domingo, 13 de outubro de 2013

Partido de Paulinho falsificou assinatura de membro do CNJ, diz jornal
 

Do UOL, em São Paulo
                               
  • Reprodução do jornal "O Globo" mostra assinatura feita por Bruno Dantas e outra falsificada Reprodução do jornal "O Globo" mostra assinatura feita por Bruno Dantas e outra falsificada
Uma assinatura falsa de Bruno Dantas, servidor do Senado e ex-conselheiro do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), foi usada para compor apoio à criação do partido Solidariedade, do deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força. A denúncia foi feita neste sábado (12) pelo jornal "O Globo". O partido nega a irregularidade.
Dantas era conselheiro do CNJ até agosto deste ano. Como a ficha com as assinaturas foi apresentada em julho no cartório eleitoral, o servidor ainda era titular do CNJ quando foi usada sua assinatura.
Comparada à assinatura real, a falsificação é grosseira. Ao vê-la, Dantas confirmou a fraude. "A assinatura não é minha", disse a "O Globo".


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Solidariedade - A liderança desse partido, cujo registro eleitoral foi aprovado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), é atribuída ao deputado Paulinho da Força (foto), dirigente da Força Sindical, embora o advogado Marcílio Duarte se apresente como presidente da nova sigla. A sigla deve atuar em prol do presidenciável Aécio Neves (PSDB-MG). O MPE (Ministério Público Eleitoral) tentou barrar o registro da sigla após pedir à Polícia Federal para investigar supostas fraudes nas assinaturas coletadas pelo partido Leia mais Fernando Donasci/UOL/Arte UOL
Sua assinatura foi falsificada ente pelo menos outras 600 assinaturas de funcionários do Sindlegis (Sindicato do Poder Legislativo), segundo Magno Mello, consultor da Câmara e ex-presidente do sindicato, que irá ajuizar ação popular que vai contestar as assinaturas do Legislativo na Justiça.
"Tenho certeza que minha categoria foi usada para criar esse partido. Há uma forte ligação sindicalista com o Paulinho da Força e vários servidores tiveram seus nomes usados sem saber. Vou entrar com a ação popular para anular essas certidões e acabar com esse maldito partido", afirmou.
A assinatura de Dantas compôs as 492 mil firmas de apoio necessárias para a criação da legenda de Paulinho da Força.
Além de Dantas, pelo menos outros seis servidores do Senado afirmaram ao jornal que seus nomes foram usados de forma fraudulenta. Eles pediram vista das fichas de apoio ao partido nos cartórios de Brasília e comprovaram a falsificação de suas assinaturas. Eles informaram a "O Globo" que procuram um advogado para tomar providências.
Essa não é a primeira denúncia feita contra a coleta de assinaturas para a criação do partido de Paulinho da Força, que recebeu seu registro pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).


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O Solidariedade, partido recém-criado liderado pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força (o terceiro da esq. para a dir.), atraiu 21 parlamentares de outras siglas Leia mais Sergio Lima/Folhapress

Assinatura de mortos

O jornal "Correio Braziliense" revelou  que fichas de apoio do Solidariedade foram "assinadas" por dois servidores já mortos: o ex-servidor do Senado José Washington Chaves, que morreu em 5 de agosto de 2006, aos 82 anos; e o ex-servidor do Senado Miguel Honorato dos Santos, morto em 24 de setembro de 2011 aos 69 anos. O Solidariedade começou a recolher firmas em novembro de 2011. A ficha estaria registrada no Cartório Eleitoral da 14ª Zona, na Asa Norte de Brasília.
O PDT ingressou com um mandado de segurança na Justiça pedindo que suste a criação do Solidariedade. O partido alega que houve fraudes nas assinaturas de apoio para a criação do partido, mesmo nas fichas usadas no TSE.

Outro lado

O secretário-geral do Solidariedade, Marcílio Duarte, negou que tenha havido fraude e disse desconhecer a existência da assinatura do ex-conselheiro Bruno Dantas nas fichas de apoio à criação do partido.
"Isso para mim é surpresa, não sei de nada e não sei o que tem que ser feito. Isso é muito estranho, não acredito que seja verdadeiro. O Paulinho está sabendo dos outros casos, mas está evitando falar sobre esses aborrecimentos", disse ao jornal.

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