Ministra apresenta à Câmara acordo climático
Gabriela Korossy/Agência Câmara
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Izabella fala para deputados
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Nesta quinta-feira (11/06), Izabella Teixeira foi ao Legislativo demonstrar a proposta de corte de gases de efeito estufa que o Brasil defenderá na COP 21, programada para dezembro em Paris
Por: Lucas Tolentino - Editor: Sérgio Maggio
O posicionamento brasileiro para o próximo acordo climático foi
apresentado, nesta quinta-feira (11/06), ao Legislativo. A ministra do
Meio Ambiente, Izabella Teixeira, mostrou aos parlamentares os
principais pontos da proposta de corte de gases de efeito estufa que o
País defenderá perante a comunidade internacional. A ambição e o
desenvolvimento sustentável estão entre os destaques.
A apresentação ocorreu na abertura do seminário Mudanças Globais do
Clima: Preparatório à 21ª Conferência das Partes (COP 21), realizado na
Câmara dos Deputados. O encontro teve o objetivo de divulgar e debater a
proposta que o Brasil levará para a COP 21, que ocorrerá em dezembro,
em Paris. No encontro, representantes de 193 países precisam chegar a um
acordo sobre o corte de emissões com o objetivo de frear o aquecimento
global.
Para a ministra Izabella, será preciso ter jogo de cintura nas
negociações. “Esse não é um debate trivial nem exclusivamente ambiental.
Estamos falando de mercados, economias e interesses distintos”,
justificou. O acordo que deve ser estabelecido no fim de ano modificará
os rumos do desenvolvimento. “As decisões tomadas em Paris vão
determinar formas de conciliar o desenvolvimento sem o esgotamento dos
recursos naturais”, acrescentou Izabella.
ENTRAVES
A principal missão da COP 21 será estabelecer um novo acordo de
redução de emissões de gases de efeito estufa, que deverá começar a
valer a partir de 2020. Existem, no entanto, alguns entraves para serem
resolvidos. Entre eles, está a polêmica diferenciação das metas
estabelecidas para os países ricos e para os países em desenvolvimento.
Além disso, é preciso definir se o futuro documento terá, ou não,
caráter legalmente vinculante para os signatários.
O subsecretário-geral de Meio Ambiente do Ministério das Relações
Exteriores (MRE), embaixador José Antonio Marcondes de Carvalho,
destacou as responsabilidades comuns, porém diferenciadas, no corte de
emissões: “Há uma questão de equidade e justiça, em que quem poluiu mais
deve pagar por isso. Além da redução de emissões, é preciso adotar
medidas relacionadas à adaptação, ao financiamento e à transferência de
renda.”?
O documento que será analisado na COP 21 tem um rascunho construído e
aprovado na última Conferência das Partes, a COP 20, realizada em
dezembro de 2014, em Lima, capital do Peru. Ao longo de 2015, no
entanto, esse texto vem sendo alterado e conta, hoje, com cerca de 90
páginas. “O documento tem uma série de redundâncias e sobreposições
porque reflete interesses e visões de diversos países. Será um trabalho
árduo enxugá-lo”, analisou José Antonio Marcondes de Carvalho.
SAIBA MAIS
Apesar de considerado natural, o efeito estufa tem aumentado nas
últimas décadas e gerado mudanças do clima. Essas alterações decorrem do
aumento descontrolado das emissões de substâncias como o dióxido de
carbono e o metano. A liberação desses gases na atmosfera ocorre por
conta de diversas atividades humanas, entre elas o transporte, o
desmatamento, a agricultura, a pecuária e a geração e o consumo de
energia.
Com o objetivo de frear os prejuízos verificados, foi criada a
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC, na
sigla em inglês), que conta atualmente com 193 países signatários. Todos
os anos, representantes de todas essas nações se reúnem na Conferência
das Partes (COP) para elaborar metas e propostas de mitigação e
adaptação e para acompanhar as ações e acordos estabelecidos
anteriormente.
No âmbito da UNFCCC, o Protocolo de Kyoto obriga os países
desenvolvidos a reduzir em 5% as emissões com base nos dados de 1990.
Firmado em 1997 na cidade japonesa, o pacto teve, inicialmente, a adesão
de 37 nações ricas, que assumiram diferentes compromissos dentro da
meta global de diminuição. Apesar de estar fora do grupo, o Brasil
assinou voluntariamente o protocolo e definiu metas próprias de redução
em território nacional. O Protocolo vigora até 2020, quando será
substituído pelo acordo que as Partes pretendem assinar no fim deste
ano, na COP 21, em Paris.
Acesse o portal oficial da COP21
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