Governo diz que ebola é improvável, mas eleva alerta
Ministério da Saúde fará avisos sonoros em portos e aeroportos e anunciou protocolo em caso de suspeita da doença
Após a Organização Mundial da Saúde
(OMS) declarar emergência sanitária internacional pela epidemia de Ebola
na África, o Ministério da Saúde afirmou nesta sexta-feira ser
“improvável” que o vírus chegue ao Brasil e que não há risco de
transmissão no país no momento. O governo, no entanto, elevou o nível do
centro de emergência em saúde e destacou uma equipe de resposta para
eventuais casos suspeitos, além de anunciar medidas para o desembarque
de passageiros internacionais.
A África enfrenta a epidemia mais fatal da história do
vírus Ebola, que já matou mais de 930 pessoas em Serra Leoa, Guiné,
Libéria e Nigéria, sendo que este último registrou casos pontuais. Nesta
sexta-feira, a OMS recomendou uma série de medidas para países
acometidos pela doença e todos os outros que não tenham registrado
casos.
O Brasil seguiu a recomendação da OMS em não restringir
viagens e apenas recomendou que se evite o deslocamento para áreas
rurais nos países de risco e o contato com animais ou pessoas doentes. A
transmissão da doença se dá por contato com sangue, órgãos ou fluidos
corporais de animais ou humanos infectados.
O Centro de Operações de Emergência em Saúde (Coes),
responsável por monitorar situações de risco, aumentou seu nível de zero
para dois (o máximo é quatro). A medida acompanha a elevação da
preocupação da própria OMS e para padronizar ações para todos Estados,
caso seja necessário.
Sem casos suspeitos da doença, o governo federal vai
monitorar portos e aeroportos e colocar, a partir de amanhã, avisos
sonoros nos desembarque de passageiros internacionais. Também definiu um
protocolo de como proceder em caso de suspeitas em viajantes. O anúncio
não falará especificamente em Ebola, apenas recomendará que passageiros
com febre ou hemorragia devem procurar agentes de saúde dos aeroportos e
informar para qual país viajaram.
Vírus ebola faz milhares de vítimas e suspende voos à África
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Nancy Writebol, missionária da Carolina do Norte
que trabalhava na Libéria, chega ao hospital da Universidade de Emory,
em Atlanta, para receber tratamento médico contra o Ebola
Foto: The Journal & Constitution, John Spink / AP
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Toda
cidade que recebe voos internacionais terá uma equipe preparada para
levar o paciente a hospitais de referência em tratamentos de doenças
transmissíveis. Em caso de necessidade, equipamentos comprados para a
Copa do Mundo para proteção em casos de ataques químicos poderão ser
mobilizado para as equipes de saúde. Segundo o ministério, há no país 60
especialistas autorizados pela OMS a fazer o transporte de exames de
pacientes até o Instituto Evandro Chagas, no Pará, que tem capacidade de
identificar o vírus Ebola.
O processo faz parte de uma segunda etapa de detecção do
Ebola, já que triagens foram montadas nas saídas dos países acometidos
pela epidemia. “Estamos reforçando nossas ações de vigilância nos portos
e aeroportos, identificando pessoas que venham de países afetados para
que a gente possa detectar precocemente e transferi-las para hospitais
de referência”, disse o ministro Arthur Chioro.
Para a Vigilância Sanitária brasileira, é pouco provável
que o vírus do Ebola se espalhe para outros continentes. "Pelas
características da transmissao do Ebola, é considerado pouco provável a
disseminação para poucos continentes. Não é provável que persista a
transmissão como persiste na África. Pode haver chegada de viajantes,
apesar do risco ser baixo. As pessoas de lá que adoecem são pessoas de
área rural, pessoas que vivem em comunidades distantes", disse o
secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.
Brasil doará medicamentos para países da África
O Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira a doação de cerca de 15 toneladas de medicamentos para a Guiné, Serra Leoa e Libéria. O governo também fez um repasse de R$ 1 milhão de reais para a OMS, com objetivo de ajudar nos trabalhos nesses países.
O Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira a doação de cerca de 15 toneladas de medicamentos para a Guiné, Serra Leoa e Libéria. O governo também fez um repasse de R$ 1 milhão de reais para a OMS, com objetivo de ajudar nos trabalhos nesses países.
O governo recomendou que brasileiros não integrem
missões médicas ou religiosas que não sejam oficiais. Segundo o
ministério, até agora apenas um médico afirmou ter ido a um dos países
pela organização não governamental Médicos Sem Fronteiras.
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