Brasil despreza perdão da torcida, perde outra e sai da Copa vaiado
William Correia, enviado especial Brasília (DF)
O dono da festa saiu dela envergonhado. A Seleção Brasileira, que imaginava poder ser hexacampeã na Copa do Mundo que sedia, não conseguiu nem manter o perdão que recebeu da torcida neste sábado. O time montado por Luiz Felipe Scolari foi incapaz de terminar o torneio com o terceiro lugar e voltou a ter motivo para indignar quem esteve no Mané Garrincha ao perder da Holanda por 3 a 0 neste sábado.
O dono da festa saiu dela envergonhado. A Seleção Brasileira, que imaginava poder ser hexacampeã na Copa do Mundo que sedia, não conseguiu nem manter o perdão que recebeu da torcida neste sábado. O time montado por Luiz Felipe Scolari foi incapaz de terminar o torneio com o terceiro lugar e voltou a ter motivo para indignar quem esteve no Mané Garrincha ao perder da Holanda por 3 a 0 neste sábado.
A torcida
que foi gritou “pentacampeão” e aplaudiu a equipe no início do jogo, só
não desculpando Felipão pela humilhante derrota por 7 a 1 para a
Alemanha na semifinal. Mas acabou ampliando a vaia para todos que
vestiam verde e amarelo no gramado e percebeu que, sem nada a comemorar
no presente, foi necessário recorrer ao passado, terminando o Mundial
lembrando que só Pelé fez mil gols. Jô, substituto do criticado Fred em
Brasília, não está nem chegará perto disso na carreira.
Os novos motivos para protestos não demoraram a aparecer. Antes dos dois minutos, o Brasil
não tinha conseguido dominar a bola quando Robben venceu disputa pelo
alto e tabelou com Van Persie para ser agarrado perto da área por Thiago
Silva. Como nada dá certo para os anfitriões, o árbitro deu pênalti,
que Van Persie converteu. Ainda no primeiro tempo, David Luiz tentou
afastar cruzamento de De Guzmán, em posição duvidosa, e acabou ajeitando
para Blind, completamente livre, fazer 2 a 0 aos 16 minutos.
A
partir daí, o que se viu foi mais uma atuação vexatória pela qualidade
dos comandados de Scolari, que ainda sofreram o terceiro gol nos
instantes finais da partida. Não foi humilhante como uma goleada, mas
serão raros os brasileiros que não saíram do estádio nesta noite sem se sentir envergonhado.
Djalma Vassão/Gazeta Press
O jogo – Antes
do apito inicial, os torcedores que estiveram no Mané Garrincha só não
perdoaram Felipão, e o técnico resolveu poupar muitos dos que passaram
vergonha no Mineirão na terça-feira. Dante, Marcelo, Fernandinho,
Bernard, Hulk e Fred ficaram no banco. Além da volta de Thiago Silva,
após cumprir suspensão, Maxwell pôde, enfim, estrear em um Mundial, com
Paulinho, Ramires, Willian e Jô completando a lista de novidades.A
Holanda, por sua vez, ficou desfalcada já no aquecimento, quando
Sneijder sentiu dores na coxa direita. Mas, contra o Brasil, o time
laranja não precisava de seu camisa 10. Mesmo o marcador De Guzmán, que
entrou no seu lugar, e o contestado Clasie eram suficientes para dar
suporte a Robben e Van Persie na briga pelo terceiro lugar.
Os
europeus deram a saída de bola e, durante um minuto, o Brasil só tocou
na bola em duas cabeçadas de David Luiz para a lateral. Até que o
goleiro Cillessen deu um chutão que Robben desviou de cabeça e logo
correu para Van Persie o colocar livre em direção à grande área. Thiago
Silva precisou agarrá-lo, fora da área, e o árbitro viu pênalti, mas
abriu mão de expulsar o capitão brasileiro por impedir uma clara chance
de gol. Van Persie converteu.
A facilidade que Robben teve no
lance foi resultado do desespero da Seleção, frágil também
psicologicamente, em marcar a saída de bola. Com o gol sofrido, o Brasil
só aumentou a apreensão e quase empatou quando Oscar cruzou e Jô e
Ramires não alcançaram na pequena área. Mas o 3-5-2 holandês logo
controlou o jogo e passou a marcar os donos da casa em seu campo.
Oscar
se mexia entre as intermediárias, buscava o jogo, mas errava ao
procurar Maxwell. Além de não marcar bem, o lateral esquerdo provou por
que ainda não tinha atuado na Copa, errando tudo na frente. Maicon
resolveu ser opção do outro lado para ajudar Ramires e, assim, deu a
Holanda tudo que ela queria.
Os comandados de Louis Van Gaal
trocaram passes envolvendo quase todos os seus jogadores aos 16 minutos
até que Robben lançou De Guzmán, em posição duvidosa, para cruzar na
pequena área. David Luiz quis afastar de cabeça, mas ajeitou para o
canhoto Blind, completamente desmarcado na marca do pênalti, dominar e
ter tempo de ajeitar o corpo para balançar as redes chutando de direita.
Torcida demonstrou apoio e teve mais uma decepção na despedida da Seleção da Copa do Mundo
Djalma Vassão/Gazeta Press
A
primeira reação ao medo de outro vexame se deu em David Luiz, tido como
líder do elenco e que, como já tinha tentado fazer com o alemão Thomas
Muller no Mineirão, também buscou agredir um adversário neste sábado. No
Mané Garrincha, o alvo foi o holandês Clasie, que recebeu uma
tesoura. Mas o zagueiro brasileiro, mesmo descontrolado, era também o
único a acionar o ataque, mas sem qualidade, com chutões para frente.A
partir dos 20 minutos do primeiro tempo, as vaias foram aparecendo e
crescendo, embora parte do estádio ainda tentasse apoiar. Mas era
inútil. Até o zagueiro De Vrij ia ao ataque e driblava quem quisesse,
como quisesse. Assim, De Guzmán ainda levou perigo em finalização aos
29.
Antes do fim do primeiro tempo, Maxweel provou que também pode
ser perigoso para o adversário ao dar cotovelada acidental que fez a
cabeça de Kuyt sangrar. O Brasil, ao menos, não levou cinco gols em 29
minutos, como na terça-feira. Uma possível evolução, mas insuficiente
para impedir que as vaias tomassem conta do Mané Garrincha no intervalo.
Felipão
quis dar mais dinâmica ao time, trocando Luiz Gustavo por Fernandinho,
mas o volante só apareceu cometendo faltas. Tentou, então, Hernanes no
lugar de Paulinho, e mais uma vez viu alguém sair de seu banco de
reservas nervoso demais e acertando canelas.
O Brasil não
conseguiu nem se aproveitar do cansaço de um adversário que,
diferentemente do anfitrião, jogou 30 minutos de prorrogação um dia após
o vexame verde e amarelo. Hulk foi a última tentativa de Scolari dar a
torcida, ao menos, um gol. O brasileiro, na verdade, espera que tenha
sido a sua derradeira substituição como técnico da Seleção.
No
último minuto do tempo regulamentar, a seleção holandesa chegou ao
terceiro gol. Janmaat recebeu de Robben pela direita e cruzou para
conclusão certeira de Wijnaldum. O técnico Louis Van Gaal ainda tirou o goleiro Cillessen nos acréscimos para dar ao reserva Vorm o gosto de vencer em campo os inofensivos donos da casa.
Robben levou ampla vantagem sobre os marcadores brasileiros no estádio Mané Garrincha
Nenhum comentário:
Postar um comentário