Os índices de inflação que prometiam sair do controle
Mas ficaram no limite da meta, frustrando os analistas
Os índices de inflação deram motivo para debates acalorados nas mais diferentes rodas de conversa. O clímax dessa discussão foi quando o preço do tomate teve uma elevação de mais de 50% e, ironicamente, surgiram vários economistas de plantão, dando suas precisas e certeiras opiniões, lembrando os momentos de proximidade das Copas do Mundo, quando cada brasileiro se torna um fervoroso técnico da seleção.
A inflação não explodiu, para desespero dos que torciam por isso e explodiram de raiva. O tomate voltou à mesa das famílias brasileiras a preços razoáveis, passada a sazonalidade da elevação. Os índices, é certo, ficaram no limite máximo da meta, mas não chegaram a um patamar que justificasse a ampla histeria que tomou conta do país, das mídias e das conversas de botequim.
Os índices dentro do limite máximo da meta, no entanto, não ficou barato para o governo. A referência de preços dos combustíveis, com a equalização dos reajustes, transformou a Petrobras na “estatal que o governo vai quebrar” da vez. A empresa (que pertence ao povo brasileiro e atua em seu benefício e não de uma entidade imaterial e impalpável chamada mercado) vem fazendo os ajustes necessários e enfrenta essa situação no momento, mas com excelentes perspectivas para 2014.
Para formar uma dupla de sucesso com a inflação, o Produto Interno Bruto (PIB) foi outro tema que despertou paixões exacerbadas pelo país afora. A queda de braço entre o governo federal e os economistas, principalmente os de oposição, começou logo no início do ano quando a equipe econômica divulgou sua previsão de que a economia do país chegaria ao final do ano com um crescimento em torno de 4,5%, o que provocou quase uma revolta entre os especialistas.
Ao longo do ano essas projeções foram diminuindo e, de acordo com as últimas estimativas, o PIB deverá apresentar uma evolução positiva em torno de 2%, resultado que, para os analistas, no Brasil não pode acontecer. Já nos Estados Unidos, Japão e vários países europeus esse índice é mais do que aceitável. A expectativa de um péssimo resultado para o PIB deste ano gerou ainda previsões catastróficas. Conjugado com a retirada dos estímulos do Banco Central dos Estados Unidos à economia e um possível rebaixamento da nota de risco do Brasil, haveria no país uma situação de caos com sérias consequências.
A presidente Dilma Roussef aproveitou as comemorações do Dia da Independência para fazer um pronunciamento à nação e afastar o pessimismo que passou a tomar conta do país. "A inflação está em queda. Os índices de julho e agosto foram baixos e a cesta básica ficou mais barata em todas as 18 capitais pesquisadas. O emprego continua crescendo. Já geramos 900 mil vagas este ano e mais de 4 milhões e 500 mil desde o início do meu governo. Não vamos descuidar um só instante. Vamos manter o equilíbrio fiscal, o estímulo ao investimento, a ampliação do mercado interno", disse a presidente.
Dilma lembrou ainda que há muito para ser feito, mas ressaltou que o governo não vai descuidar. "O governo deve ter humildade e autocrítica para admitir que existe um Brasil com problemas urgentes a vencer e a população tem todo o direito de se indignar com o que existe de errado e cobrar mudanças. Mas há, igualmente, um Brasil de grandes resultados, que não podemos deixar de enxergar e reconhecer. Não podemos aceitar que uma capa de pessimismo cubra tudo e ofusque o mais importante: o Brasil avançou como nunca nos últimos anos", disse.
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