sábado, 23 de maio de 2015

Tetraplégico levanta copo com braço controlado por chips no cérebro

Tecnologia foi aplicada em área que imagina a ação, e não que executa.
Estudo foi publicado na revista Science desta sexta-feira (22).

A revista Science desta sexta-feira (22) traz a história de um homem que ficou tetraplégico há mais de dez anos e que virou notícia ao juntar tecnologia com o poder da mente.
Levantar um copo é daquelas coisas que a gente faz sem parar para pensar. Mas para Erik Sorto, segurar uma garrafa e tomar um gole de cerveja teve um sabor especial. Ele não fazia isso há 13 anos, desde que levou um tiro e perdeu os movimentos abaixo do pescoço.
Agora, com a ajuda de um braço mecânico e dois chips na cabeça, ele virou um símbolo do avanço da tecnologia. "Imagine o que é ficar anos pedindo a ajuda de alguém. É muito bom ter mais independência", diz ele.
Em pacientes tetraplégicos, os sinais enviados pelo cérebro não chegam aos braços e às pernas. Para driblar o problema, a técnica mais usada é a implantação de chips numa área do cérebro responsável pela execução dos movimentos. Um programa de computador traduz o sinal, mas cada ordem é seguida passo a passo: primeiro, esticar o braço; depois, segurar o copo; por último, flexionar o cotovelo.
O que os pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia fizeram foi antecipar uma etapa. Eles implantaram os chips na área que imagina a ação. Basta Erik pensar em pegar o copo e o computador aciona o braço para fazer os movimentos de uma vez só, de forma mais suave.
Depois de muito treinamento, Erik já consegue pegar objetos e também ligar um liquidificador. As conquistas foram comemoradas com aplausos.
Para ganharem mais autonomia, os pacientes precisam de movimentos ainda mais precisos na interação com as próteses. Em busca dessa afinação, os cientistas agora querem criar uma comunicação no sentido contrário. Fazer com que o braço robótico emita sinais para o cérebro sobre o que está tocando.
Erik sonha em fazer a barba, escovar os dentes sozinho. E, quem sabe, não precisar de canudo para tomar uma cervejinha. "Passei a ver a vida de outro jeito. Isso pode ajudar muito mais gente", diz ele.

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