lixões.
O programa de Aécio Neves apresentou uma conversa do presidenciável com líderes sindicais, como o deputado Paulinho da Força e o presidente da Força Sindical, Miguel Torres.
Nesta parte, quando falou sobre seu compromisso de buscar alternativas para a substituição do fator previdenciário e de continuar a valorização do salário mínimo, o tucano criticou principalmente o governo do PT.
"Eu fiz uma conta outro dia: só esses desvios na Petrobras permitiriam que 450 mil crianças, o seu filho por exemplo, estivessem em uma creche". Ontem, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse em entrevista que o aliado deveria "dramatizar" o escândalo da Petrobras.
As críticas a Marina Silva vieram em seguida, com o locutor do programa tucano ligando a candidata do PSB ao PT e listando uma série de eventos que lembravam a participação da ambientalista no governo Lula.
"Marina foi ministra do governo do PT junto com a Dilma, enquanto isso Aécio era oposição e defendia mudança", afirmou o locutor, que disse ainda que Marina deixou o PT "quando Lula escolheu Dilma para ser sua candidata".
A tentativa de criação da Rede e a ida para um partido que foi por muito tempo aliado do atual governo também foram ressaltadas. "Dilma promete as mudanças que não fez e Marina, a nova política que nem sempre praticou. Enquanto isso, Aécio segue defendendo a mudança", conclui.
Com um tempo de TV muito superior aos adversários, a presidente Dilma apresentou realizações de seu governo e fez promessas para um eventual segundo mandato.
O projeto "Viver Sem Limites", voltado para pessoas com deficiência física, foi apresentado como uma estratégia integrada para enfrentar os desafios de quem tem mobilidade reduzida.
O programa apresentou personagens como o senhor Jairon Vieira, cadeirante que hoje mora com a esposa em uma casa adaptada graças ao Minha Casa Minha Vida. "Dona Dilma, obrigado", disse em um vídeo gravado para a candidata do PT.
Dilma disse orgulhar-se do Minha Casa Minha Vida, visitou famílias que moram em casas construídas pelo programa e disse que não vai se acomodar por ser a presidente "que mais construiu casas populares". "Se a família é o centro de tudo, a casa própria é mais do que um telhado, concreto e paredes", disse a presidente.
Já no final do programa, Dilma apresentou duas críticas indiretas a adversários - no caso, a Marina Silva. A candidata petista mostrou depoimentos de apoiadores e entre eles estava Ângela Mendes, filha de Chico Mendes que declarou apoio à petista.
"Não vemos nenhum outro candidato capaz de fazer as mudanças que a juventude precisa, que os povos da floresta precisam", afirmou. O locutor ainda afirmou que "o Brasil que defende o pré-sal também está com a presidenta Dilma" antes de um eleitor dizer que "o pré-sal não é irrelevante, é o futuro".
Dilma aproveitou a propaganda para convocar, no próximo dia 26, uma mobilização nacional pelos direitos dos trabalhadores batizada de "nem que a vaca tussa", em referência à sua fala em comício em Campinas, na semana passada.


domingo, 21 de setembro de 2014

Políticas públicas são responsáveis pelos bons resultados contra fome no Brasil

Especialista comenta dados divulgados pela FAO 

Jornal do BrasilGisele Motta *
O Relatório de Insegurança Alimentar no Mundo – 2014, que tem um estudo de caso  chamado de O Estado da Insegurança Alimentar e Nutricional no Brasil, mostra que o Brasil reduziu de forma muito expressiva a fome.  Publicado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o relatório diz que o índice criado pela FAO para medir dimensionar a fome a nível internacional ficou abaixo dos 5%, quando eles consideram que um país superou este problema. O relatório destaca políticas públicas federais de combate à pobreza, como o Fome Zero, a Bolsa Família, Programa de Aquisição de Alimentos em Agricultura Familiar (PAA) e o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.
Segundo estudos anteriores, como o Relatório de Desenvolvimento Humano 2014, entre 2001 e 2012, a renda dos brasileiros mais pobres cresceu mais do que os brasileiros mais ricos, o que diminuiu a desigualdade social. Os 20% mais pobres tiveram aumento de renda três vezes mais do que os 20% mais ricos. Ou seja, a desigualdade social apontada quase que unanimemente como o maior problema do Brasil, diminuiu.
Para a professora Roseli Martins Coelho, docente da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp), sem desprezar os programas escolares e de incentivo a agricultura, as iniciativas mais importantes são as transferências direta de renda.
“O que teve mais impacto é a transferência de renda. Programas como Bolsa Família, que se concentra nas chefes de família, geralmente a mulher, foram muito importante. Também a atualização do salário mínimo foi importante. Há no Brasil cerca de 21 milhões de pessoas que recebem aposentadoria e cerca de 14 milhões destas  recebem um salário mínimo. Muitas dessas pessoas são responsáveis pela família, e o salário mínimo ter aumentado significa uma melhora na qualidade de vida e, assim, na alimentação. O investimento no salário mínimo é muito importante da pobreza do Brasil.”
Coelho destacou as políticas públicas. "Inequivocamente essas políticas são frutos do governo Lula para cá. Muitos dizem que a diminuição da desigualdade social começou com o governo Fernando Henrique e o fim da inflação desregulada, o que não deixa de ser verdade. Mas o impacto direto na população mais baixa da pirâmide do trabalho, chamada de subproletariado, que fica abaixo da classe D,  aconteceu com as políticas do PT", comenta. 
Apesar dessa melhora na desigualdade social (os pobres conseguirem ascender acima da proporção dos ricos), a desigualdade econômica, relacionada diretamente com a social, ainda é o maio problema brasileiro.
O incentivo à agricultura familiar ganha destaque
O incentivo à agricultura familiar ganha destaque
“Com certeza, o maior problema do Brasil ainda é a concentração de renda. Exemplificando para explicar melhor: a Alemanha também tem uma grande diferença de renda entre os mais ricos e os mais pobres. A maior parte da população não é rica, porém, as condições de vida da população mais pobre não são tão indignas como as condições de vida das populações mais pobres aqui do Brasil. O maior problema são as condições extremamente precárias dos mais pobres no nosso país. Este é o mais importante e esse é o desafio das próximas décadas.”
Para resolver esse problema, segundo Coelho, é preciso investir em educação, para aumentar a competitividade no mercado de trabalho, mas também valorizar todos os trabalhadores. “Nenhuma sociedade no mundo é composta só com trabalhadores que completaram a universidade. Para melhorar a vida do trabalhador que terminou só o ensino médio – porque até mesmo um pedreiro, um trabalhador braçal, não importa o que faça, deve ter a oportunidade de terminar pelo menos o ensino médio, por exemplo - o que deveria ser feito é aumentar a formalidade do trabalhar. Tirar o máximo possível de gente do mercado informal, onde os trabalhadores não têm direitos, não têm férias, décimo terceiro, sem falar nos casos escabrosos de trabalho análogo a escravidão, etc”, reflete Coelho.
O relatório da FAO-ONU destaca alguns programas pouco conhecidos, que não transferem renda mas tiveram um papel importante na redução da fome. Um deles é o Programa de Aquisição de Alimentos em Agricultura Familiar como o PAA, lançado em 2003, que garante o mercado para a produção agrícola familiar. Neste programa, o governo compra diretamente os alimentos dos agricultores familiares, que são usados para merenda escolar das escolas públicas, e alimentação de instituições de caridade. O Programa Nacional de Alimentação Escolar, que oferece refeições para os alunos, é colocado também em relevância.
O relatório diz que antes desse aspecto da alimentação escolar ser analisado, a subalimentação era superestimada. “Uma colaboração entre a FAO e o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) revelou que os dados nacionais usados para estimativa do parâmetro referente ao acesso aos alimentos não contemplavam o significativo consumo de alimentos fora do domicílio e, em especial, os fornecidos pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)”, diz o relatório.
“Insegurança Alimentar e o excesso de peso: o mito do paradoxo”
Outra questão levantada no relatório é o sobrepeso. Se por um lado o Brasil saiu do Mapa da Fome da ONU, o número de obesos aumentou de forma também significativa. Um relatório do Ministério da Saúde publicado em 2013 mostra que a parcela de obesos nos últimos seis anos aumentou 54%. Dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2013) mostra que 17% da população está obesa. Parece realmente um paradoxo, mas segundo o relatório, obesidade e insegurança alimentar estão relacionadas.
 A Segurança Alimentar diz respeito ao direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade em quantidade suficiente tendo como base práticas alimentares promotoras da saúde. Quando a população não tem acesso a alimentos de qualidade, também está dentro dessa  insegurança alimentar.
>>Obesidade: um mal do século XXI que atinge o Brasil
A relação do excesso de peso com populações de baixa renda tem um fator marcante, segundo o relatório: o consumo de alimentos de menor custo, que são justamente os mais calóricos.  Eles ainda destacam outras situações onde existe uma relação entre sobrepeso e insegurança alimentar: a ansiedade e estresse relacionados com a restrição alimentar involuntária e a adaptação metabólica em resposta a longos e recorrentes períodos de restrição alimentar.
Ainda sim, o fato que parece ser mais marcante é o acesso à comida com alto teor calórico e pouco teor nutricional. “A questão da obesidade dentro da última fase da sociedade industrial capitalista tem relação com a grande oferta de produtos calóricos com calorias vazias, como dizem os nutricionistas. Assim, quem quer ficar em forma precisa de dinheiro para poder escolher o que come, se manter blindado dessa comida junkie que passou a ser a maior oferta”, diz Coelho. 
* do projeto de estádio do JB
 
Tags: brasil, FAO, fome, onu, política pública, relatório, superou a fome

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Brasil reduz a pobreza extrema em 75%, diz FAO

Em São Paulo

O Mapa da Fome 2013, apresentado na manhã desta terça-feira (16), em Roma, pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), mostra que o Brasil conseguiu reduzir a pobreza extrema - classificada com o número de pessoas que vivem com menos de US$ 1 ao dia - em 75% entre 2001 e 2012.
No mesmo período, a pobreza foi reduzida em 65%. Apresentado como um dos casos mundiais de sucesso na redução da fome, o Brasil, no entanto, ainda tem mais de 16 milhões de pessoas vivendo na pobreza: 8,4% da população brasileira vive com menos de US$ 2 por dia.
O relatório da FAO mostra que o Brasil segue sendo um dos países com maior progresso no combate à fome e cita a criação do programa Fome Zero, em 2003, como uma das razões para o progresso do país nessa área. Não por acaso, foi criado pelo então ministro do governo Lula, José Graziano, hoje diretor-geral da FAO.
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Fotos retratam "esperança" de quem conseguiu sair da pobreza10 fotos

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Salam Abem também é portadora do vírus HIV e vive na Índia. "Ela perdeu seu marido para a Aids e é membro de um grupo apoiado pela FXB, que lhe rende cerca de 2 mil rúpias indianas (cerca de R$ 750) por mês", diz a ONG Leia mais Jillian Edelstein
De acordo com o documento, a prioridade dada pelo governo Lula ao combate à fome - citando a fala do ex-presidente de que esperava fazer com que todos os brasileiros fizessem três refeições por dia - no Fome Zero é a responsável pelos avanços.
Inicialmente concebido dentro do Ministério de Segurança Alimentar, o programa era um conjunto de ações nessa área que tinha como estrela um cartão alimentação, que permitia aos usuários apenas a compra de comida. Logo substituído pelo Bolsa Família, o Fome Zero foi transformado em um slogan de marketing englobando todas as ações do governo nessa área.
"O resultado desses esforços são demonstrados pelo sucesso do Brasil em alcançar as metas estabelecidas internacionalmente", diz o relatório, ressaltando que o Brasil investiu aproximadamente US$ 35 bilhões em ações de redução da pobreza em 2013.
A América Latina é a região onde houve maior avanço na redução da pobreza e da fome entre 1990 e 1992, especialmente na América do Sul, com os países do Caribe ainda um pouco mais lentos. O relatório mostra que o número de pessoas subnutridas na região passou de 14,4% da população para cerca de 5%. Além do Brasil, a Bolívia é citada como exemplo. Apesar de ainda ter quase 20% da população abaixo da linha da pobreza, saiu de um porcentual próximo a 40%.
No mundo todo, 805 milhões de pessoas ainda passam fome. São 100 milhões a menos do que há uma década, e 200 milhões a menos do que há 20 anos, mas ainda muito abaixo da velocidade que permitiria ao mundo cumprir a primeira meta dos objetivos do milênio, de reduzir a pobreza extrema à metade até 2015. Atualmente, apenas 63 países cumpriram a meta. Outros 15 estão no caminho e devem alcançá-la. O relatório completo está disponível no site da FAO.
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Cidade no Piauí deixa para trás o título de ''mais pobre do país'', mas enfrenta êxodo de jovens21 fotos

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Há dez anos, o governo federal lançava em Guaribas, no sul do Piauí, o Programa Fome Zero, com o objetivo de erradicar a miséria. O município conquistou o principal objetivo: acabar com a miséria. Mesmo assim, ainda está entre os mais pobres do país e enfrenta o êxodo dos jovens em busca de emprego em grandes cidades. Segundo o IBGE, entre 2000 e 2007, quase 10% dos moradores deixaram a cidade Leia mais Arquivo Agência Brasil

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domingo, 14 de setembro de 2014

Processo de fechamento de empresas ficará mais simples a partir de novembro

01:29 Geral, Notícias 13/09/2014 - 07h30 Brasília Embed
Karina Cardoso
A partir de novembro, o processo de fechamento de empresas terá menos burocracias. Nova norma publicada no Diário Oficial da União, prevê que para dar a baixa não serão mais exigidas certidões negativas de débitos tributários, previdenciários e trabalhistas.

Antes da norma, a dispensa de certidões para o fechamento de uma empresa só era garantida após prazo de um ano de inatividade. Agora, o proprietário precisa apenas se dirigir à junta comercial e, se constar dívidas, estas serão transferidas para os sócios e a cobrança será feita pela Receita Federal.

Segundo a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, hoje existem mais 1 milhão de números de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica inativos, que não são encerrados devido à burocracias.

sábado, 13 de setembro de 2014

PIB brasileiro surpreende com crescimento vigoroso, segundo analistas

12/9/2014 14:07
Por Redação - de Brasília
comércio
PIB esperado era menor do que constatou o IBGE
A atividade econômica apresentou crescimento em julho, depois de dois meses seguidos de retração. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) dessazonalizado (ajustado para o período) teve crescimento de 1,5%, em julho. Em junho, a queda ficou em 1,51% e, em maio, em 0,46%, de acordo com os dados revisados divulgados em relatório do BC, nesta sexta-feira. Esse foi o maior crescimento mensal desde junho de 2008 (3,32%).
Em relação a julho de 2013, houve expansão de 5,28%, de acordo os dados sem ajustes para o período. De janeiro a julho, a atividade econômica ficou praticamente estável, com crescimento de 0,07%. Em 12 meses encerrados em julho, a expansão ficou em 1,14% (dado ajustado para o período). O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica brasileira. O índice incorpora informações sobre o nível de atividade dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços e agropecuária.
Em junho, o indicador havia mostrado contração de 1,51% sobre maio em dados dessazonalizados revisados pelo BC. Anteriormente, havia sido divulgado queda de 1,48% em junho. O resultado de agora foi bem melhor que o esperado em pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters, cuja mediana de 21 projeções apontava alta de 0,80% em julho.
“Vemos o número mais alto do que o esperado principalmente como recuperação técnica de um segundo trimestre profundamente negativo. Portanto, não é indicativo de clara tendência de recuperação econômica”, destacou em nota o diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos.
Na comparação com julho de 2013, o IBC-Br recuou 0,31% e acumula alta de 1,14% em 12 meses, ainda segundo dados dessazonalizados. A economia brasileira entrou em recessão no primeiro semestre, afetada sobretudo pela indústria e pelos investimentos em queda. No segundo trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) havia recuado 0,6% sobre o período imediatamente anterior.
O cenário de atividade fraca vem junto com o de inflação ainda elevada, num momento em que a presidente Dilma Rousseff (PT) tenta a reeleição. Em julho, a produção industrial havia avançado 0,7% frente a junho após cinco meses de queda, ainda que os dados tenham sido encarados com cautela por agentes econômicos, que ainda não estavam convencidos na tendência de recuperação.
No mesmo período, no entanto, as vendas no varejo recuaram 1,1%, muito pior do que o esperado, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, o IBC-Br de agosto deve apontar para estagnação da economia, e portanto a alta de julho “não representa uma retomada de expansão sustentável”.
“Por enquanto, os dados apontam economia próxima da estagnação no terceiro trimestre, o que não seria bom em virtude das contrações nos primeiros trimestres. O que se espera é que volte a crescer”, disse ele, que estima alta do PIB de 0,2% neste ano.
Economistas de instituições financeiras consultados na pesquisa Focus do BC veem que o crescimento do PIB em 2014 ficará abaixo de 0,5%, bem aquém da expansão de 2,5% vista em 2013.
O IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três setores básicos da economia: serviços, indústria e agropecuária, assim como os impostos sobre os produtos.