terça-feira, 28 de outubro de 2014


Dilma afirma que mudanças na economia começam em novembro

Novo ministro da Fazenda será anunciado no momento adequado, disse em entrevistas a telejornais

Reuters
Dilma: novo ministro da Fazenda será anunciado no momento adequado
Dilma: novo ministro da Fazenda será anunciado no momento adequado
Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
BRASÍLIA - A presidente reeleita Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira que novas medidas econômicas serão tomadas a partir de novembro, depois de um amplo diálogo com setores produtivos e financeiros, e que o novo ministro da Fazenda será anunciado no momento adequado.
"Eu pretendo colocar de forma muito clara as medidas que vou tomar, agora, não é hoje", disse Dilma durante entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo. "Antes do final do ano (eu vou anunciar as medidas). Eu vou fazer isso nesse mês que inicia na próxima semana", acrescentou.
Em outra entrevista, também nesta segunda-feira, ao Jornal da Record, Dilma disse que pretende fazer um amplo diálogo sobre as próximas medidas a serem adotadas para fazer a economia voltar a crescer.
"As medidas vão ser... objeto de amplo diálogo, de uma discussão com todos os setores. Não se trata aqui de fazer uma lista de medidas... não acho que é esse o caminho correto", disse Dilma ao ser instada a dar detalhes durante a entrevista ao Jornal da Record.
A petista disse que seu segundo mandato será marcado pelo "diálogo". A falta de interlocução com vários setores econômicos e financeiros é uma das principais críticas ao seu atual governo.
Questionada sobre quem será o futuro ministro da Fazenda, já que durante a campanha anunciou que Guido Mantega, titular da pasta, não continuaria no segundo mandato, a presidente afirmou que não anunciaria o futuro comandante da política econômica nesta segunda-feira.
"Eu não vou discutir só um ministro, eu vou discutir o meu ministério (de forma geral)", disse ao Jornal da Record. "Não tente especular, porque não direi como farei", avisou a petista.
Questionada sobre as especulações de que o presidente do Bradesco, Luiz Trabuco, poderia ser nomeado ministro da Fazenda, num gesto de Dilma para refazer as pontes com o mercado financeiro, a presidente voltou a despistar.
"Você está lançando um nome?", questionou a presidente.
"Eu gosto muito do Trabuco, agora, me desculpa, mas não acho que seja o momento e nem a hora para discutir nomes do próximo governo", argumentou Dilma. "Eu entendo que a imprensa tenha essa curiosidade, mas está cedo."
Dilma deve priorizar as mudanças no comando da área econômica nas próximas semanas, mas, segundo aliados, ela não fará nenhum anúncio nesta semana.
Corrupção e plebiscito
Dilma voltou a dizer que deseja que todas as denúncias de corrupção sobre o suposto esquema de corrupção na Petrobras sejam investigadas e que não acredita que essas investigações possam criar instabilidades políticas graves no seu segundo mandato.
"Eu não acredito num terceiro turno, porque quem tentar um terceiro turno está fazendo um desserviço ao Brasil", disse Dilma ao Jornal da Record.
"No que se refere ao escândalo da Petrobras... eu vou repetir o que eu disse durante toda essa campanha: eu vou investigar, vou me empenhar, doa a quem doer, não vai ficar pedra sobre pedra", afirmou a presidente.
Ao Jornal Nacional, Dilma condenou as especulações e ilações sobre o caso.
"Eu vou fazer questão que a sociedade brasileira saiba de tudo, eu não concordo que isso leva à crise, acho que o que leva à crise no Brasil são as suposições, as ilações e as insinuações", disse.
Segundo denúncias do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, um suposto esquema de sobrepreços de contratos da estatal serviria para alimentar partidos e políticos da base de sustentação do governo.
Costa tem prestado depoimentos no âmbito de um acordo de delação premiada com o Ministério Público. Além dele, o doleiro Alberto Youssef, que faria parte do esquema, também está tentando fazer um acordo semelhante.
Dilma voltou a defender também, como fez durante a campanha eleitoral e no discurso da vitória, a realização de uma reforma política por meio de um plebiscito popular.
Segundo a petista, apesar da proposta apresentada por ela ter sido rejeitada pelo Congresso no ano passado, há agora uma maior possibilidade de ir adiante porque há uma conscientização dos parlamentares e maior apelo popular por um plebiscito.
"Eu acredito que o Congresso vai ter sensibilidade de perceber que essa é onda que avança", argumentou Dilma.
(Reportagem de Jeferson Ribeiro)

segunda-feira, 27 de outubro de 2014


Norte e Sul: Dilma vence em 15 estados, Aécio em 12


Dilma venceu na maioria dos estados do norte e nordeste, Aecio, nos estado do sul e do sudeste - foto: Agencia Brasil.
Dilma venceu na maioria dos estados do norte e
 nordeste, Aécio, nos estado do sul e do sudeste 
– foto: Agencia Brasil.

A divisão no resultado das eleições presidenciais refletiu-se nos estados. 
Das 27 unidades da Federação, a candidata do PT, Dilma Rousseff, venceu em 15 e o candidato do PSDB, Aécio Neves em 12.
Dilma venceu nos estados de Alagoas, do Amazonas, do Amapá, da Bahia, do Ceará, do Maranhão, de Minas Gerais, do Pará, da Paraíba, de Pernambuco, do Piauí, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Norte, de Sergipe e do Tocantins. Os melhores resultados foram obtidos no Maranhão (78,76%), no Piauí (78,29%) e no Ceará (76,75%).
Aécio Neves ganhou a disputa no Distrito Federal e nos estados do Espirito Santo, de Goiás, de Mato Grosso do Sul, de Mato Grosso, do Paraná, de Rondônia, de Roraima, do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e de São Paulo. Os estados que mais deram vantagem ao tucano foram Santa Catarina (64,59%), São Paulo (64,31%) e Acre (63,86%, com resultado parcial).
No estado natal dos dois candidatos, Minas Gerais, Dilma derrotou Aécio. Dilma ficou com 52,41% dos votos e Aécio, com 47,59%. De um universo de 15,2 milhões de eleitores, a petista venceu o tucano por uma diferença de 550,5 mil votos.
Embora nascida em Minas, Dilma começou a carreira política no Rio Grande do Sul. No estado, onde tem domicílio eleitoral, a presidenta obteve 46,47% dos votos, contra 53,53% do adversário. Em um colégio de 8,4 milhões de eleitores, Aécio venceu Dilma por 455 mil votos de diferença.
Por Agência Brasil

sábado, 25 de outubro de 2014

Dilma e Aécio - as tendências nas pesquisas eleitorais

Em seguida ao primeiro turno, havia uma tendência de alta do candidato tucano Aécio Neves. E Aécio, que claramente na segunda pesquisa tinha batido no teto, agora é descendente. 
Dilma foi estabilizada após o primeiro turno, e agora e ascendente. Nas pesquisas, as tendências ascendente e descendente sinalizam para os estatísticos o que pode vir a acontecer.
Alguns analistas confundem opinião pública subliminarmente, imaginando que o leitor não tem cultura nem competência para perceber que as informações subliminares são tendenciosas e de vontade do analista.
A forma violenta como esses analistas vêm se comportando faz com que se perceba claramente que a radicalização que o país está vivendo pode trazer consequências perigosas para a segurança. Consequências não provocadas pelos candidatos, e sim pelos apaixonados que, como em 1954, imaginavam que o suicídio de Getulio Vargas traria a estabilidade e a segurança para o país. As consequências, na ocasião, foram desastrosas. E dez anos depois, houve o golpe de Estado. 
A vontade do povo só pode ser contida sem urna. Com urna, como dizia um governador do Rio de Janeiro, não há regime melhor do que a democracia, "mas muitas vezes a urna é que atrapalha."
Os números das pesquisas e do primeiro turno da eleição
Dilma Rousseff e Aécio Neves
Dilma Rousseff e Aécio Neves
De acordo com as três últimas pesquisas do Datafolha, divulgadas nos dias 15, 20 e 22 de outubro, Dilma teve as seguintes variações de intenção de voto:
Sudeste - 35% , 40% e 40%
Sul - 34%, 33% e 38%
Nordeste - 61%, 64% e 64% 
Centro-Oeste - 33%, 39% e 37%
Norte - 51%, 55% e 54%
No primeiro turno, a distribuição dos votos entre os três principais candidatos foi a seguinte: 
>> Sudeste:
Dilma – 32,43%
Aécio – 39,4%
Marina – 23,53
>> Sul:
Dilma - 36,32%
Aécio – 47,21%
Marina – 22,92% 
>> Centro-oeste:
Dilma – 32,55%
Aécio – 40,99%
Marina – 17,98% 
>> Norte:
Dilma – 50,52%
Aécio – 28,26%
Marina – 17,98%
>> Nordeste:
Dilma – 59,58%
Aécio – 15,38%
Marina – 23,6%
Tags: #eleições2014, Aécio, brasil, dilma, eleição, Eleitor, urna

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Panorama Político (24) A política como ela é: nua e crua - ILIMAR FRANCO



   24.10.2014 9h45m
          O naufrágio do senador Aécio Neves, nas pesquisas, já está sendo debatido nos bastidores. Os analistas políticos não têm posição comum. Alguns citam a avaliação regular do governo Dilma (44% ótimo/bom), a insinuação de maus tratos às mulheres e o drama da água em São Paulo. Outros, a perda da classe C, ao não tratar de forma adequadamente temas da economia do cotidiano, como a geração e a garantia de emprego, e o poder de consumo.
O tipo de mandato
A distância entre o eleito e o derrotado, no domingo, vai determinar que tipo de governo o país terá nos próximos quatro anos. Vencer com uma vantagem apertada ou dilatada faz a diferença. O cientista político Alberto Carlos Almeida, autor de “A Cabeça do Eleitor”, explica: “Uma vitória apertada nas urnas seria, como dizem os americanos, ganhar a eleição, mas não ganhar o mandato. O eleito precisa buscar apoio social. Uma vitória folgada é uma autorização para manter o mesmo rumo”. FH venceu duas eleições (1994/1998) no primeiro turno. Lula levou duas (2002/2006) com diferença percentual acima de 20 pontos. A presidente Dilma, em 2010, ganhou de José Serra (PSDB) com 12 pontos de frente.
Eu tenho certeza que o Ibope e o Datafolha vão ter que pedir desculpas ao povo brasileiro na segunda-feira

Marcus Pestana
Presidente do PSDB de Minas e deputado federal, reagindo às pesquisas que dão vantagem de seis a oito pontos para a presidente Dilma contra o senador Aécio Neves

Um poço até aqui de mágoa
Aliado dos governos Lula e Dilma, o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), atribui a uma gravação do ex-presidente Lula para a TV as dificuldades que enfrenta contra Robinson Faria (PSD), que lidera as pesquisas para o governo.

Na primeira fila
Na bolsa de apostas de petistas e aliados, o que se diz é que o governador da Bahia, Jaques Wagner, terá papel de destaque num eventual segundo mandato da presidente Dilma. A votação da presidente na Bahia e sua proximidade com o ex-presidente Lula são suas credenciais. Alguns dos atuais ministros vão adiante e afirmam que ele tem futuro.

Estímulo ao corporativismo
Os aliados de Aécio Neves têm feito críticas a Armínio Fraga. O presidente do PTB, Benito Gama, avalia que sua exposição foi excessiva. Cita a presença em debate na TV comercial. No comando da campanha, consideram desastrosa as críticas aos bancos públicos (BB, CEF e BNDES).
Se é assim com os aliados
A PF deu ontem a segunda batida no comitê central do candidato do PMDB ao governo do Ceará, o líder no Senado, Eunício Oliveira. Não encontrou nada. A reação divide o partido. Uns dizem que ele voltará espumando de raiva para o Congresso. Outros avaliam que ele retorna em condições de ser ministro de um governo Dilma.

69 anos
Nos comícios que fez nas duas últimas semanas, o ex-presidente Lula pediu nos palanques, como ontem em São Gonçalo (RJ), que os eleitores lhe dessem de presente de aniversário, dia 27, na segunda-feira: a reeleição da presidente Dilma.

Vem aí o mais segurança
A previsão de contratação de agentes de segurança para a Rio-2016 é de 16,8 mil. O sindicato da categoria diz que o mercado local tem 42 mil agentes, mas só cinco mil estão disponíveis. O fato de ser um trabalho temporário é um empecilho.
Sobre o Bloco do PMDB com outras siglas, o vice Michel Temer diz que não é iniciativa do partido. E, se existir, é um movimento dos deputados.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

FMI se reúne, a partir de hoje, para discutir baixo crescimento mundial

  • 10/10/2014 13h05
  • Brasília
Daniel Lima - Repórter da Agência Brasil Edição: José Romildo
O Fundo Monetário Internacional (FMI), inicia hoje (10), em Washington, reunião para tentar desatar o nó da crise econômica global, iniciada em 2008. O encontro deve buscar soluções para que os países superem o baixo crescimento da economia global, disse, em entrevista por telefone à Agência Brasil, o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Carlos Comzendey.
“Acho que a discussão vai girar em torno [da busca de respostas para a crise]. O que [se deve fazer] para reagir. Acredito que a discussão estará centrada na conjuntura. Ou seja, na verificação de que a expectativa que havia no início do ano de um crescimento mais forte de uma economia global, que não se realizou, [exige ação]".
Conforme o FMI,  no relatório World Economic Outlook, divulgado esta semana, o ano de 2014 praticamente está se encerrando com crescimento mundial projetado em apenas 3,3%. A revisão das previsões ocorre em razão de o crescimento na primeira metade de 2014 ter sido inferior ao projetado, refletindo série de "surpresas negativas", incluindo o desempenho relativamente fraco dos Estados Unidos, o crescimento modesto na zona euro e a progressão da economia nipônica abaixo do previsto.
Comzendey lembrou que, durante toda a semana, os economistas do FMI e a própria diretora-gerente do fundo, Christine Lagarde, alertaram sobre a necessidade de os países adotarem medidas para retomar o crescimento. “Claramente [o FMI] está demonstrando que há uma frustração da expectativa de crescimento da economia mundial. Mesmo os Estados Unidos, [que vêm se recuperando], em março, tinha uma previsão de crescimento de 2,9%, agora já são 2,2%”, destacou.
No caso do Brasil, o FMI reduziu para 0,3% estimativa de crescimento em 2014, abaixo da estimativa do governo de 1,8%, defendida pelo governo até setembro, e revisada, desde então, para 0,9%.
“A economia cresceu pouco no primeiro semestre, como a gente sabe, mas está se recuperando agora. Comparativamente a outros países, a gente vê que há uma queda das expectativas, quase todos os países foram revisados para baixo. [Houve] muito pouca análise para cima, como é o caso da Índia. A maioria das previsões mostram a expectativa de crescimento para baixo e o Brasil está nesta mesma direção”, avaliou Comzendey.
Além do encontro do FMI e do Banco Mundial, o grupo G20 [que reúne as maiores economias do planeta] agendou reuniões em Washington. Segundo Comzendey, hoje haverá encontro dos países que lideram a economia mundial para preparar o encontro de cúpula que acontece na Austrália, em novembro. O secretário observou que devem ser feitos ajustes finais sobre os termos da proposta para a iniciativa global de infraestrutura. “O G20 aprofundou neste ano esta discussão com o objetivo de encontrar caminhos para melhorar a infraestrutura, com a melhora dos investimentos públicos e atração de investimentos privados para a infraestrutura”, disse.
Ele admitiu que são importantes, sim, os investimentos em infraestrutura, por ser “um dos nós do crescimento do país”. E acrescentou: “O governo vem fazendo o que qualquer governo [faria]”, disse.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Comunista, Dino promete 'choque de capitalismo' no MA

Carlos Madeiro
Do UOL, em São Luís
  • Beto Macário/UOL
    Flávio Dino (PC do B) (centro), governador eleito pelo Maranhão, durante entrevista Flávio Dino (PC do B) (centro), governador eleito pelo Maranhão, durante entrevista
Aos 50 anos, o ex-deputado federal Flávio Dino (PC do B) se tornou, domingo (5), o primeiro comunista eleito governador de um Estado no país. Vencedor com 63,5% dos votos válidos dos maranhenses, ele promete iniciar um novo ciclo no Estado, mas não para estatizar ou coletivizar nada, mas sim, "implantando o capitalismo" no Maranhão.
Em entrevista ao UOL, Dino afirmou que o Estado precisa quebrar o modelo de governo a serviço de poucas famílias que mantiveram no poder por meio século e, assim, estimular a competitividade e ingresso de novos empresários.
"Isso leva a mais investimentos e expansão da riqueza", disse.
Durante a conversa, o novo governador do Maranhão também falou dos desafios à frente do cargo, como superar o indicadores sociais negativos, a crise no sistema prisional, anunciou as primeiras medidas de governo a partir de 1º de janeiro de 2015 e fez uma previsão de como deve ser o comportamento na oposição do grupo ligado aos Sarney.
UOL - Como o senhor pretende usar a ideologia comunista em seu governo?
Flávio Dino - Sobretudo com o compromisso da mudança pela igualdade. Durante a campanha, falaram muto sobre comunismo, que ia implantar o comunismo, e eu falava sobre a etimologia da palavra: comunismo é comunidade, comunhão. Dizia: 'defendemos que haja uma comunhão mais justa da riqueza. Aqui no Maranhão essa é grande questão. Temos uma contradição entre o 16º maior PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil e as últimas colocações dos indicadores sociais, o que mostra que tem algo errado. O PIB deveria gerar índices melhores, mas não gera pela concentração. A gente precisa aumentar a riqueza, não há duvida, mas garantir que o aumento não seja absoluto. Essa luta política é PIB versus IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), pois o Sarney diz que é o PIB o mais importante, e eu digo que é IDH. Então do comunismo se aproveitam valores e princípios. São possíveis medidas inspiradas nesses valores, mas no limite de legalidade. Não vamos estatizar, nem coletivizar nada, mas buscar a distribuição.
Mesmo sendo comunista, o senhor falou muito durante a campanha em incentivar a concorrência, atrair empresas, práticas capitalista. Não é contraditório?
Aqui temos uma arranjo patrimonialista clássico: confusão do privado e a submissão do público, sempre a serviço de três famílias: Sarney, Lobão e Murad. Nossa vitória interrompe esse ciclo e desamarra esse nó da economia do Maranhão. Isso melhora as condições para que haja mais competição. Na nossa avaliação e na dos economistas, isso leva a mais investimentos e expansão da riqueza. Nesse sentido econômico, sempre falava de um choque de capitalismo. Vamos fazer o capitalismo no Maranhão. Garantir que os empresários saibam que há regras do jogo, e essas regras não serão rescindidas ou revogadas de acordo com família A, B ou C.
Como o senhor pretende reduzir a pobreza do Maranhão, já que o Estado possui poucos recursos?
Primeiro, usando bem o dinheiro público disponível. No momento em que você tem uma gestão melhor, com probidade, você mobiliza recursos. Nós temos o Fundo de Combate à Pobreza do Maranhão. Onde é aplicado, ninguém sabe. São 200e poucos milhões por ano, mas não tem transparência. Na hora que você pega esse dinheiro, você foca em melhorar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) rapidamente.

Dino fala em página virada no MA; analista vê risco de decepção


Quais suas medidas iniciais no governo?
Vamos fazer uma campanha de alfabetização, no sentido de mutirão, não sozinho, mas mobilizando igreja, sociedade. E vamos pegar as 20 cidades e investir na geração de renda, que é o viés mais rápido de melhorar o IDH. A renda é tão baixa que se você faz um arranjo produtivo local, e o governo compra o produto, você duplica a renda da cidade em dois anos. Nós vamos focar nisso com políticas transversais.
Uma das críticas do seu opositor era de que há, em seu plano de governo, uma promessa de dobrar o contingente policial, mas que não há recursos para isso.
A nossa meta é para quatro anos, e vai se condicionar à meta de crescimento da receita. O que ele fala é futurologia. É uma meta necessária. É impossível fazer segurança com o número de policiais que temos. Hoje, a violência cresce, o tráfico cresce, e como vai conter? Com polícia na rua.
O Maranhão tem a pior relação de médicos por habitante do país. Como manter e atrair profissionais?
Duas coisas faremos imediatas. Um: residência médica. Hoje exportamos médicos. A gente forma 300 médicos, mas só têm 100 vagas de residência. Tem de ter um vigoroso programa de residência e um programa de valorização da atenção básica. Minha ideia é dar um complemento para tentar reter esses médicos no Maranhão. Uma coisa de mais longo prazo, e é meta do governo, é fazer com que os cursos funcionem em plena capacidade.
A crise no Complexo Prisional de Pedrinhas ainda permanece, com fugas, mortes, rebeliões. O que senhor fará com o local?
Vamos retomar a autoridade de Pedrinhas, quebrar o poder das facções lá dentro. Nós vamos retirar todos os terceirizados da atividade-fim, que é uma imposição legal. O cara está num barril de pólvora ganhando salário mínimo. A chance disso dar certo é zero. E isso só foi feito por negócio, porque o cara que terceiriza é sócio do Jorge Murad [marido de Roseana Sarney]. Vamos usar os agentes e ter apoio nacional. Quero mostrar que uma politica de direitos humanos é eficaz. Precisa ter aliados, não se consegue retomar o controle de 2.000 pessoas sem aliados. É preciso conquistar as pessoas, não é só colocar um policial em cada cela. Vamos fazer isso com muita dedicação, porque é simbólico. Temos coisas aqui que são simbólicas, como vender a casa de festas. São coisas para mostrar essa mudança. E também temos algumas obras-símbolo, como a rodovia Paulo Ramos-Arame, que é importante para o Maranhão. Essa estrada foi paga num dos governos de Roseana e ela não existe.
O senhor pretende fazer uma auditoria nas contas do governo Roseana?
Uma auditoria no sentido da devassa, não. Vamos fazer na medida em que os problemas surgem. Aí sim, surgindo, vamos auditar, rescindir e ir atrás do ressarcimento. Isso é inegociável. Quem deu o prejuízo, vai ter de pagar.

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Eleições 2014 no Maranhão42 fotos

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05.out.2014 - A jornalista Eliziane Gama (PPS), 37, conquistou em 5 de outubro a maior votação para o cargo de deputada federal pelo Maranhão, com 133.575 votos (4,34%). Atualmente no final de seu segundo mandato seguido como deputada estadual, a candidata do PPS chegou a disputar a prefeitura de São Luís em 2012, mas terminou em terceiro lugar, com quase 14% dos votos Reprodução/Facebook
Após uma campanha acirrada e com tantas acusações, como o senhor espera a transição?
Devo até o fim da semana anunciar a equipe, e espero que, a partir daí, a governadora designe os interlocutores e dê os dados necessários. Espero que o grupo tenha uma atitude mais respeitosa do que teve durante a campanha. Ao mesmo tempo, se houver sabotagem, vamos combater com muita dureza. Depende mais deles do que da gente.
Como o senhor espera que se comportem os Sarney na oposição?
Acho que o núcleo ligado a esses três clãs --que têm pessoas intimamente ligadas-- vai fazer oposição dura. Mas é do jogo. 
Aqui no Maranhão muito se fala que o Jackson Lago, em 2009, foi cassado sem provas e por conta da força dos Sarney. O senhor teme algo assim novamente?
Não. Acredito que eles devem entrar com alguma ação para manter um tensionamento. Mas não acredito, primeiro, porque não há razão. Eu conheço bem esse grupo e conheço bem esse jogo. Eu vivo disso há 24 anos. Então, a gente tomou todas as cautelas e não há razão objetiva. Mas vão dizer: 'mas no caso Jackson também não havia'. Mas ali havia uma conjunção muito desfavorável a ele, que era o Sarney presidente do Senado, e era a filha dele. A situação agora é bem diferente.
Na primeira entrevista que o senhor deu após a vitória, disse que a oligarquia acabou para sempre. Por que tanta certeza?
O grupo vai continuar existindo e com maioria na Assembleia. O resultado eleitoral mostra que o tempo deles passou. A gente ganhou com imensa maioria nas cidades. Tem cidade que tivemos 90% dos votos. É algo muito eloquente nesse sentido. Eles moveram todo o arsenal tradicional deles, de dinheiro, compra, ataques, mentira, e não funcionou.
Mas porque funcionou por 50 anos e nesta eleição falhou?
Porque se exauriu. Houve mudanças sociais. A internet foi uma aliada expressiva, nos deu velocidade para combater a mídia tradicional deles. O Bolsa Família também, porque cria independência do chefe político local. E também teve o crescimento da urbanização. São fatores estruturais. E eles chegaram nessa eleição com um desgaste administrativo mais forte. Teve a crise de Pedrinhas, o doleiro Yousseff preso aqui, depois o Paulo Roberto Costa. Esses eventos ajudam a entender o resultado.
Como o senhor espera a receptividade do governo federal a um novo governo maranhense?
Espero parceria, colaboração e um julgamento técnico das nossas propostas. Vamos fazer bons projetos, e isso com certeza vai resultar em muitas parcerias, qualquer que seja o presidente.

Últimas de Eleições 2014

terça-feira, 7 de outubro de 2014

PSDB perde votos em 16 Estados 

Em 11 unidades da Federação, tucanos tiveram mais apoiadores do que nas eleições de 2010

PUBLICADO EM 07/10/14 - 03h00
São Paulo. O PSDB conseguiu, no primeiro turno das eleições deste ano, mais votos do que havia tido no primeiro turno de 2010 em dez Estados brasileiros, além do Distrito Federal. A quantidade de votos cresceu, por exemplo, em todos os Estados do Sul, além dos maiores colégios eleitorais do país: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
 
Além dos três grandes do Sudeste, também cresceu no Rio Grande do Sul, que é o quinto maior colégio eleitoral do país, atrás apenas da Bahia.
Por outro lado, o partido perdeu votos em todos os outros 16 Estados.
O candidato tucano à Presidência, Aécio Neves, ficou em segundo lugar na disputa eleitoral, com 33,55% dos votos, e vai disputar o segundo turno com Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição e obteve 41,59% dos votos.
Marina Silva (PSB), com 21,32%, ficou de fora do páreo. Mas ela foi a mais votada em Pernambuco, onde conseguiu 17 pontos percentuais a mais do que o PT obteve em 2010, e no Acre, onde ficou 22 pontos percentuais acima do que o PSDB havia tido no pleito anterior.
Pernambuco é a terra de Eduardo Campos, morto em um acidente de avião no início da campanha eleitoral. Marina era seu vice e assumiu a cabeça da chapa logo após a morte dele. Não foi só em Pernambuco que o PSDB não emplacou. A votação do partido caiu em todos os Estados da região.
Avanço petista. O PT também conseguiu avançar em 11 unidades da Federação – sete delas no Nordeste. E, assim como seu rival, também viu sua votação cair em outros 16. O Rio Grande do Norte foi o Estado onde Dilma mais ganhou votos. Foram 8 pontos percentuais a mais em relação a 2010. A votação do PT entre os potiguares é crescente desde 1994, a eleição que inaugurou a polarização entre PT e PSDB.
Em 2010, o partido teve 51,8% dos votos no Estado. Nesta eleição chegou a 60,04%. Em 2006, o PT teve 60,2% dos votos para presidente, no ano que reelegeu o presidente Lula.
O Estado é um dos sete em que Dilma terminou o primeiro turno à frente em todas as cidades. Outros três ficam no Nordeste (Ceará, Maranhão, Piauí e Sergipe), e dois, na região Norte.
Curiosamente, Dilma venceu Aécio em todas as cidades de Amapá e Amazonas, Estados onde o PSDB avançou nesta eleição.
DISTRITO FEDERAL. Já o PSDB teve seu maior crescimento, de 12 pontos percentuais, no Distrito Federal. Lá Aécio Neves teve 36% dos votos – quase a mesma proporção que Fernando Henrique Cardoso teve no primeiro turno de 1994 em Brasília.
Naquele ano, porém, Lula foi o mais votado na capital do país. Neste ano, Dilma obteve 23% dos votos lá em Brasília.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Cinco razões que explicam queda de Marina Silva

  • 5 outubro 2014
A estratégia de 'oferecer a outra face' diante dos ataques não funcionou para Marina
Em agosto, quando as primeiras pesquisas eleitorais indicaram a candidata Marina Silva (PSB) como favorita para ganhar a corrida presidencial, seu concorrente Aécio Neves (PSDB) arriscou: "É uma onda".
Conforme ela continuou crescendo, cientistas políticos começaram a aventar a possibilidade de a "onda Marina" se transformar em um "tsunami eleitoral".
Entretanto, na reta final do primeiro turno, o que se viu foi uma ressaca das intenções de voto na candidata do PSB - que acabou conquistando só 21% do eleitorado, patamar semelhante ao de 2010, quando obteve 19% dos votos.
A campanha de Marina ganhou impulso após a morte de seu colega de chapa, Eduardo Campos, em um acidente aéreo que chocou o Brasil. "O impacto emocional da tragédia contribuiu para sua rápida ascensão", avalia Antônio Carlos Mazzeo, cientista político da Unesp.
O acidente ocorreu no dia 13 de agosto e, logo após essa data, as pesquisas mostravam Marina encostando na presidente Dilma Rousseff, do PT, no primeiro turno e com até 20 pontos a mais que Aécio, do PSDB. Em pesquisa Datafolha realizada nos dias 28 e 29 de agosto, por exemplo, Marina chegou a empatar com Dilma na liderança do primeiro turno, quando ambas antigiram 34% das intenções de voto.
Marina também chegou a abrir uma vantagem de dois dígitos sobre Dilma no segundo turno.
A queda nas pesquisas, porém, começou em meados de setembro, sendo revelada em sucessivas pesquisas de opinião, que mostravam a ascensão paulatina de Aécio Neves.
Leia mais na BBC Brasil: Como Aécio virou o jogo e chegou ao 2º turno
Confira abaixo os fatores que analistas acreditam que podem ter contribuido para deixar Marina de fora da segunda etapa da disputa presidencial:

1) Ataques do PT e PSDB

Em primeiro lugar, PT e PSDB conseguiram elaborar estratégias bem-sucedidas de ataque direto a Marina, como ressaltam Vera Chaia, cientista política da PUC-SP, e Rafael Cortez, da consultoria Tendências.
"Ela não cresceu nas pesquisas por suas ideias e agenda propositiva, mas porque conseguiu se colocar como a candidata de negação da ‘velha política’, de superação da polarização PT/PSDB", opina Cortez.
Alguns eleitores tradicionais do PSDB também teriam migrado para Marina por considerá-la a única oposição capaz de vencer o governo.
"Para combater isso, petistas e tucanos adotaram uma estratégia de desconstrução da candidata. Eles atacaram suas vulnerabilidades como figura política e suas propostas, identificando contradições programáticas e ideológicas", afirma Cortez.
Dilma tachou Marina de "candidata dos bancos" e dos "conservadores" e chegou a comparar a candidata do PSB aos ex-presidentes Jânio Quadros e Fernando Collor - que tiveram pouco apoio do Congresso e não terminaram seus mandatos.
A propaganda do PT também explorou o apoio dado a candidata pela educadora Neca Setúbal, herdeira do grupo Itaú e criticou de forma agressiva a proposta para dar independência ao Banco Central.
Já Aécio enfatizou as constantes correções no programa de governo divulgado pelo PSB, e procurou pintar Marina, que tem raízes no PT, como "mais do mesmo".
A candidata do PSB acusou seus concorrentes de mentir e espalhar boatos "injustos", mas não partiu para o ataque com a mesma agressividade. "Prefiro sofrer uma injustiça do que praticar uma injustiça. Nós queremos fazer a nossa campanha oferecendo a outra face", declarou.
"Marina optou por assumir uma posição de vítima - o que não funcionou", opina Cortez. "Na prática, acabou transmitindo uma imagem frágil."
No discurso em que reconheceu a derrota, na noite deste domingo, Marina defendeu sua estratégia e disse não se arrepender de nada que fez na campanha.
"A decisão de que não vale ganhar a qualquer preço não é uma estratégia de campanha. É uma decisão de vida", disse. "Não me arrependo de não assumir a postura de que ganharíamos a qualquer custo e a qualquer preço."

2) Tempo de TV

Para Marina, o tempo reduzido do PSB para fazer sua campanha eleitoral na TV teria sido um dos fatores que mais a prejudicaram.
No primeiro turno, a candidata teve dois minutos, Aécio, quatro e Dilma, 11.
No segundo turno, o tempo será dividido igualmente entre os dois candidatos: Dilma e Aécio.
Segundo os analistas ouvidos pela BBC Brasil, não há como negar que o tempo de TV de fato faz diferença na campanha.
"Mas também é preciso considerar que, nos telejornais e debates, Marina teve o mesmo tempo de outros candidatos para expor suas propostas", ressalva Chaia.

3) Disputas internas

Marina nunca foi unanimidade no PSB.
Ela só se filiou ao partido em outubro, após não conseguir viabilizar o registro de sua agremiação política, o Rede Sustentabilidade.
E um dia após ser confirmada como candidata, o secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira, deixou a coordenação da campanha presidencial do partido. "Não participo de campanha de Marina Silva. Ela não é do PSB", disse.
Leia mais na BBC Brasil: Dez momentos marcantes das eleições 2014
Neste domingo, já com a notícia da derrota da candidata, o presidente do PSB em São Paulo, Márcio França, votou a tocar na mesma tecla: "A Marina é a Marina. Ela sempre fez questão de mostrar que é da Rede, não do PSB", disse.
Mazzeo vai além: " Marina chegou ao PSB pelas mãos de Campos e seu grupo, que estavam envolvidos em disputas internas de poder".
Para completar, a tensão entre a candidata e alguns elementos do partido cresceu em função de diferenças ideológicas e programáticas e pela recusa de Marina em subir em palanques estaduais com alguns candidatos apoiados pelo PSB.
Em São Paulo, onde o PSB se aliou a Geraldo Alckmin, por exemplo, Marina só teria autorizado o uso de cartazes em que aparece com o governador do PSDB na reta final da campanha.
"Fora da disputa, Marina deve voltar ao projeto de construir um partido que tenha atuação condizente com seus projetos", acredita Chaia. "Isso é importante para que se possa dar sustentabilidade a uma candidatura."

4) Inconsistências do programa de governo

Entre os três principais candidatos, Marina foi a que divulgou o programa de governo mais completo.
Aécio prometeu, mas desistiu de publicar um programa detalhado antes do primeiro turno. Dilma não avançou além do documento apresentado no registro de sua candidatura.
O problema é que o documento divulgado pela candidata do PSB, com 242 páginas, acabou se tornando um calcanhar de Aquiles.
Para começar, seu comitê de campanha anunciou uma série de "correções" depois de sua divulgação.
Em uma das mais estrondosas, Marina voltou atrás no apoio a criminalização da homofobia e ao casamento gay, propostas que sofrem oposição de líderes evangélicos.
O programa também foi esquadrinhado pelo PT e PSDB – que tiveram mais material para planejar seus ataques.
Aécio acusou Marina de plagiar o Programa Nacional de Direitos Humanos lançado em 2002 por Fernando Henrique Cardoso.
Dilma colheu no programa material para acusá-la de querer colocar o pré-sal em segundo plano em favor de fontes de energia alternativas.

5) Imagem frágil

Os esforços do PT e PSDB para pintar a candidata como uma líder política frágil, incapaz de lidar com as dificuldades e críticas enfrentadas por quem está no poder, também parecem ter surtido efeito.
Contribuiu para reforçar essa imagem o fato de Marina ter chorado ao comentar sobre as críticas do ex-presidente Lula a uma repórter do jornal Folha de S. Paulo.
"Sou uma pessoa sensível, mas não se pode confundir sensibilidade com fraqueza", justificou a candidata.
O fato foi amplamente explorado pelos adversários, para quem a candidata seria incapaz de fazer o que se propunha – enfrentar os esquemas da política tradicional em favor de uma "nova política".
"Muitos eleitores ficaram desconfiados dessa história de nova política: eles não entenderam muito bem como ela pretendia governar sem fazer alianças com outros partidos", diz Mazzeo.

sábado, 4 de outubro de 2014

SITUAÇÃO - ESTADO POR ESTADO

Aécio e Marina têm empate técnico com vantagem numérica do tucano, diz CNT/MDA

sábado, 4 de outubro de 2014 11:58 BRT
 
 
(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff (PT) manteve sua vantagem na corrida presidencial, mas pesquisa CNT/MDA divulgada neste sábado mostrou que Aécio Neves (PSDB) ultrapassou Marina Silva (PSB).
Dilma passou de 40,4 por cento obtidos em pesquisa anterior para 40,6 por cento, enquanto Aécio Neves cresceu 4,2 pontos e alcançou 24 por cento das intenções de voto.
Já Marina Silva caiu 3,8 pontos, para 21,4 por cento das intenções de voto.
Como a margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais, Aécio e Marina estão em empate técnico.
A pesquisa foi realizada quinta e sexta-feira, enquanto a anterior foi feita em 27 e 28 de setembro.
Também na simulação de segundo turno, Aécio cresceu bem. Dilma tem agora 46 por cento (49,1 por cento na pesquisa anterior) contra 40,8 por cento do tucano (36,8 por cento).
Em um segundo turno entre Dilma e Marina, a presidente tem 47,6 por cento (versus 47,7 por cento na pesquisa anterior) contra 37,9 por cento de Marina (38,7 por cento).
A pesquisa ouviu 2.002 pessoas, em 137 municípios de cinco regiões de país.

(Por Luciana Bruno; Edição de Alexandre Caverni)

 

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Disputa entre Marina e Aécio revive duelo de Brizola contra Lula em 89

Guilherme Balza
Do UOL, em São Paulo
  • Folhapress
    Do lado esquerdo, Brizola anuncia apoio a Lula após ser derrotado no 1º turno; no lado direito, Marina e Aécio se cumprimentam Do lado esquerdo, Brizola anuncia apoio a Lula após ser derrotado no 1º turno; no lado direito, Marina e Aécio se cumprimentam
A reta final do primeiro turno da eleição presidencial deste ano, marcada por uma disputa acirrada pelo segundo lugar entre Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB), com Dilma Rousseff (PT) isolada em primeiro, remete à eleição de 1989, quando Leonel Brizola (PDT) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) brigaram voto a voto por um lugar no segundo turno contra Fernando Collor (à época do PRN).
Segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada ontem (2), Dilma tem 40% das intenções de voto, contra 24% de Marina e 21% de Aécio, o que configura empate técnico entre a ex-senadora e o tucano, já que a margem de erro é de dois pontos percentuais.
Há um mês, Marina tinha 34% das intenções e estava empatada tecnicamente com Dilma no primeiro lugar. Já Aécio tinha apenas 14%.
A disputa entre Brizola e Lula foi considerada a mais acirrada entre todas as eleições livres que já haviam ocorrido no país.
A poucos dias do pleito, a presença do pedetista no segundo turno era dada como certa pela maioria dos institutos de pesquisa. Collor estava isolado no primeiro lugar.
Com apoio de artistas, intelectuais e da militância petista, Lula cresceu conforme a votação foi se aproximando até terminar o primeiro turno com cerca de 500 mil votos a mais do que Brizola. O placar foi 16,08% para o petista contra 15,45% do pedetista --Collor obteve 28,5% dos votos.
Naquele ano, a apuração arrastou-se por três dias --não havia urna eletrônica. Lula e Brizola revezavam-se no segundo lugar a cada parcial.
Neste ano, a definição de quem vai para o segundo turno deverá ocorrer já na noite do domingo (5).

Intenção de voto

Presidência da República


Dilma Rousseff

Marina Silva

Aécio Neves

Outros

Brancos e nulos

Indecisos
03 Set 2014
10 Set 2014
19 Set 2014
26 Set 2014
30 Set 2014
02 Out 2014
0%5%10%15%20%25%30%35%40%45%
40%
24%
21%

Contextos diferentes

Lula e Brizola eram os líderes das duas principais referências da esquerda naquele período --PT e PDT, respectivamente. Marina tem origem na esquerda, mas hoje é crítica do que ela chama de lógica da polarização.
Aécio pertence a uma sigla que, originalmente, possuía posicionamentos de centro-esquerda, mas progressivamente foi alinhando-se ao centro e à centro-direita.
Com discurso moralista, Collor se postulava como a alternativa à polarização entre o esquerdismo trabalhista do PDT e o governismo do PMDB, que estava na Presidência com o mal avaliado José Sarney e tinha como candidato era Ulysses Guimarães.
O PT, com militância robusta, força entre os sindicatos, mas ainda pouco expressivo eleitoralmente, era a alternativa à esquerda.
No cenário atual, Dilma representa a continuidade do projeto lulista, que dirige o país desde 2003.
Aécio é o candidato da chamada oposição tradicional. Marina se apresenta como terceira via e tenta vocalizar o desejo de mudança do eleitorado.
Em 1989, o PDT era forte no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro, mas não tinha grande expressão em outras regiões do país. Já o PT, embora fraco institucionalmente, possuía diretórios e sindicatos em todas as unidades da federação.
Hoje, PT e PSDB possuem uma estrutura forte e candidatos a governador na maioria dos Estados. A despeito do crescimento eleitoral nos últimos anos e da força no Nordeste, sobretudo em Pernambuco, o PSB ainda tem pouca expressão nacional se comparado aos petistas e tucanos.
Em muitos Estados, os socialistas ficam a reboque de PT e PSDB.

Fim ou continuidade da polarização?

Nas eleições de 89, a disputa pela presidência era pulverizada, com quadros históricos dos principais partidos concorrendo ao mais alto posto do país. Havia menos coligações e elas eram formada por quantidade menor de partidos, se comparada às eleições seguintes.
Quatro candidatos alcançaram votação superior a 10% dos votos. Além de Collor, Lula e Brizolla, Mário Covas (PSDB) conquistou 10,8% do eleitorado. Havia ainda Paulo Maluf (do antigo PDS), que recebeu 8,3% dos votos; Afif Domingos (PL), 4,5%; e Ulysses Guimarães, 4,4%.
As eleições seguintes (94, 98, 2002, 2006 e 2010) foram marcadas pela polarização entre PT e PSDB e um terceiro candidato correndo por fora. A quebra da dualidade foi ameçada apenas em 2002, quando Anthony Garotinho (PDT) obteve 18% dos votos no primeiro turno, contra 23% de Serra.
Até alguns dias atrás, tudo indicava que Marina quebraria a polarização e iria para o segundo turno com Dilma, deixando o PSDB de fora pela primeira vez desde 1994. Alvo de ataques de tucanos, que a acusam de falta de preparo, e de petistas, que criticam-na por supostamente mudar de opinião conforme conviências, Marina entrou em trajetória descendente, da qual não consegue sair, há um mês.
Resta saber se, nos próximos dias, a ex-senadora continuará a cair e Aécio irá manter a tendência de alta.

Rejeição

Presidência da República


Dilma Rousseff

Marina Silva

Aécio Neves

Outros

Nenhum

Todos

Não sabem
03 Set 2014
10 Set 2014
19 Set 2014
26 Set 2014
30 Set 2014
02 Out 2014
0%5%10%15%20%25%30%35%40%45%50%55%60%65%70%75%80%85%90%95%100%105%110%115%120%125%130%135%140%145%
32%
25%
21%

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