A Polícia Federal realiza na manhã desta quinta-feira (25) a 6ª fase da Operação Zelotes, que investiga fraudes em julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado ao Ministério da Fazenda. Agentes saíram às ruas para cumprir 18 mandados de busca e apreensão e 22 de condução coercitiva (quando a pessoa presta depoimento na delegacia e depois é liberada), mas nenhum de prisão.
A polícia também tem mandado para cumprir duas oitivas com pessoas que já foram presas na Zelotes e estão no presídio da Papuda, no Distrito Federal.
Um dos alvos desta etapa é o grupo siderúrgico Gerdau. A suspeita é que o grupo, com atividades em 14 países, tenha tentado interferir no Carf no pagamento de multas que somam R$ 1,5 bilhão.
Há um mandado de condução coercitiva é para o presidente do Conselho Consultivo do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau. Ele faz parte do Conselho de Desenvolvimento Econômico, o "Conselhão", ligado à Presidência da República. Gerdau era um dos convidados na última reunião do conselho, em janeiro, comandada pela presidente Dilma Rousseff.
Segundo a polícia, o grupo fechou contratos com escritórios de advocacia que atuaram de maneira ilícita para manipular o andamento de julgamentos e decisões no Carf.
As ações desta quinta ocorrem nas cidades de São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Recife e Brasília.
A Zelotes foi deflagrada há um ano, em março de 2015. Segundo a PF, mesmo depois do início da operação, as investigações encontraram indícios de que os crimes investigados continuaram a ser cometidos.
Inicialmente, a Zelotes apurava o esquema em que, segundo a polícia, empresas atuaram junto a conselheiros do Carf para que multas aplicadas a elas fossem reduzidas ou anuladas.
Depois, a Zelotes descobriu que uma das empresas que atuava no órgão recebeu R$ 57 milhões de uma montadora de veículos entre 2009 e 2015 para aprovar emenda à Medida Provisória 471 de 2009, que rendeu a essa montadora benefícios fiscais de R$ 879,5 milhões. Junto ao Carf, a montadora deixou de pagar R$ 266 milhões.
Em 4 de dezembro, 16 pessoas suspeitas de participar do esquema se tornaram réus depois que a Justiça Federal aceitou denúncia do Ministério Público Federal no Distrito Federal.
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