Sem carros, Avenida Paulista teve cantos e confraternização.
No centro, Prefeitura foi depredada, carro incendiado e lojas saqueadas.
Mais tarde, eles também se reuniram em uma rua no Paraíso, em frente ao edifício onde mora o prefeito Fernando Haddad. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) também registrou ocupações de vias em áreas longe do centro. O Movimento Passe Livre (MPL) ressaltou em nota a ampliação dos atos pela cidade. "O protesto generalizado que ocorreu hoje em São Paulo tornou claro o nível de indignação da população entorno aumento da tarifa. Os atos se espalharam não somente pelo centro como por diversas regiões da periferia da cidade, como Cidade Dutra, Raposo Tavares, Socorro e ’Boi Mirim", afirmou o MPL.
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Entretanto, os dois principais pontos de destino dos manifestantes nesta noite foram a Avenida Paulista e a sede da Prefeitura, no Viaduto do Chá. A PM não divulgou uma estimativa final do público. Para o Instituto Datafolha, 50 mil participaram dos atos.- FOTOS: SP tem 6º dia de protestos contra aumento das tarifas
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No Centro, após discussões entre manifestantes que tentavam impedir o vandalismo, a sede da administração municipal foi alvo de uma tentativa de invasão. Portas foram depredadas e a Guarda Civil Metropolitana, que fazia a segurança, evitou o confronto e se refugiou no interior do prédio.
No horário do ato na Prefeitura, o prefeito havia deixado a sede da administração municipal para uma reunião com a presidente Dilma Rousseff e foi orientado a não retornar ao edifício. Do lado de fora da Prefeitura, um carro de transmissão da TV Record e um posto policial foram incendiados pelos manifestantes.
A emissora informou, em nota, que "todos os profissionais que trabalhavam na transmissão ao vivo das manifestações em São Paulo escaparam ilesos do incêndio no caminhão usado para a captação de imagens". A emissora também disse lamentar o episódio de violência de “pequenos grupos”.
Protesto começou as 17h na Praça da Sé
(Foto: Alex Almeida/Reuters)
Um banco também foi depredado em uma esquina da Praça do Patriarca, nas vizinhança da Prefeitura. Saques ocorreram em lojas do Centro e pelo menos oito pessoas foram detidas. Relógios, televisões e peças de roupas foram apreendidas com os detidos. As ocorrências foram registradas no 1º Distrito Policial, na Liberdade, no 8° Distrito Policial, no Belém.(Foto: Alex Almeida/Reuters)
Os detidos devem ser indiciados por furto, formação de quadrilha, depredação e invasão e danos ao patrimônio. A Polícia Civil acredita que os suspeitos detidos não integrem o movimento contra as tarifas, mas que tenham se aproveitado das aglomerações para cometer crimes.
Theatro depredado
O Theatro Municipal de São Paulo, que em 2011 foi reaberto após reforma que durou quase três anos e consumiu R$ 28,3 milhões, também foi palco de protestos. O prédio foi pichado por manifestantes e as portas foram fechadas após denúncias de tentativas de invasão.
A Prefeitura informou que cerca de 300 pessoas estavam dentro da sala de espetáculo para assistir a uma ópera. Funcionários do Theatro optaram por não interromper a apresentação, mas a saída só foi permitida quando houve a confirmação de segurança nas redondezas.
Restaurante também foi depredado.
(Foto: AP Photo/Nelson Antoine)
Na Rua Augusta, que cruza a Avenida Paulista, diversos estabelecimentos foram depredados e manifestantes atearam fogo em sacos de lixo. Na esquina com a Rua Antônio Carlos, o bar e restaurante Athenas foi fechado devido ao protesto.(Foto: AP Photo/Nelson Antoine)
Quem estava na rua foi acolhido para o interior do estabelecimento, segundo contou ao G1 o gerente Vandeci Bezerra, que chegou a distribuir panos com vinagre por causa das bombas de gás que foram lançadas no exterior do bar por policiais da Força Tática que buscam liberar a via e impedir vandalismo. “Graças a Deus não houve depredação na nossa casa”, afirmou.
Ocupação pacífica na Paulista
Assim como ocorreu na noite anterior, a Avenida Paulista foi transformada em palco de manifestação pacífica. Os milhares que se reuniram ali ocuparam boa parte da via, sem incidentes. Até mesmo a notícia de que a Comissão de Direitos Humanos aprovou o projeto de lei que autoriza a chamada "cura gay" foi mote para diversos cartazes vistos na avenida.
"A manifestação foi ordeira e até bonita de se ver até a meia-noite. Depois sobrou um grupo de desordeiros e tivemos que intervir", disse o major da PM Marcos Antonio Felix. A PM e os bombeiros evitaram que um grupo colocasse fogo em um painel na Praça do Ciclista.
Reunião com conselho
A passeata desta terça ocorreu no dia em que Haddad admitiu pela primeira vez a possibilidade de rever o valor da tarifa dos ônibus. O prefeito esteve reunido pela manhã com integrantes do movimento que organiza as manifestações e membros do Conselho da Cidade.
No encontro, Haddad se comprometeu a fazer uma nova reunião para debater o assunto, mas citou dificuldades para a revogação do reajuste. "Se as pessoas me ajudarem a tomar uma decisão nessa direção [redução da tarifa], eu vou me subordinar à vontade das pessoas porque eu sou prefeito da cidade, para fazer o que a cidade quer que eu faça", afirmou.
Ao longo desta terça-feira, o governador Geraldo Alckmin não teve agenda pública.
A administração municipal informou que dois guardas civis metropolitanos foram feridos na ação, ao tentar impedir a entrada. Um deles foi atendido no posto médico da Prefeitura e levou nove pontos na cabeça. O outro teve uma contusão no rosto.
Por meio de nota, a Prefeitura relatou que houve tentativa de invasão pelo saguão do terceiro andar, no Viaduto do Chá, e vidros foram quebrados durante os protestos. Também foi registrada uma tentativa de invasão pelo segundo andar do prédio, na Rua Doutor Falcão. Um levantamento dos danos materiais será feito na quarta-feira (19).
Cerca de 100 homens da Guarda Civil Metropolitana faziam a segurança dentro do prédio da Prefeitura, sob comando do secretário de Segurança Urbana, Roberto Porto. A equipe de comunicação permanecia de plantão no início da madrugada, assim como parte do secretariado e funcionários do gabinete do prefeito.Também estavam dentro do edifício alguns repórteres e fotógrafos de veículos de comunicação. No edifício, vidros foram quebrados e paredes foram pichadas.
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