Tucanos não se entendem quando assunto é reeleição do presidente
30/4/2013 11:35
Por Redação - de São Paulo
Por Redação - de São Paulo
Acusado de comprar votos no Congresso para conseguir mais um mandato, em 1997, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso discorda do candidato de seu partido, Aécio Neves, à sucessão da presidenta Dilma Rousseff quando o assunto é a reeleilção. Principal cabo eleitoral do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à presidência em 2014, FHC discordou, publicamente, de seu pupilo nesta terça-feira. Neves tem batido forte na reeleição e pede a aprovação do mandato de cinco anos. Em entrevista ao jornalista Cristian Klein, do diário Valor Econômico, o tucano disse ainda ser “cedo para julgar”.
– Não é a minha opinião, acho que é cedo para julgar, há exemplos no mundo todo que havendo uma interrupção, aos quatro anos, é razoável. Na prática é isso, é uma confirmação, um recall, que você poderia discutir se seria melhor a cada três ou quatro anos. Mas ele teve sempre essa opinião. O Serra também – afirmou o ex-presidente, referindo-se a Aécio e ao candidato derrotado na campanha presidencial de 2010 José Serra, que ainda permanece no ninho tucano.
FHC acredita que quatro anos são “muito pouco tempo” para se fazer algo de mais duradouro, enquanto seis anos pode ser prejudicial caso a pessoa à frente do Executivo não esteja fazendo o que a população quer. Por isso, em sua avaliação, o ideal seria a reeleição no formato atual.
– Quatro anos é muito pouco tempo para você fazer alguma coisa de mais duradouro. Seis anos é razoável, mas pode ser que seja errado para uma pessoa que não esteja fazendo o que o país quer. Na média é melhor ter quatro mais quatro – disse.
O ex-presidente também disse que não vê motivos para Aécio discutir isso neste momento.
– Nos Estados Unidos funcionou, e mesmo no Brasil se mostrou ter certa eficiência. Portanto, eu manteria minha posição. Mas isso não é uma questão da ordem política e conjuntural. Não vejo razão para ele (Aécio) estar discutindo isso agora – disse.
Na mesma entrevista, Fernando Henrique sai em apoio à proposta do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, que visa a redução da maioridade penal.
– Todo crime agora que aparece quem deu o tiro foi um menor de idade – concluiu.
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