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Episódio do grampo dos EUA está 'superado' para o governo, diz ministro
Em 05 de julho de 2015 as 05h26
Ministro afirmou ao G1 que nova revelação se refere a fatos antigos.
WikiLeaks divulgou que EUA espionaram 29 telefones do governo Dilma.
Fonte: G1
O
ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, afirmou neste sábado (4)
ao G1 que, mesmo diante da revelação de que os Estados Unidos grampearam
29 telefones do governo brasileiro no início da gestão Dilma Rousseff,
para o Palácio do Planalto o episódio da espionagem norte-americana está
"superado".
O
site WikiLeaks divulgou neste sábado uma lista classificada pela
Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) dos EUA como
"ultrassecreta", a qual revela que, além da própria presidente da
República, ministros, diplomatas e assessores do Executivo federal foram
espionados pela agência de inteligência.
Edinho
Silva relatou ao G1 que conversou com Dilma na manhã deste sábado após a
divulgação dos alvos brasileiros da espionagem dos Estados Unidos.
Segundo ele, a avaliação do governo é de que as informações são
relacionadas a fatos antigos.
"A
posição do governo é de que esse episódio é relacionado a episódios
antigos. O próprio governo americano reconheceu internacionalmente o
erro e assumiu compromisso de mudança de prática. Para o governo
[brasileiro], está superado", ressaltou o titular da Comunicação Social.
A
GloboNews, em parceria com a publicação online "The Intercept",
divulgou neste sábado, simultaneamente com o Wikileaks, a relação de
telefones do governo que foram grampeados pela NSA. A lista revelou que o
telefone via satélite Inmarsat instalado no avião presidencial, com o
qual Dilma se comunica com o mundo quando está a bordo da aeronave, é um
dos 29 números monitorados pela NSA. Os números telefônicos foram
espionados no início da gestão Dilma.
Entre
outros nomes, estavam na lista da NSA o ex-chefe da Casa Civil Antonio
Palocci; o atual ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que, à época,
ocupava o cargo de secretário-executivo do Ministério da Fazenda; o
ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general José
Elito Siqueira, responsável pela segurança da presidente da República; e
o ex-ministro das Relações Exteriores e atual embaixador do Brasil em
Washington, Luiz Alberto Figueiredo, então subsecretário-geral de Meio
Ambiente.
A
relação vazada pelo WikiLeaks também mostra que quatro números do
escritório da presidente no Palácio do Planalto eram monitorados pelos
espiões dos EUA, além dos telefones do assessor pessoal da petista,
Anderson Dornelles, e da secretária Nilce.
Os
grampos norte-americanos, revela a lista do WikiLeaks, também foram
instalados em embaixadas, no Banco Central e na residência de
diplomatas.
Ao
G1, o ministro da Comunicação Social destacou que a presidente da
República recém retornou de uma viagem oficial aos Estados Unidos, que,
segundo ele, teve com um de seus objetivos a "reaproximação" com
Washington. Ao longo dos quatro dias de estadia em território
norte-americano, Dilma visitou oficialmente a Casa Branca, se reuniu com
empresários em Nova York e foi conhecer a sede do Google, na
Califórnia.
"A
viagem [aos EUA] foi de reaproximação, construção de uma relação mais
qualificada, de parcerias mais importantes", disse Edinho Silva.
Em
2013, a revelação de que Dilma havia sido espionada pela agência
norte-americana gerou uma crise diplomática entre Brasil e Estados
Unidos. Indignada com a espionagem, a presidente brasileira cancelou, à
época, uma visita de Estado (a mais alta da diplomacia) agendada para
Washington e condenou duramente as ações de espionagem dos EUA na
Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York.
No
mês passado, quase dois anos depois do início do mal-estar diplomático
com a Casa Branca, Dilma afirmou ao jornal belga "Le Soir" que a crise
gerada por conta do episódio da espionagem era “uma questão do passado”.
Em meio à visita oficial desta semana, o tema não ganhou destaque por
parte dos chefes de Estado do Brasil e dos EUA.
Indagada
em uma coletiva de imprensa concedida na última terça (30) na Casa
Branca sobre se a crise diplomática gerada pelos grampos estava
superada, a presidente brasileira chegou a brincar com o fato de ter
sido espionada. Ao lado de Barack Obama, Dilma voltou a dizer que o
colega norte-americano havia lhe prometido que, se quisesse saber
qualquer coisa sobre o Brasil, ele ligaria para ela.
Para
Edinho Silva, o governo avalia que as revelações deste sábado são muito
semelhantes com as que a imprensa já havia divulgado. De acordo com o
ministro, ao conversar com Dilma nesta manhã, eles não discutiram os
nomes de pessoas espionadas.
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