Dilma foi alvo de espionagem dos EUA, diz reportagem
Do UOL, em São Paulo
O jornalista Glenn Greenwald, que mora no Rio de Janeiro, apresentou um documento indicando que era objetivo da NSA "entender melhor" a comunicação da presidente com sua equipe. O parceiro de Greenwald, o brasileiro David Miranda, foi retido por 9 horas no aeroporto de Heathrow, em Londres, em 18 de agosto e teve documentos confiscados por serem considerados danosos à segurança do Reino Unido.
As informações chegaram a Greenwald em junho por meio de Edward Snowden, o ex-agente norte-americano que revelou como os EUA monitoram informações de milhões de pessoas, dentro e fora do país. O documento que cita espionagem à presidente do Brasil, com data de junho de 2012, seria parte de uma apresentação interna realizada na NSA. Greenwald foi o primeiro jornalista a publicar as denúncias do ex-agente, no jornal britânico "The Guardian".
Segundo o "Fantástico", Snowden foi contatado durante a produção da reportagem, mas não pode comentar as informações divulgadas por Greenwald, por exigência do governo da Rússia, onde está exilado.
SAIBA MAIS SOBRE GREENWALD
Números de telefone, e-mails e IPs (identificação individual de um computador) teriam sido monitorados. Um gráfico mostra toda a rede de comunicações da presidente com seus assessores. De acordo com a reportagem, porém, o documento não tem exemplos de mensagens ou ligações entre Dilma e seus ministros.
O material apresentado por Greenwald cita o método de espionagem aplicado às comunicações da presidente como "uma filtragem simples e eficiente que permite obter dados que não são disponíveis de outra forma. E que pode ser repetido." Além disso, afirma que a NSA teve sucesso contra alvos de alto escalão: Brasil e México (cujo presidente, Enrique Peña Nieto, também aparece na reportagem como espionado pelos EUA).
Ao tomar conhecimento da denúncia pela TV Globo, o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, classificou a espionagem como um fato "gravíssimo" e afirmou que, se confirmada, terá sido uma "clara violação à soberania" brasileira.
Grampos nos EUA
O programa | O Prism é um programa de inteligência secreta americana que daria ao governo acesso aos dados de usuários de serviços de grandes empresas de tecnologia | |
Quais dados? | Não se sabe exatamente, mas qualquer informação poderia ser consultada. O jornal 'Washington Post' cita e-mail, chat, fotos, vídeos e detalhes das redes sociais | |
Quem sabia? | Segundo Obama, o programa foi aprovado pelo Congresso e é fiscalizado pelo Poder Judiciário no país. Todas as empresas negaram participação | |
Funcionamento | De acordo com fontes do jornal britânico 'The Guardian', o governo poderia ter acesso aos dados sem o consentimento das empresas, mas, como eles são criptografados, precisaria de chaves que só as companhias possuem | |
Empresas possivelmente envolvidas | Microsoft, Google, Facebook, Yahoo, Apple, Paltalk, Skype, Youtube, AOL |
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