sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Mercadante vai para Casa Civil e Chioro assume ministério de Padilha

30/1/2014 15:08
Por Redação - de Brasília

Mercadante é o ministro da Educação do governo Dilma
Mercadante é o atual ministro-chefe da Casa Civil do governo Dilma
A reforma ministerial anunciada, oficialmente, nesta quinta-feira, começou com a troca de Aloizio Mercadante, na Casa Civil, para o lugar de Gleisi Hoffmann, pré-candidata ao governo do Paraná; e a condução de Arthur Chioro, na Saúde, no lugar de Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de São Paulo. A decisão anunciar as mudanças nesta tarde partiu do Palácio do Planalto, depois que Padilha falou ao público em cadeia nacional de rádio e televisão, na noite passada, para informar o início da vacinação contra HPV.
Na Casa Civil, Valdir Simão, que já trabalhava no cargo de coordenador do Gabinete Digital da Presidência da República, vai assumir a secretaria-executiva. Dilma ainda pretende negociar com os candidatos aos Ministérios antes de divulgar as demais alterações, nos próximos dias, como no caso do ex-governador Ciro Gomes (Pros-CE), que apoia a presidenta na Região Nordeste.
Nesta tarde, Dilma liberou nota oficial na qual confirma que “a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, deixarão seus cargos. Para a chefia da Casa Civil, a presidenta indicou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. O novo ministro da Saúde será o médico Arthur Chioro. O novo ministro da Educação será José Henrique Paim Fernandes, atual secretário-executivo do Ministério”.
“A posse dos novos ministros será na segunda-feira, às 11 horas, no Palácio do Planalto. As transmissões ocorrerão nos seus respectivos ministérios na segunda-feira à tarde”, acrescentou a nota, assinada pela secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
Mercadante completou, na última sexta-feira, dois anos à frente do Ministério da Educação (MEC) e, segundo apontaram agentes da área de educação consultados pela reportagem do Correio do Brasil, deixa um saldo positivo, apesar da demora na aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) e uma relação desgastada com o setor privado. Mercadante também deixa, como principais realizações, a criação do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa e a consolidação de programas como o Ciência sem Fronteiras e o Pronatec.
Perfil político
A condução de Aloizio Mercadante para a chefia da Casa Civil vai ajudar o governo da presidente Dilma Rousseff a ter uma figura com personalidade e autoridade política, neste ano em que a titular do Palácio do Planalto precisará estar na campanha pela sua reeleição, segundo avalia o cientista político e professor do Instituto Ensino Superior e Pesquisa em Negócios, Economia e Direito (Insper) Carlos Melo.
– Depois de Dilma, não há ninguém com força política e personalidade capaz de dar ao governo e à Casa Civil uma identidade, sobretudo em ano de corrida eleitoral – disse Melo a jornalistas.
Na avaliação de Rafael Cortez, também cientista político e analista da Tendências Consultoria Integrada, Mercadante terá um papel fundamental na Casa Civil porque o governo precisa de um alguém com um perfil mais proativo, além de melhorar seu canal de comunicação com vários setores e não apenas com o Congresso Nacional, neste ano de eleições gerais.
– Certamente será um nome muito importante e se tiver êxito na missão e Dilma se credenciar para um segundo mandato, terá envergadura para ocupar uma posição de destaque no novo governo – afirmou.
Indagado sobre a propagada informação de que um dos maiores desejos de Mercadante sempre foi ocupar a pasta da Fazenda, Cortez avalia que, num momento em que Dilma enfrenta o desafio de manter a credibilidade da política econômica e evitar o risco significativo de rebaixamento do rating do Brasil, a percepção do mercado não iria ser alterada apenas com a eventual mudança do titular do Ministério da Fazenda.
Sobre o assunto, Carlos Melo avalia que, apesar de ter afinidade com a economia, Mercadante deverá mesmo cumprir seu papel na Casa Civil, até mesmo porque, se fizer uma boa administração, vai se credenciar para postos mais altos e poderá, dependendo do resultado do pleito deste ano, ser um nome forte para disputar a Presidência da República pelo PT nas eleições gerais de 2018.
Para o especialista em marketing eleitoral Sidney Kuntz, um dos maiores desafios do futuro titular da Casa Civil será justamente driblar a sua postura mais altiva e adotar um perfil conciliador, negociador.
– Mesmo no PT, Mercadante enfrenta resistências em razão de seu temperamento. E num posto estratégico como a Casa Civil, deverá exercitar a sua capacidade de articulador – disse.
Kuntz concorda com Melo e Cortez que, apesar de ter perdido muito prestígio ao longo do tempo, a Casa Civil ainda é um ministério estratégico que poderá alçar Mercadante a voos mais altos, caso ele faça uma boa gestão num ano em que a articulação política será muito exigida.

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