sábado, 4 de abril de 2015

Criação de empregos nos EUA é a menor desde dezembro de 2013

FOLHAPRESS4 de Abril de 2015 | 02h00

A geração de empregos nos Estados Unidos ficou bastante abaixo do esperado em março, surpreendendo o mercado. De acordo com dados do Departamento do Trabalho divulgados nesta sexta-feira (3), foram criados 126 mil postos no período, o número mais baixo desde dezembro de 2013.
A expectativa dos economistas era de que a geração somasse 248 mil postos no mês passado. A taxa de desemprego terminou o mês em 5,5%, estável.
A baixa criação de vagas em março contribui para a percepção de que o crescimento da economia norte-americana desacelerou no primeiro trimestre deste ano, prejudicada pelo forte inverno que atingiu o país.
O emprego cresceu no mês passado nos setores de varejo, serviços profissionais e financeiros e saúde. Por outro lado, mineração, que inclui o subsetor petróleo e gás, fechou 11 mil vagas em março, prejudicado pela queda mundial nos preços do petróleo.
Apesar da diminuição no ritmo de geração de vagas no período, o salário médio teve alta de sete centavos, para US$ 24,786 por hora –em fevereiro, a alta havia sido de três centavos. Em 12 meses, a renda média avançou 2,1%.
Os dados divulgados nesta sexta também mostram que a criação de postos em janeiro e fevereiro foram menores que o estimado anteriormente.
No primeiro mês do ano, foram gerados 201 mil vagas, ante os 239 mil divulgados antes. Os dados de fevereiro também foram revisados, e mostram que a criação de vagas no mês foi de 264 mil, ante 295 mil previamente estimados.
Juros
Os dados de emprego e renda são monitorados de perto pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) para decidir quando iniciar um novo ciclo de elevação dos juros básicos no país.
O mercado previa que a alta fosse anunciada em junho. Mas a divulgação de dados contrastantes e de uma desaceleração do ritmo de crescimento do PIB, para 2,2%, no quarto trimestre, levou os economistas a adiarem a previsão para setembro.
Além disso, o inverno rigoroso nos EUA, os problemas econômicos na Europa e no Japão e um dólar valorizado fizeram com que as estimativas para o crescimento da economia norte-americana entre janeiro e março fossem reduzidas -o mercado espera variação entre 0,9% e 1,4%.
A mudança na taxa de juros é acompanhada com atenção pelos investidores, porque aumenta o custo do crédito para os consumidores, empresas, e o próprio governo norte-americano.
Para os mercados emergentes, inclusive o Brasil, a tendência é que haja um êxodo de investimentos para os EUA em busca do rendimento e da maior segurança da economia do país.

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