segunda-feira, 24 de junho de 2013


Dilma anuncia plebiscito por reforma política e novo pacto com 5 itens


Fernanda Calgaro e Marina Motomura
Do UOL, em Brasília
  • Antonio Cruz/ABr
    Dilma Rousseff recebeu nesta segunda-feira (24), no Palácio do Planalto, integrantes do MPL (Movimento Passe Livre) de SP Dilma Rousseff recebeu nesta segunda-feira (24), no Palácio do Planalto, integrantes do MPL (Movimento Passe Livre) de SP
Em reunião com prefeitos e governadores das 27 unidades federativas, a presidente Dilma Rousseff anunciou nesta segunda-feira (24), no Palácio do Planalto, em Brasília, que irá pedir um plebiscito popular convocando uma reforma política no país.
Ela anunciou um novo pacto com cinco itens. São eles:
1- pacto por responsabilidade fiscal nos governos federal, estaduais e municipais;
2 - pacto por reforma política, incluindo um plebiscito popular sobre o assunto e a inclusão da corrupção como crime hediondo;
3 - pacto pela saúde: "importação" de médicos estrangeiros para trabalhar nas zonas interioranas do país. A presidente anunciou ainda novas vagas de graduação em cursos de medicina e novas vagas de residência médica;
4 - pacto no transporte público: a presidente afirmou que o país precisa dar um "salto de qualidade no transporte públicos nas grandes cidades", com mais metrôs, VLTs e corredores de ônibus;
5 - pacto na educação pública: pediu mais recursos para a educação. A presidente voltou a falar que é necessário que o Congresso aprove a destinação de 100% dos recursos dos royalties do petróleo para a educação.

A presidente voltou a comentar a onda de manifestações que ocorre no país há duas semanas. "É preciso saber escutar as vozes das ruas. É preciso que todos, sem exceção, entendam esse sinais com humildade", disse aos governadores e prefeitos.
Em vários atos pelo país, os manifestantes têm afirmado que não se sentem representados por nenhum partido político e chegaram a hostilizar integrantes de legendas partidárias que participam das manifestações. "O povo, unido, não precisa de partido!" e "Sem partido, sem partido" foram gritos de guerra comuns nos protestos pelo país.
Após os anúncios, a presidente começou, de fato, a reunião com os 27 governadores e 26 prefeitos das capitais.
Em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão na última sexta, Dilma disse que anunciaria um pacto com governadores e prefeitos pela melhoria dos serviços públicos. "Esta mensagem [das ruas] exige serviços públicos de mais qualidade. Ela quer escolas de qualidade; ela quer atendimento de saúde de qualidade; ela quer um transporte público melhor e a preço justo; ela quer mais segurança. Ela quer mais. E para dar mais, as instituições e os governos devem mudar. Irei conversar, nos próximos dias, com os chefes dos outros poderes para somarmos esforços. Vou convidar os governadores e os prefeitos das principais cidades do país para um grande pacto em torno da melhoria dos serviços públicos."

Assista à íntegra do discurso da presidente Dilma


Reunião com o MPL

Antes de se encontrar com os governadores, Dilma esteve reunida com integrantes do MPL (Movimento Passe Livre), que organizou os protestos pela revogação do aumento na tarifa em São Paulo.
Após a reunião com o MPL, o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, reconheceu que o transporte público no Brasil é de má qualidade.
Antes da reunião de hoje, o MPL divulgou nesta segunda-feira (24) uma carta aberta à presidente Dilma Rousseff, na qual criticam o tratamento dispensado pelo governo federal aos movimentos sociais e criticam a "máfia dos transportes".
"Ficamos surpresos com o convite para esta reunião. Esse gesto de diálogo que parte do governo destoa do tratamento aos movimentos sociais que tem marcado a política desta gestão", diz a carta.

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Manifestantes saem às ruas em protestos pelo Brasil110 fotos

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24.jun.2013 - Ônibus circula com adesivo informando novo valor da passagem na avenida Maria Coelho Aguiar, na zona sul de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (24). A redução da tarifa dos transportes públicos, provocada por protestos que reuniram milhares de pessoas nas últimas semanas, começou a valer hoje. Quem carregou o bilhete único enquanto a tarifa estava em R$ 3,20 não terá problemas com a mudança, e passará a pagar R$ 3 à partir de hoje. Já a integração dos ônibus com o metrô e os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) voltará a custar R$ 4,65 -- o valor tinha aumentado para R$ 5 Luiz Claudio Barbosa/Futura Press

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