quarta-feira, 5 de novembro de 2008

By, by, Bush!




Com guerras e caos econômico, Bush deixará Casa Branca sob críticas

Presidência foi marcada por 11 de Setembro e pelo conflito no Iraque.
Relembre a trajetória do 43º presidente dos EUA.

Do G1, em São Paulo




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O presidente George W. Bush durante a posse de seu segundo mandato, em 2005 (Foto: The New York Times)

Depois de oito anos, duas guerras interminadas e uma grave crise econômica, o presidente George W. Bush, o 43º a ocupar o Salão Oval na Casa Branca, terminará seu mandato com um recorde de desaprovação popular. Segundo pesquisas, apenas entre 21% e 29% do eleitorado aprovam o mandatário.

Filho do ex-presidente George H.W. Bush (1989-1993), “Dubya” – como é chamado, em referência a letra W de seu primeiro sobrenome – nasceu em 6 de julho de 1946, em Connecticut, na costa leste dos EUA, mas foi criado no Texas, estado sulista que o elegeria governador duas vezes (1994 e 98). Ele estudou em Yale e Harvard e foi piloto da Guarda Aérea Nacional. É casado com Laura Bush, uma ex-professora e bibliotecária, e pai das gêmeas Bárbara e Jenna, de 26 anos.





A gestão de Bush termina tão controversa quando começou, em 20 de janeiro de 2001, depois de uma disputada eleição com o democrata Al Gore. Na ocasião, Gore ganhou na contagem do voto popular por 300 mil votos, mas perdeu no colégio eleitoral (267 a 271).


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Bush em família, quando ainda era só um político regional, no Texas (Foto: Divulgação/Depto de Estado dos EUA)

A disputa só foi resolvida 36 dias depois das eleições, quando a Suprema Corte dos EUA inviabilizou a recontagem manual dos votos no estado da Flórida e decidiu, por 5 votos a 4, dar a vitória a Bush. Foi a primeira vez na história do país que uma eleição foi definida pelo Poder Judiciário.

Entenda o sistema eleitoral dos EUA

Oito meses depois da posse de Bush, os ataques terroristas de 11 de Setembro matariam quase 4 mil pessoas e dividiriam em antes e depois a história dos EUA. A comoção no país garantiu o apoio político e popular para que o presidente determinasse, em outubro do mesmo ano, a invasão do Afeganistão, controlado pelo Talibã e esconderijo de Osama Bin Laden e da al-Qaeda, autores dos atentados.

Bush deu início, então, à “guerra contra o terror”, estratégia bélica que foi endossada pelo próprio povo norte-americano ao reeleger o presidente, em 2004. Desta vez, em uma eleição contra John Kerry, a vitória foi clara. Bush teve 3,5 milhões de votos a mais do que Kerry. Seu partido, o Republicano, ganhou maioria na Câmara de Deputados e no Senado. Vence, também, a agenda conservadora e “cristã” de Bush, que sempre se posicionou contra o casamento homossexual e o aborto.


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Os atentados terroristas de 11 de Setembro foram o primeiro grande acontecimento da gestão Bush e determinantes para a política seguida pelo presidente (Foto: The New York Times)

Guerras e economia

A ocupação dos EUA no Afeganistão continua até hoje, bem como a Guerra no Iraque, iniciada por Bush em 2003, quando Bush acusou o ex-presidente iraquiano Saddam Hussein de possuir armas de destruição em massa e de ter elos com a al-Qaeda, acusações que depois se provaram infundadas.



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O fracasso nas duas guerras tem sido determinante para a impopularidade de Bush. No Afeganistão, mesmo após a destituição do Talibã, a violência e o poder da al-Qaeda aumentaram no último ano, tanto que Bush decidiu recentemente pelo envio de 4,5 mil soldados ao país, deslocados do Iraque.
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A situação no Iraque é ainda mais delicada. Sem previsão de fim, a ocupação norte-americana no país é considerada um desastre. Cinco anos depois do início da guerra, os EUA ainda mantém 140 mil soldados no país. Os registros de violência e terrorismo são diários e já tiraram, desde 2003, a vida de quase 4200 soldados norte-americanos e de mais de 88 mil civis (segundo o site Iraq Body Count).

Os combates, bem como os poucos avanços no processo de paz no Oriente Médio, ofuscaram um ponto que analistas consideram positivo na gestão de Bush: o programa emergencial de combate à Aids no continente africano.

Mas neste ano, mais do que as guerras, o que marcou a presidência de George W. Bush foi a crise financeira que arrebatou os EUA. Ainda que o problema das hipotecas subprime – citado como uma das origens da crise – tenha começado muito antes de sua gestão, foi nela que a “bolha” estourou. Com a quebra do banco Lehman Brothers, em setembro, e o sobe-e-desce das bolsas de valores, Bush passou a fazer pronunciamentos quase diários à nação, mas não conseguiu, aparentemente, domar o caos econômico.

A resolução dos maiores problemas de sua gestão devem ficar, portanto, para seu sucessor.

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