Protestos se espalham e reúnem mais de 250 mil; grupos invadem Congresso, sede do governo do Paraná e Alerj
- Bárbara Paludeti/UOL
Cenas do protesto em SP
Elio Gaspari: Os distúrbios começaram pela ação da polícia, mais precisamente por um grupo de uns 20 homens da Tropa de Choque, que, a olho nu, chegou com esse propósito Leia mais |
Existe terror em SP: "Fosse você manifestante, transeunte ou jornalista a trabalho, não havia saída. A cada arremesso de bomba, alguém pedia por vinagre ou o oferecia". Leia mais |
Ataque à imprensa: Diversos jornalistas foram feridos e presos pela polícia durante a cobertura do ato. Vídeo mostra que um grupo se identifica, mas é atingido por tiros de borracha e de gás lacrimogênio mesmo assim. Assista |
Nova postura: Após a violência do protesto da quinta-feira (13), o governo de SP se comprometeu a não acionar a tropa de choque, não prender quem levar vinagre ao protesto, respeitar o caminho escolhido pela manifestação, mesmo que seja a avenida Paulista, e não usar bala de borracha |
As manifestações começaram, em sua maioria, de forma pacífica, mas houve agravamento da tensão no final da noite, com grupos de manifestantes partindo para ações mais radicais.
No Rio de Janeiro, houve confronto com policiais. Mais de dez pessoas ficaram feridas nos confrontos nas ruas, duas delas a tiros. Manifestantes invadiram a Assembleia Legislativa do RJ e mantiveram 20 policiais militares como reféns. Eles também estavam feridos. A Tropa de Choque da PM retomou o prédio à força. Segundo estimativas da Coppe/UFRJ, 100 mil pessoas participaram dos protestos no Rio. Policiais tentaram dispersar manifestantes com o uso de bombas de gás lacrimogêneo. Manifestantes fizeram barricadas com fogo. Houve depredação na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Um carro foi incendiado por um grupo de manifestantes e explodiu.
Em São Paulo, manifestantes tentaram invadir a sede do governo, no Palácio dos Bandeirantes. Um portão chegou a ser quebrado no local por volta das 23h, mas a Tropa de Choque da PM impediu a entrada do grupo. Na manifestação de São Paulo, que reuniu 65 mil pessoas (segundo medição do instituto Datafolha) na zona oeste e na zona sul da cidade, por exemplo, ouviam-se gritos de ordem contra a presidente Dilma Rousseff (PT), contra o governador Geraldo Alckmin, faixas contra o uso de dinheiro público nas obras da Copa, protestos contra a PEC 37 (proposta de mudança de legislação que tira o poder de investigação do Ministério Público), contra corrupção e violência, por educação melhor e redução do custo de vida e pedindo melhores serviços públicos em geral. "O povo unido jamais será vencido", entoava um coro de milhares de manifestantes na avenida Faria Lima por volta das 20h.
Em Maceió, um adolescente de 16 anos foi atingido por um tiro durante a manifestação.
O número de participantes em todas as manifestações, que ocorreram em mais de 20 cidades, pode ser bem maior, pois em nem todas foi oficialmente divulgado o total de público.
Multidão
Em algumas cidades, o protesto foi convocado "em solidariedade" às vítimas da violência nos atos de quinta-feira passada (13) em São Paulo, quando pessoas que não participavam dos protestos e até jornalistas foram atingidos e feridos por disparos de balas de borrachas da Tropa de Choque da PM.
Veja a estimativa de participantes em algumas das cidades em que houve protestos nesta segunda:
Rio de Janeiro – 100 mil
São Paulo – 65 mil
Belo Horizonte – 30 mil
Belém – 13.000
Curitiba – 10.000
Salvador – 10.000
Brasília – 5.000
Porto Alegre – 5.000
Maceió – 2.000
Santos (SP) – 1.500
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17.jun.2013 - PM espirra spray de pimenta sobre manifestante durante protesto no Rio de Janeiro contra aumento das tarifas de ônibus na noite desta segunda-feira (17). Protestos eclodiram em sete capitais, trazendo dúvidas em estrangeiros em relação à organização para os grandes eventos dos próximos anos Victor R. Caivano/AP
Confira os cinco dias de protesto em imagens
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