Brics estruturam fundo de US$ 10 bilhões além da reserva de emergência 10 vezes maior
15/7/2014 13:20
Por Redação - de Fortaleza
Por Redação - de Fortaleza
O grupo dos Brics está considerando iniciar um fundo conjunto de infraestrutura com capital de cerca de US$ 10 bilhões, disse uma fonte próxima às discussões à agência inglesa de notícias Reuters, nesta terça-feira. O fundo, que está sendo negociado e poderá se tornar operacional no próximo encontro dos Brics na Rússia, seria inicialmente financiado por fundos soberanos do Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul.
Posteriormente, o fundo poderia permitir a participação de fundos soberanos de outros países, disse a fonte, que pediu anonimato. O fundo não deve ser confundido com uma reserva de emergência de US$ 100 bilhões que os cinco países dos Brics estruturam durante reunião do grupo, em Fortaleza, para socorrer países em dificuldades financeiras.
Países em desenvolvimento
A China, integrante do grupo, vai se dedicar a “aperfeiçoar” o papel que os países em desenvolvimento desempenham em assuntos internacionais para lhes dar melhor representação e maior voz, afirmou o presidente Xi Jinping antes da reunião dos Brics, nesta manhã. A China já começou a fazer isso ao promover bancos de desenvolvimento internacional que ou serão liderados pela China ou terão uma participação chinesa bastante forte, em oposição a instituições dominadas pelo Ocidente como o Banco Mundial.
Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul devem assinar nesta terça-feira um acordo para o lançamento de um novo banco de desenvolvimento. Autoridades dos Brics disseram que Xangai deve ser a sede, mas uma autoridade envolvida nas negociações afirmou à Reuters na segunda-feira que ainda não há acordo entre os cinco países sobre a localização.
A China também está planejando um Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura.
Governança
Xi, em entrevista com a imprensa sul-americana divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, afirmou que a China tentará desempenhar melhor o papel de importante potência responsável e promover os direitos do mundo em desenvolvimento.
– Vamos nos dedicar a aperfeiçoar o sistema internacional de governança e pressionar proativamente pela expansão da representação e direito de falar pelos países em desenvolvimento em assuntos internacionais. Vamos apresentar mais propostas chinesas e contribuir com a sabedoria da China – disse ele.
Mas a China enfrenta grandes suspeitas sobre seus motivos, e também há preocupações dentro dos Brics de que o país pode se aproveitar do novo banco para servir a seus próprios interesses. Xi aparentemente descartou essas preocupações, afirmando que a China não acredita que está destinada a dominar outros só por causa de sua crescente força.
Na última semana, o vice-ministro chinês das Relações Exteriores, Li Baodong, afirmou que o “momento é propício” para a criação do novo banco, que será um “marco no atual sistema monetário internacional, dominado pelos Estados Unidos e pela Europa”.
Trata-se de uma referência ao fato de que o banco poderia ser uma alternativa ao Banco Mundial, uma organização tradicionalmente dirigida por um representante norte-americano, enquanto que o Fundo Monetário Internacional (FMI) tradicionalmente é controlado por um representante europeu.
O presidente do Banco Mundial, o sul-coreano-americano Jim Yong Kim, também se mostrou favorável a iniciativa de criação do banco dos Brics, que não considera como uma “ameaça”, mas como um aliado na “batalha contra a pobreza” e no “estímulo ao crescimento”.
– O tamanho do investimento não é tão grande comparado com investimentos feitos na China. Mas esse é apenas o capital inicial. O banco vai atrair outros depósitos e crescer 10 vezes ou 20 vezes, se tornando forte e constituindo uma saída para a China e para outras economias – prevê Wong.
No futuro, outras nações como México, Turquia, Nigéria e Indonésia também poderão se tornar parceiras do projeto.
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