segunda-feira, 27 de maio de 2013

Lindbergh evita ataques a Cabral para não alimentar incêndio na base aliada

26/5/2013 15:52
Por Redação, com RBA - do Rio de Janeiro

Lindberg Farias
O senador Lindberg Farias (PT-RJ) lidera as pesquisas internas do PT

Principal atração, noite passada, em um debate promovido pela Fundação Perseu Abramo em um auditório no Centro do Rio, o pré-candidato do PT ao governo estadual, senador Lindbergh Farias, evitou ampliar o fosso que o separa do governador Sérgio Cabral, comandante da facção majoritária do PMDB fluminense, que tenta lhe impedir a candidatura. Nos últimos dias, Cabral endureceu o discurso e ameaça romper a aliança com a presidenta Dilma Rousseff se ela e o PT não apoiarem a candidatura do peemedebista Luiz Fernando Pezão, atual vice-governador, no ano que vem.
Com o tema “Trinta Anos do PT nas Cidades”, o evento, no entanto, serviu para a direção nacional do PT, na figura de seu presidente Rui Falcão, reafirmar o apoio a Lindbergh. Também foi uma oportunidade para o pré-candidato petista exibir a unidade do partido em torno de seu nome no estado, já que toda a bancada de deputados federais petistas, além de prefeitos e outros parlamentares, marcou presença no lotado auditório do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) do Rio de Janeiro.
– O PT vem executando com sucesso um projeto nacional e o PT do Rio está preparado para, mais do que nunca, dar sua contribuição. O PT está unido no Rio, isso é muito bom e nos dá força – disse Lindbergh, ao lado do presidente estadual do partido, Jorge Florêncio, e diante de uma plateia composta por petistas fluminenses de peso, como os deputados Alessandro Molon, Jorge Bittar, Benedita da Silva e Luiz Sérgio, entre outros.
Em menção indireta a Cabral, que na véspera havia dito que a candidatura de Lindbergh era “um projeto pessoal”, o senador petista disse que “o crescimento do PT nos estados é o crescimento do projeto nacional do PT”. Lindbergh disse ainda que o partido poderá ter a oportunidade de imprimir sua marca no estado: “O PT tem uma causa, que é a defesa do povo, a defesa dos pobres. Essa foi a linha do governo Lula, é a linha do governo Dilma e será a linha de um governo petista no Rio de Janeiro”. Acossado pelos repórteres, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, também evitou dar declarações que pudesse acirrar a crise com o PMDB no Rio e limitou-se a dizer que “a pré-candidatura do PT é legitima” e que “o diálogo com o PMDB está sendo feito e a aliança permanece firme”. Durante sua fala no debate, no entanto, Falcão por mais de uma vez se referiu a Lindbergh como “nosso candidato” e elogiou as “caravanas da cidadania” que, inspirado em Lula, o senador tem feito pelos municípios fluminenses:
– É muito interessante fazer a caravana neste momento. Nosso candidato tem que buscar o diálogo com o eleitorado, estar no meio do povo é importante – disse.
Na plateia, outro dirigente petista, que prefere não ter seu nome revelado, afirmou que o apoio da presidenta Dilma e da direção nacional do PT a Lindbergh já está consolidado: “Não há a menor chance de Dilma e a direção nacional não apoiarem a candidatura do Lindbergh, já que ela tem amplo apoio de todo o partido e seu potencial eleitoral, como mostram as pesquisas feitas até agora, é expressivo e permite ao partido, pela primeira vez, ter chances reais de vencer a eleição para o governo do Rio de Janeiro”. A ameaça de rompimento feita por Cabral, segundo esse dirigente, não amedronta o PT: “Ele está blefando e, nessa ameaça, não tem o apoio da direção nacional do PMDB”, disse.
Mais cidades
No debate, o presidente da Fundação Perseu Abramo, Márcio Pochmann, ressaltou o fato de que o PT já tem 11% das prefeituras nas cidades médias e pequenas do país, sendo o terceiro maior partido em número de prefeituras sob sua administração:
– O PT governa uma em cada dez cidades brasileiras, mas o mais importante é que nos últimos dez anos, com a chegada do partido ao governo federal, houve uma seqüência programática na gestão de muitas dessas cidades – disse.
Sua apresentação trouxe dados sobre o avanço da trajetória do PT ao longo dos processos eleitorais realizados entre os anos de 1982 e 2012.
Rui Falcão disse que a principal marca deixada pelo PT no Brasil é a inclusão social, e, citando o pacote lançado para desonerar o custo da energia elétrica, falou que o fortalecimento da indústria no país é uma das missões prioritárias que vem sendo cumprida pelo governo Dilma. O presidente nacional do PT citou também alguns pontos “que irão avançar no segundo mandato de Dilma”, como, por exemplo, a regulamentação da comunicação: “Respeitando totalmente a liberdade de imprensa, como sempre fizemos, vamos regulamentar (a comunicação). Isso vai estar no segundo mandato”, disse.
Falcão também comentou o “terrorismo eleitoral” dos que espalharam o boato sobre o fim do Bolsa-Família e criticou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, que afirmou existirem “partidos de mentirinha” no Brasil:
– Não foi uma colocação feliz, não podemos admitir que se diminua o papel dos partidos na democracia. O PT vem crescendo nesses mais de 30 anos, não podemos dizer que seja um partido de mentira.

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